Ao que tudo indica, o governador e pré-candidato a suceder a si mesmo, o Galeguinho Belivaldo Chagas, terá a petista Eliane Aquino como sua companheira de chapa. Não deixa de ser um bom nome. Galeguinho, todavia, faria uma jogada de mestre, se ecoasse o sentimento de um grupo de empresários e tentasse persuadir o deputado federal Laércio Oliveira a aceitar trocar uma reeleição muito provável pela aventura de ser pré-candidato a vice-governador, num cenário dificílimo, com Valadares Filho e Eduardo Amorim bem nas pesquisas. Laércio agrega bem mais que Eliane. Não foi gratuito, aliás, que tanto Eduardo Amorim quanto Valadares Filho tentaram convencer Laércio a ser vice.

Evidente que Eliane Aquino não é qualquer uma. Num mercado carente de pessoas sérias envolvidas com a política, a vice-prefeita de Aracaju tem seu valor. Além disso, é leve, tem pouca rejeição e, evidente, com ela, o fator Marcelo Déda se faz presente na chapa com mais força. Embora sua gestão não tenha sido das melhores, sua ética ainda tem peso.

Entretanto, com Laércio na chapa os ganhos são bem superiores. Começa pelo fato de Galeguinho sequer perder Eliane, já que o PT já está representado na chapa com Rogério Carvalho e Eliane não seria voz destoante. Eliane ajudaria do mesmo jeito. Ela gosta de Jackson e de Belivaldo.

Laércio representaria, por exemplo, a credibilidade que anda em falta no governo de Galeguinho junto ao comércio, aos empresários – sobretudo do ramo de Turismo. Laércio fala a língua do setor e, certamente, asseguraria o reforço de peso.

Laércio, obviamente, até por ser deputado federal tem, incomparavelmente, muito mais trânsito no Congresso Nacional. Mais peso político em Brasília que a simpática Eliane. Isso evidente, em Galeguinho obtendo êxito no seu projeto, seria fundamental nas idas a Brasília em busca de recursos para Sergipe.

Sem falar que, com Laércio Oliveira e sua densidade eleitoral deslocados para uma pré-candidatura a vice-governador, a vida dos pré-candidatos a deputado federal do agrupamento, sobretudo do PT, que pelas pesquisas teria sérias dificuldades de eleger sequer um representante na Câmara Federal, ganharia um refresco.

Pelo que se consegue enxergar, o agrupamento liderado pelo governador Belivaldo Chagas só conseguirá eleger três nomes para a Câmara Federal. Sem Laércio no páreo, o PT e demais saem ganhando. Não se trata de política, mas de lógica.