Câncer de mama também pode atingir os pets; saiba como prevenir a doença | Coluna de Estimação | F5 News - Sergipe Atualizado

Câncer de mama também pode atingir os pets; saiba como prevenir a doença
Segundo especialistas, 55% de cadelas e gatas atendidas na oncologia têm neoplasia mamária
Blogs e Colunas | Coluna de Estimação 03/10/2019 15h14

As ações que alertam para o diagnóstico precoce do câncer de mama em outubro em humanos também abordam para a prevenção da doença nos pets. Cães e gatos também são atingidos pela enfermidade que pode ser evitada ou combatida por meio de exames periódicos com o médico veterinário. Apesar de não existirem atitudes específicas para evitar que ela apareça, é possível tomar algumas medidas para diminuir os riscos do desenvolvimento. 

De acordo com especialistas, 55% dos casos de cadelas e gatas atendidas na área oncológica são de neoplasia mamária. O primeiro equívoco é que muitas pessoas acreditam que a doença atinge apenas as fêmeas. No entanto, os animais machos também são afetados mesmo que em menor escala, conforme afirma a oncologista Marília Almeida. "Apesar de raro, os machos também podem ser acometidos pelo tumor mamário. Já as fêmeas são comumente diagnosticadas com tumores mamários. Então, se houver qualquer alteração na cadeia mamária do animal necessitamos investigar melhor com o médico veterinário de confiança", diz a especialista.

Veterinários apontam que mudanças comportamentais, como falta de apetite, tristeza e vômitos, podem ser os primeiros indícios. "A cadela ou gata que têm  uma neoplasia mamária podem mudar seu comportamento, mas são inespecíficos seus sinais clínicos porque muitas, inicialmente, podem não apresentar dor ou falta de ar, tudo depende do tipo histológico da neoplasia", ressalta Marília. 

Segundo a médica veterinária, Juliene Oliveira, os sinais na região mamária nem sempre aparecem no início da doença, quando começa a se desenvolver de forma silenciosa, não causando alterações físicas ou comportamentais latentes e imediatas, e passam a ser detectáveis já no estágio  avançado do câncer. Nestes casos, surgem nódulos na região das mamas do animal, inchaço ou dilatação na área mamária da cadela, dores na região das mamas e presença de secreções nas mamas com odor desagradável. 

"Às vezes, os sinais só aparecem quando o nódulo já está ulcerado e vira uma ferida aberta; também ocorre aumento da mama, aparecimento de nódulo mesmo do tamanho de um grão de arroz, e fica uma textura rígida na mama", explica a veterinária. 

A existência ou não desses sinais pode ser observado pelo próprio tutor, com um exame feito pela palpação das mamas, mesmo no ambiente doméstico. No entanto, a ida periódica ao veterinário é importante para a prevenção, para que o diagnóstico seja o mais correto e para dirimir quaisquer dúvidas que possam surgir.

"O exame é estar sempre apalpando mama por mama, de cima abaixo, nas duas cadeias mamárias. É preciso fazer o exame clínico, ir ao veterinário a cada seis meses, principalmente em cadelas que tem meia idade a partir dos seis ou sete anos. Além disso, também é importante ter esse cuidado com as cadelas não castradas para que faça esse check up para verificar se existe algum nódulo, nem que seja pequeno", orienta Juliene.

O diagnóstico precoce em pets aumenta as chances de cura. Quanto antes for detectado maiores são as chances de recuperação. Entre os exames para diagnosticar qual o tipo de câncer de mama e definir se o tumor é benigno ou maligno, o veterinário pode solicitar a citologia aspirativa do nódulo, ou o histopatológico da mama - em que, através de uma pequena cirurgia chamada biópsia, retira-se todo o nódulo ou tumor, ou apenas uma parte sua dependendo do caso para a obtenção do material, que vai precisar qual área está sendo afetada por ele. Após a análise dos resultados, outros exames como tomografia e ultrassonografia podem ser solicitados para indicar o melhor tratamento e certificar em qual estágio a doença se encontra. Deste modo, também é possível descobrir se existe a presença de metástase do câncer, responsáveis pela propagação para outras partes do corpo.

Assim como em humanos, dependendo de cada caso, o tratamento pode ser feito por meio de operação cirúrgica para a retirada completa do tumor e da mama, ou por meio de quimioterapia além de permanecer o cuidado de prevenção. Em casos mais graves, quando ocorre a metástase, as chances de cura diminuem e a opção é o uso de medicamentos específicos. 

Fatores como genética, natureza hormonal e até o ambiente podem influenciar no aparecimento da doença. Especialistas alertam que a ingestão de medicamentos hormonais, como o anticoncepcional, pode  colaborar para o surgimento do câncer de mama nos pets. Diante disso, esse tipo de medicamento é contra indicado por diversos especialistas tanto para cães como para gatos.

"O uso de contraceptivos em gatas e cadelas causa danos irreversíveis  a elas. Além de poder provocar infecção  uterina, eles podem desenvolver tipos de câncer mais agressivos e com pouca resposta quimioterápica e surgimento de metástase acaba sendo mais evidente", explica a veterinária Marília Almeida, que acrescenta que atualmente os tutores estão mais atentos e preocupados com a saúde e bem-estar dos pets.

A castração precoce, entre primeiro e segundo cio, é indicada por alguns médicos veterinários para reduzir as chances do desenvolvimento de tumores de mama, além de uma alimentação saudável. "A melhor forma em gatas é castrar até mesmo antes do primeiro cio. E nas cadelas entre o primeiro e o segundo cio. Segundo o Consenso Nacional de Neoplasia Mamária, a castração precoce reduz as chances de desenvolvimento de tumor mamário em  mais de 90%. Além da castração, o tutor deve evitar a obesidade no pet oferecendo alimentação saudável e equilibrada. Mas, perante a genética ainda estamos engatinhando sobre testes genéticos da 'família do pet', pois existe a venda e doação de animais nos quais muitas vezes nem sabemos quem são seus antecedentes", diz Marília.

"O oncologista busca qualidade de vida e não apenas vai tratar a doença, mas tem que tratar o paciente em geral muitas vezes associado com outros especialistas como nutrólogo, endocrinologista e etc. Muitos pacientes não têm apenas o tumor, então a gente não pode focar apenas no tumor em si. Além disso, não podemos ver a quimioterapia como a vilã, ela faz parte do processo de cura e de qualidade de vida do paciente", completa a oncologista.

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Fernanda Araújo é formada em Comunicação Social – Jornalismo pela UNIT, pós-graduada em MBA Marketing, Assessoria e Comunicação Integrada pela FANESE. Já trabalhou como assessora de comunicação em sindicato de classe, e atualmente, é repórter no Portal F5 News. Premiada em primeiro lugar no Prêmio João Ribeiro de Divulgação Científica da Fapitec, na categoria web jornalismo, em 2018.

E-mail: fernandaaraujo.jornalismo@gmail.com

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