Falta de planejamento estrutural pode ser a grande causa de enchentes | F5 News - Sergipe Atualizado

Jabotiana
Falta de planejamento estrutural pode ser a grande causa de enchentes
Especialistas defendem na Alese proposta de macrodrenagem para solução do problema
Cotidiano | Por Saullo Hipolito 23/08/2019 11h19 - Atualizado em 23/08/2019 12h17


Em sessão solene na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), duas especialistas pontuaram questões acerca dos impactos ambientais na região que engloba o bairro Jabotiana e algumas localidades de São Cristóvão, na Grande Aracaju, alvos de enchentes que geraram transtornos para centenas de famílias.

Os problemas de macrodrenagem, bem como um rio assoreado, uma procura desenfreada por ocupação e a concentração de uma grande quantidade de chuva foram apontados como fatores determinantes para o caos que se estabeleceu na região.

A professora  doutora em Geografia Vera França (foto) há possibilidade de uma resolução de problemas a médio e longo prazos. "A elaboração e a execução de um plano de macrodrenagem vai ajudar bastante o bairro. Por isso, apresentar os problemas para a comunidade e autoridades, e discutí-los, é de extrema importância para uma posição satisfatória", afirmou a especialista.

Segundo ela,  o planejamento de macrodrenagem chegará atrasado devido a falta de uma melhor organização, pois o bairro foi ocupado rapidamente.

Os vetores de expansão de Aracaju foram apresentados pela especialista em Planejamento Urbano e Gestão das Cidades pela Universidade Salvador Sarah França, pesquisa realizada durante a seu doutorado. Ela afirma que esses impactos decorrentes do processo de produção e construção excessiva acaba fragilizando os moradores e o meio ambiente local.

"Falta infraestrutura suficiente para comportar o número de empreendimentos habitacionais que foi licenciado e construído, sobretudo a partir do plano diretor elaborado em 2000. É evidente que essa construção excessiva vai impermeabilizar o solo, em uma área que não tem drenagem e a proximidade das áreas ambientais como o rio Poxim e os mangues traz sérias consequências", afirmou Sarah França.

De acordo com as convidadas, esse alerta já tem sido dado há um certo tempo e o descaso do poder público em trabalhar instrumentos de planejamento de fato efetivos só prejudicou a situação.

Do ponto de vista arquitetônico, Sarah França ainda colocou que o excesso de construções muradas, causando o esvaziamento de pessoas nas calçadas, e a grande valorização dos espaços intramurados, tem causado sérios problemas até mesmo do ponto de vista da insegurança dos moradores.

Reuniões

Os moradores diretamente interessados na resolução do problema conseguiram se reunir com três setores envolvidos em um intervalo de aproximadamente um mês e saíram com promessas de cada encontro.

No dia 29 de julho, o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira indicou que uma das razões para as enchentes desse ano foi o assoreamento do rio, e afirmou que iria buscar recursos para o andamento das obras. Até conseguir, investiria em serviços como a desobstrução dos canais na região.

"O trabalho mostrando o assoreamento do rio precisa de um projeto. São projetos que vão exigir da Prefeitura, Governo do Estado, Governo Federal para encontrar a saída definitiva para os alagamentos. A prefeitura está disposta a liderar esse trabalho, vai buscar recursos, mas a prefeitura sozinha não consegue. É um projeto a longo prazo, mas que precisa começar logo, que a gente possa ir tomando medidas para resolver o problema", declarou o prefeito.

Representando o Governo do Estado, o secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade, Ubirajara Barreto, se disponibilizou, no dia 6 de agosto, a coordenar os detalhes das medidas junto à Prefeitura de Aracaju em nome do Governo de Sergipe.

Na oportunidade, o secretário afirmou ao portal F5 News que a prefeitura da capital fazia um estudo para apontar soluções viáveis e resolver a questão dessa área atingida. Ainda afirmou a possibilidade de uma obra ser realizada no rio Poxim-Mirim, para resolver o problema.

“Vamos pensar conjuntamente e ver a viabilidade das propostas apresentadas pela prefeitura de Aracaju. É importante que a comunidade saiba que já estamos, por exemplo, fazendo um diagnóstico para construção de uma barragem no Poxim-Mirim. Sendo viável, faremos esta obra que servirá para evitar alagamentos, e terá apenas esse objetivo, não servindo para o consumo humano, como foi o caso da barragem do Poxim", declarou o secretário.

Na última terça-feira (20), representantes do Governo de Sergipe se reuniram com uma comissão de moradores do bairro Jabotiana, na Zona Sul de Aracaju, para visitarem as obras do Sistema de Esgotamento Sanitário da Companhia de Saneamento de Sergipe na região. A visita foi combinada em reunião realizada anteriormente com o governador Belivaldo Chagas, para que governo e população possam encontrar soluções para alagamentos registrados na área em épocas de chuvas acima da média.

Nesta quinta-feira (22) aconteceu mais um encontro, desta vez com o prefeito de São Cristóvão, Marcos Santana. Ele afirmou que foi iniciado um serviço hoje, fruto de um termo de cooperação entre as gestões de Aracaju e São Cristóvão, com o objetivo de realizar obra de elevação de uma pista para diminuir as possibilidades de enchentes naquela área.

"Fruto dessa cooperação, começou o trabalho na via para que seja efetuado o trabalho de elevação que vai servir como escoamento dos condomínios. Aquela era uma área rural e foi urbanizada exclusivamente com interesse empresarial há um tempo. Fizemos um acordo de cooperação com os empresários, que compreenderam a situação, estão custeando um estudo de macrodrenagem na área e vão trabalhar justamente nessa obra de elevação da pista que terá resultado imediato do ponto de vista de trafegabilidade", informou.

O encontro ainda serviu para que o prefeito salientasse que a sua gestão está alinhada com o Governo do Estado e a Prefeitura de Aracaju na elaboração de um plano de drenagem e preservação da área.

"Nenhuma atuação somente em Aracaju vai resolver plenamente a situação daquela área. É uma área em que não há separação física, portanto, os estudos precisam ser feitos. Do ponto de vista de São Cristóvão é necessário que seja feito imediatamente porque precisamos acessar os recursos que o governo estadual disponibilizou para que seja feito também no território de São Cristóvão. Para nós, o interesse da realização conjunta é também de São Cristóvão", ressaltou.

Foto 2: Aldaci de Souza/ Alese

Foto 3: Ascom/ PMA

Foto 4: Heitor Xavier/Prefeitura de São Cristóvão

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