Aracaju tem aumento de doenças infectocontagiosas em crianças | F5 News - Sergipe Atualizado

Saúde
Aracaju tem aumento de doenças infectocontagiosas em crianças
Saúde apresenta orientações e cuidados durante estações mais frias do ano
Cotidiano | Por Agência Aracaju 23/06/2018 07h37


Algumas doenças são notificadas com mais frequência em determinadas épocas do ano, e no período de março a agosto, as unidades de saúde registram um aumento da procura, sobretudo de casos envolvendo crianças. Dentre as causas de internamento mais comuns, estão as doenças infectocontagiosas, ocasionadas, muitas vezes pelas mudanças climáticas.

A médica pediatra Ernestina Batista Luz, plantonista no hospital municipal Fernando Franco (Zona Sul), afirma que as crianças adoecem com mais frequência neste período do ano porque aumenta a prevalência de vírus na comunidade e em ambientes mais fechados.

“As crianças têm mais capacidade de se infectarem e adoecerem. Consequentemente, por conta dessa facilidade, o índice de atendimentos e internamentos se torna muito maior. Aqui tivemos um aumento das doenças respiratórias como bronquiolites, asmas brônquicas, broncoespasmos e pneumonias. Cerca de 90% dos atendimentos e internamentos na nossa unidade foram por problemas respiratórios nestes últimos três meses”, revelou.

Em março foram registrados 65 atendimentos na ala pediátrica do hospital, com aumento para 88 em abril, e 71 em maio. Nos dois primeiros meses do ano, foi registrada uma média de 63 atendimentos no mesmo setor.

Vagas de UTI

De acordo com a coordenadora geral do hospital, Manuela Oliveira dos Santos Silva, os meses de maior número de atendimentos foram abril e maio, mas neste mês de junho a procura já começou a diminuir. "Porém, os casos que chegam agora têm sido de maior gravidade, e algumas destas crianças necessitam de vagas de Unidade de Terapia Intensiva (UTI)”, informou.

As vagas de leitos de UTI são reguladas pelo Sistema Interfederativo de Garantia de Acesso Universal (Sigau), que é regulado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) para todo o estado. “O Sigau avalia cada caso e faz a disponibilização do leito conforme o grau de gravidade. Quando há a necessidade, informamos a demanda no sistema, e então ficamos aguardando a liberação de novas vagas”, acrescentou.

No entanto, a coordenadora do Fernando Franco alerta para a avaliação inicial dos casos, já que muitos atendimentos poderiam ser feitos nas Unidades de Saúde da Família (USF’S), sem sobrecarregar a urgência pediátrica. “Além disso, percebemos que muitos chegam no finalzinho da tarde, quando os atendimentos nas USF’s já foram encerrados. Porém, mesmo com alguns momentos de sobrecarga, nós acolhemos todos os pacientes, sempre priorizando os casos mais graves”, completou Manoela.

A mãe do menino Y. L. R. S, de 2 anos, Joseane Ribeiro de Jesus, foi um desses casos. Ela disse que o filho está internado há seis dias com pneumonia, mas elogiou o atendimento diferenciado do hospital municipal.

“Meu filho estava cansando muito e eu o levei a uma clínica particular. De lá, eles me encaminharam para cá, e aqui identificaram que ele estava com pneumonia. Gostei muito do atendimento. Estamos sendo bem tratados e isso só demonstra que o hospital tem credibilidade, porque o plano de saúde dele me enviou para cá. Ele está tomando remédio na veia, fazendo uso de aerossol, e já está bem melhor”, reconheceu Joseane.

O Hospital Municipal Fernando Franco integra a Rede de Urgência e Emergência (Reue), da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), e é a referência pediátrica do município para os aracajuanos. Localizada no Conjunto Augusto Franco, a unidade possui atualmente 15 leitos de internamento pediátrico, sete de observação, um de isolamento e um de estabilização infantil.

Orientações e cuidados

Para ajudar na prevenção das doenças infecciosas, que muitas vezes acarretam no internamento de crianças, o médico infectologista da Reue, Thiago Mendes, alerta para o final de um período de epidemia de influenza (gripe), principalmente com a variação H1N1.

“Agora diminuiu um pouco, mas não foi só gripe. Tivemos casos de vírus sincicial respiratório (VSR), adenovírus e outras viroses. O que provavelmente acontece nessa época é que as crianças acabam ficando mais próximas, em lugares mais fechados, o que aumenta a chance de transmissão entre elas”, frisou.

O infectologista orienta para os cuidados que devem ser tomados com aquelas que já estão doentes. “Primeiro, se você tem uma criança doente em casa, gripada ou com febre, não a leve para ambientes de convívio coletivo, como a escola ou a creche. Ao tossir e espirrar, sempre tente cobrir a boca e o nariz com um lenço descartável para não contaminar o ambiente. Para aqueles meninos e meninas que não estão doentes e são maiores, os pais devem ensinar a lavar as mãos ou passar álcool gel", complementa.

Segundo o médico, apenas seguir estes passos já minimiza muito a transmissibilidade. “Mas se conseguir evitar ficar em lugares fechados nessa época, o índice de transmissão diminui ainda mais. Na maioria dos casos, por exemplo, não vale a pena levar uma criança com menos de seis meses ao shopping center ou ao cinema, pois com essa idade elas ainda não estão aptas a receber a vacina que combate os vírus da gripe”, argumentou.

Thiago enfatizou ainda a importância da vacinação. “Nós não estamos atingindo as metas preconizadas, principalmente no grupo das crianças e gestantes, e isso é preocupante. A população também tem que colaborar, pois com a proximidade do período de temperaturas mais baixas, as crianças que têm doenças crônicas podem apresentar mais crises de asma, bronquite, rinite e sinusite”, alertou.

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