Eleições 2020: por uma questão de sobrevivência, chegou a nossa hora | Consciência Limpa | F5 News - Sergipe Atualizado

Eleições 2020: por uma questão de sobrevivência, chegou a nossa hora
Por que é importante eleger pessoas preocupadas com a governança ambiental das cidades
Blogs e Colunas | Consciência Limpa 04/11/2020 06h51

Vamos votar para prefeito e vereador esse ano, duas funções públicas importantes para a gestão das nossas cidades, com papéis distintos, porém com obrigações relevantes para a reestruturação política, econômica, social e, sobretudo, ambiental. Por isso que eu digo: chegou nossa hora. É nossa responsabilidade, antes de qualquer coisa, escolher nomes que estejam fortemente e seriamente comprometidos com o meio ambiente. Porém, confesso, essa tarefa não é nada fácil.

São mais de 700 nomes tentando uma das 24 vagas na Câmara Municipal de Aracaju nas eleições desse ano. Sendo a grande maioria, homens. Dificilmente será possível verificar as propostas de campanha de todos esses candidatos. Mas, ainda assim, é possível afirmar que pouco se vê sobre meio ambiente entre as propostas (ou promessas, como queiram) de campanha eleitoral para vereança. 

Antes de aprofundar, gostaria de deixar claro o que, muitas vezes, nem o próprio candidato tem conhecimento: o papel do vereador. Uma das principais funções é a de fiscalizar o poder executivo municipal, a fim de identificar possíveis irregularidades na gestão. Mas, para além disso, um vereador é o representante do povo, aquele que está mais próximo da população - ou pelo menos deveria estar. É também papel deste cargo legislar: elaborando projetos de lei, aprovando-os ou rejeitando-os, afim da regulamentação da cidade.  Ele está na Câmara para alertar ao prefeito da cidade e seus secretários sobre questões do interesse público. Resumindo, é o nosso porta-voz. 

A partir dessa breve definição é possível ter noção suficiente da grande e importante missão desse político para as causas ambientais das nossas cidades. No entanto, o que estamos vendo, novamente, na campanha desse ano, são muitos candidatos preocupados com educação, saúde e economia, mas poucos demonstram o mesmo interesse pela governança ambiental da cidade. Assim como setores citados anteriormente, o meio ambiente deve estar entre as principais pautas de discussão na ordem do dia. Afinal, muitas das tragédias noticiadas nos últimos anos, a exemplo das queimadas na Amazônia e Pantanal, estão diretamente ligadas às políticas públicas para a área. Inclusive, segundo os cientistas apontam, até mesmo a pandemia do novo coronavírus tem relação direta com problemas ambientais. 

Já que estamos tratando de eleições municipais, posso citar facilmente situações que ocorrem em Aracaju há anos, e que tem influência dos desafios ambientais que o planeta enfrenta: a exemplo das inundações no bairro Jabotiana; os rios visivelmente poluídos; a falta de saneamento básico em determinados bairros da cidade; a falta de área verde preservada, com árvores frutíferas pela cidade; construções irregulares; falta de coleta seletiva para 100% da população; além das queimada etc. 

Muito se houve falar em uma “aracaju sustentável”, mas, sem tanto aprofundamento sobre o que, de fato, poderá ser feito. É preciso iniciativa pública para modificar situações insustentáveis que já fazem parte da capital sergipana há anos, além de fiscalização para saber o que está sendo cumprido. Vou citar um exemplo básico: foi aprovado um projeto de lei proibindo bares e restaurantes de oferecerem canudos plásticos. Você, cidadão aracajuano, pode me responder com facilidade se isso vem sendo cumprido. E olhe que é algo básico. 

Portanto, chegou a nossa hora. De cobrarmos e exigirmos dos parlamentares que os temas ambientais sejam priorizados, uma vez que, inadiáveis. Chega de discurso meia-boca. É preciso tratar a questão com responsabilidade e seriedade, já que querem o progresso de uma cidade habitável, com saúde e bem-estar social para a coletividade. Tendo consciência plena disso, a nossa obrigação é mirar naqueles que demonstram o interesse que a temática exige. Nada menos do que isso. Pela sobrevivência da nossa cidade.

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Lais Oliveira de Melo, jornalista diplomada, pós-graduanda de MBA em Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, atualmente repórter do Jornal da Cidade e blogueira em Consciência Limpa. Premiada em 2018 no Prêmio Setransp com a terceira melhor reportagem de veículo impresso. Trabalhou por cinco anos no marketing digital de uma empresa de turismo e participou de um programa de estágio no F5 News.

E-mail: demelo.lais@gmail.com

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