No carro, a caminho do trabalho, precisei fechar os olhos por uns instantes para lembrar do esqueleto/prédio recém demolido da avenida Rotary, na Atalaia. Não que tenha sido uma lástima a decisão de pôr “na chon” aquele estorvo que depreciava a paisagem local, justo a recepção tradicional de nossa Orla turística.

Mas, méritos à parte, o que motivou este texto foi a impressionante conclusão de como rapidamente desaparecem de nossas lembranças os elementos de composição urbana logo após serem retirados de cena.

Quem lembra fácil do casarão da rua Itabaiana perto da praça Tobias Barreto, onde funcionava o Procon? Ou das mansões da avenida Beira Mar nas esquinas das ruas Flávio Prado e Moacir Wanderley, bem ali nas imediações da cabeceira da ponte da Coroa do Meio?

Tento, aqui escrevendo, reviver as imagens de vários imóveis que sei que foram demolidos, mas ...muitos se perderam..., mal consigo lembrar das cores. Teria sido a bela casa da esquina da rua Itabaianinha com Laranjeiras, hoje um estacionamento, amarela com adornos florais brancos? Ou branca com adornos cinzas?

Bem, turbilhões de imagens desfilam em minha mente; o solar que virou Caixa Econômica na avenida Barão de Maruim; a casa da Pacatuba que virou prédio; ainda outra na Lagarto que abriga a Diagnoses, muitas na Atalaia, outras na praia. E assim vai.

Melhor parar por aqui. O fato é que tudo pode desaparecer num piscar de olhos e o que pode nos consolar é cultivar o hábito de admirar longamente tudo que consideramos relevante, para manter viva a história de nossas cidades.

Pelo menos em nossa memória!