Quer praticar corrida com o seu cão? Saiba os cuidados para que seja feita com segurança | Coluna de Estimação | F5 News - Sergipe Atualizado

Quer praticar corrida com o seu cão? Saiba os cuidados para que seja feita com segurança
Blogs e Colunas | Coluna de Estimação 20/08/2020 16h15 - Atualizado em 21/08/2020 15h46

Que praticar corrida é um esporte saudável e bom para os humanos, já sabemos, e para os cães é também benéfico. Entre os benefícios estão a manutenção do condicionamento físico, melhora da imunidade e a própria satisfação do pet como uma atividade prazerosa. É uma fonte de saúde e um momento para ser repleto de diversão, companheirismo e incentivo mútuo.

No entanto, é preciso de cuidados para que a corrida, sendo na forma de lazer ou profissionalmente com corredores experientes, seja feita com segurança com o seu melhor amigo, já que o cachorro pode não estar habituado a essa rotina e isso não pode ser feito de uma hora para outra. Se não houver uma preparação antes pode ocasionar problemas de saúde; ortopédicos, por exemplo. 

“Já vi vários casos de tutor ser um atleta, pega o animal de grande porte, como pastor alemão e labrador, e já começa a correr. Essas raças têm tendência maior a ter displasia coxofemural. Até em cães pequenos como bulldog, se começa a forçar demais a articulação acaba acarretando nessas patologias, como artrite, artrose precoce e displasia”, explica a veterinária Mônica Andrade. 

Além disso, nesse período de pandemia, fica indispensável cuidados de higiene para não levar contaminação para casa. Todo pet precisa de uma atividade ao ar livre, mas nesse novo contexto atual a atividade pode ser feita com moderação e tomando mais cuidados. Apesar de não haver evidência de que os animais de estimação possam se infectar ou transmitir o novo coronavírus, manter a higiene dele ao entrar em casa é fundamental. Se for possível fazer essa atividade ao ar livre, o faça mantendo todas as precauções exigidas e necessárias tanto para você quanto para o pet.

Primeiro passo

Antes de tudo, o primeiro passo para iniciar a rotina de corrida com o pet é fazer um check-up com o veterinário, para verificar se o animal está ou não bem de saúde. Se apresentar qualquer sintoma de doença, como tosse, perda de apetite, vômito, diarreia, febre, cada caso deve ser avaliado por um especialista antes de o cão começar a correr. 

“Alguns animais apresentam problemas cardíacos, então a gente precisa fazer esse acompanhamento, às vezes até o tutor não sabe. Com um check-up completo de rotina a gente já começa a verificar situações e problemas que podem vir a ocorrer ou não”, afirma a veterinária Mônica Andrade. 

Comece aos poucos

Se você é acostumado a percorrer distâncias longas, reduza. A adaptação para a atividade tem que ser feita aos poucos, no início profissionais veterinários recomendam caminhadas e corridas leves de 1,5 km, semana após semana, evoluindo para 2 km e depois 3km. “Não é pegar o pet e sair correndo com ele. Principalmente, um animal que tem uma vida sedentária e não tem costume de fazer atividade. Então, começa aos poucos”, cita a médica. 

Para começar a se acostumar, a veterinária indica nas primeiras semanas primeiro uma caminhada ritmada por 5 minutos no dia. “É seguindo os passos no mesmo ritmo, sem parar. Fazendo isso é um exercício muito bom para o animal e para o tutor também”, afirma. Depois, aumenta o tempo para 10 minutos no dia, posteriormente para 30 ou 40 minutos nos dias seguintes, sempre de forma gradual. "Até 40 minutos, três vezes ao dia, é um tempo muito bom de caminhada ritmada”. E daí, vai acelerando os passos de forma gradual. Faça aquecimento, com caminhada curta antes da corrida.

Uma observação. “Se na caminhada, o cão fica muito tempo de língua para fora, se ele cansa muito rápido, o animal dá sinais de cansaço, então, a caminhada ritmada deve ser feita no passo mais lento e de acordo com o que o animal aguente. Vai fazendo aos poucos, a medida que ele consegue ou não passar mais tempo em exercício”, diz.

Fique atento aos sinais

Se o animal apresentar tosse, cansaço, fadiga, respiração ofegante, rejeita a atividade e faz paradas bruscas, fique atento. O cão pode estar sentindo algum desconforto, ou dores, principalmente se a atividade estiver intensa. Pare a atividade, e se for o caso volte a procurar o médico. Se o pet sentou e reluta em voltar à atividade é sinal de que o cão precisa de descanso e/ou água. 

É preciso observar também, diariamente, os coxins (almofadinhas das patas - parte macia) no intuito de verificar o aparecimento de feridas. Profissionais também recomendam evitar correr com animais menores de seis meses ou um ano para não prejudicar a formação dos ossos.

Também é preciso prestar atenção ao comportamento, se o seu cão quer realmente fazer essa atividade, pois tem alguns que não gostam e o exercício não está sendo prazeroso. É preciso respeitar o limite do pet e nunca puxá-lo pela coleira para que acompanhe o seu ritmo de corrida, para evitar lesões. Por isso, treine antes com ele e consulte o médico para saber qual a coleira ou peitoral indicada. Facilita usar guias curtas para que o cão fique mais próximo durante a corrida e haja maior controle. Usar guias específicas para corridas somente quando o pet estiver já condicionado à atividade.

Alimentação adequada

Para essas atividades, também é importante que o pet esteja bem alimentado. Por isso, procure um veterinário para que ele recomende a rotina de alimentação mais adequada para o gasto energético do cão e às necessidades físicas dele, e na consulta informe quantas vezes na semana o pet irá correr com você, por quanto tempo e qual intensidade. Outra recomendação de veterinários é o de evitar alimentar o cão em horas muito próximas ao exercício e não oferecer petiscos durante a corrida para evitar vômito.

Caso ele esteja acima do peso, inclusive, é importante moderação na atividade, sendo que, além de uma alimentação adequada, incluir exercícios na rotina do pet ajudam no controle da balança e deixam seu cão mais saudável e disposto. “O animal que está com sobrepeso é indicado procurar primeiro o veterinário clínico e o nutrólogo para saber se precisa fazer uma dieta junto com os exercícios físicos, é importantíssimo esse acompanhamento”, orienta Mônica Andrade.

Hidratação e horário apropriado

Mantenha o pet bem hidratado. Antes de sair de casa e durante a atividade ofereça água fresca. Para isso, profissionais recomendam fazer pequenas pausas durante o trajeto, seja a cada 1 ou 2 km, dependendo do condicionamento do cão. Ao voltar para casa, espere o cão recuperar o fôlego e só depois ofereça a água aos poucos, sem ser muito gelada. Outra dica que colabora com a hidratação, é incluir alimentos úmidos ou frutas apropriadas para pets na rotina da alimentação. 

Escolher um local e horário apropriado para a prática de exercícios é importante. Prefira correr no gramado, mas se for na areia ou no asfalto, principalmente, nada de sair caminhando com o pet em horários de temperatura extrema, muito calor (entre 10h e 18h), já que nessas condições pode provocar queimaduras nos coxins do pet. Escolha temperaturas amenas. Os horários mais recomendados são no início da manhã e no final da tarde. Se não tiver certeza se está muito quente, tente colocar a palma da mão no chão para verificar a temperatura.

De olho na respiração

Outro fator importante é estar atento à respiração do pet. Cães braquicefálicos – aqueles com o focinho achatado – tem maior dificuldade de respirar. Neste caso, a orientação de profissionais é trocar por outra atividade. Se o cão tem o focinho achatado e não tem essa preparação física também cansam mais e pode sofrer uma parada respiratória, segundo a veterinária. “São cães que precisam de atenção e cuidados maiores, principalmente acompanhamento com veterinário”.

Higienização

Depois da atividade e lembrando que estamos no meio de uma pandemia, para evitar que a contaminação vá para casa, os mesmos cuidados de higienização que tem com os humanos, deve ter com os pets. “Não há certeza se o animal pode pegar a doença ou não, então a gente precisa ter todos os cuidados”, afirma a veterinária. 

Na rua, não deixe que o cachorro fique cheirando o chão e deitando, ou ainda arrastando o bumbum no chão. Chegou em casa é hora da limpeza. “Limpa todas patinhas, a barriguinha, o bumbum, com um banho a seco, para que se tire toda a sujidade e todo risco de contaminação que possa levar para casa”, completa a veterinária. 

Depois de todo esse cuidado e tendo em mente que para o pet essa é uma atividade recreativa, aproveite essa companhia com o seu melhor amigo. Mas, procure sempre um médico veterinário em caso de qualquer dúvida.

Mais Notícias de Coluna de Estimação
Pixabay/Ilustrativa
29/11/2022  20h30 Colesterol alto também afeta cães e gatos
Foto: Fundação Mamíferos Aquáticos
26/07/2022  11h35 Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho pede colaboração para proteger o animal
Foto: Divulgação
18/06/2022  10h05 ArraiAu Pet acontece no Rancho RioMar
Conheça 5 características do pit-bull e mude seu olhar sobre esse cão
24/05/2022  13h29 Conheça 5 características do pit-bull e mude seu olhar sobre esse cão
Reprodução/Instagram
12/04/2022  20h00 Adote um gatinho! Instituto divulga felinos para adoção em Aracaju

Blogs e Colunas
Coluna de Estimação
Coluna de Estimação

Fernanda Araújo é formada em Comunicação Social – Jornalismo pela UNIT, pós-graduada em MBA Marketing, Assessoria e Comunicação Integrada pela FANESE. Já trabalhou como assessora de comunicação em sindicato de classe, e atualmente, é repórter no Portal F5 News. Premiada em primeiro lugar no Prêmio João Ribeiro de Divulgação Científica da Fapitec, na categoria web jornalismo, em 2018.

E-mail: fernandaaraujo.jornalismo@gmail.com

O conteúdo e opiniões expressas neste espaço são de responsabilidade exclusiva do seu autor e não representam a opinião deste site.

F5 News Copyright © 2010-2024 F5 News - Sergipe Atualizado