Após tempos de silêncio volto aqui para dividir meus pensamentos com vocês, queridos leitores.

Me silenciei por dias, contaminada que estive pelas questões político-partidárias, tão polêmicas que são, evitando assim dissabores. Mas lêdo engano, em se falar de espaços, sejam eles públicos ou privados, sendo coletivos aí estaremos “politicando”... Entendendo que conviver necessita de regras, uma ética inevitável, de certa forma estamos sempre conformando e sendo conformados.

Estes dias me peguei contemplando a estrutura vazia do que será um jardim vertical num projeto paisagístico, tentando com certa dificuldade decidir que espécies de plantas seriam as escolhidas para que, dispostas estrategicamente, e com sorte, artisticamente formassem o painel “verde”. Tantas as condicionantes!!

Precisam ter a mesma sede;

Gostar da mesma terra;

Ter cores diferentes, contrastantes;

Texturas e formatos de folhas coerentes;

Florir em épocas distintas;

Pender, a maioria;

Ser eretas, algumas;

Suportar sol, e a meia sombra também – versáteis, eu diria!

Mas caso chova por dias a fio, que não lhes apodreçam as raízes.

Que diversidade!

Peperômias, Hemigrafis, Heras...

Iresines, Píleas, Clorófitos...

Anas, Marias, Reginas...

Joãos, Antonios e Franciscos...

Que diversidade!

Estou às voltas com a tarefa de lhes fazer conviver. A mesma que me proponho no meu círculo de exaltados amigos.

No final, formamos todos paredes, para proteger, para encantar, suportar.

Espécies do mesmo gênero.

Humanos.