"Não serei bancada do amém. Mas não serei oposição por oposição", diz Kitty Lima | Joedson Telles | F5 News - Sergipe Atualizado

"Não serei bancada do amém. Mas não serei oposição por oposição", diz Kitty Lima
Blogs e Colunas | Joedson Telles 06/01/2019 07h37 - Atualizado em 06/01/2019 07h45

A deputada estadual Kitty Lima afirma que, assim como o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PC do B), contou com ela quando favoreceu os aracajuanos, na Assembleia Legislativa, o governador Belivaldo Chagas também terá o seu voto nas mesmas condições. "Poderá contar comigo sempre que apresentar projetos que realmente beneficiem o sergipano. Não serei bancada do amém. Mas também não serei oposição por oposição.", diz a parlamentar que ainda revela a sua surpresa mais negativa quando da sua passagem pela Câmara de Aracaju. "Perdi as contas e, infelizmente, na maioria dos dias de sessão não conseguimos quórum para votar os projetos que nós mesmos protocolamos. Depois acaba ficando um processo bem atropelado como pode ser visto sempre nas votações de projetos do Executivo. Precisamos de mais transparência e respeito".

A senhora deixa a Câmara de Aracaju pela porta da frente para assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa. Qual o balanço dos anos como vereadora de Aracaju?

Saio da Câmara com o sentimento de missão cumprida. Não é fácil aprovar cerca de 20 projetos em 2 anos. Ainda mais sendo independente como sempre me propus a ser. Mais legal não é nem a quantidade, mas sim a qualidade dos projetos. Consegui a primeira política pública da causa animal. O Castramovel hoje é uma realidade. Agora é trabalhar pelo ponto fixo de castração das fêmeas. Uma felicidade conseguir lei que combate o abuso sexual nos transportes coletivos. Além da lei que combate à violência obstétrica. Precisamos sim falar das inúmeras violências que nos mulheres sofremos diariamente. Preciso usar meu mandato para isso também. Consegui fechar o mandato com uma emenda ao Fundo do meio ambiente, garantindo recursos para a causa animal.

O vereador Lucas Aribé afirmou, ao ser entrevistado pelo Universo, que a Câmara de Aracaju é uma subsecretaria da PMA. A senhora comunga com esta definição?

Infelizmente, eu concordo. Isso é fácil de perceber ao analisar as rejeições a alguns projetos. É muito difícil trabalhar numa casa onde vemos a grande maioria dos vereadores como sendo aliados do prefeito.

O que mais lhe surpreendeu no execício do mandato de vereadora positivamente?

Com certeza a aceitação da população perante o trabalho que eu venho desenvolvendo é o ponto mais positivo. Me mostra que estou no caminho certo e me dá ainda mais energia para seguir firme. Ver o quanto consigo contribuir com minha cidade e meu estado é honroso.

E negativamente?

O processo político como se dá é muito complicado. Fico triste de ver o número de dias realmente proveitosos. Perdi as contas e, infelizmente, na maioria dos dias de sessão não conseguimos quórum para votar os projetos que nós mesmos protocolamos. Depois acaba ficando um processo bem atropelado como pode ser visto sempre nas votações de projetos do Executivo. Precisamos de mais transparência e respeito.

O que Sergipe, sobretudo os que votaram em Kitty Lima para deputada estadual, podem esperar do seu novo mandato?

A mesma independência e coragem. Seguirei combativa em defesa do que for melhor para a população. Só que agora, mais do que nunca, pelo estado inteiro.

O que esperar deste do PPS com as filiações dos oriundos do Rede?

A proposta dessa fusão é formar um novo grupo político que tenha como real interesse a melhoria das condições de vida da população. Infelizmente, a Rede não atingiu a cláusula de barreira que garantiria sua existência enquanto partido.

O governador Belivaldo Chagas já disse que sozinho não governará Sergipe. Fez um apelo para que todos se somem pelo estado. Como a senhora avalia isso? Ele pode contar também com Kitty Lima?

Assim como Edvaldo, Belivaldo poderá contar comigo sempre que apresentar projetos que realmente beneficiem o sergipano. Não serei bancada do amém. Mas também não serei oposição por oposição.

Há momentos em que o Poder Executivo não resolve determinada demanda e a oposição, no Poder Legislativo, por sua vez, apenas se vale de discursos críticos que também não resolvem. É possível acabar com esta cultura, e o Legislativo passar a dar uma contribuição mais significativa à população? Mais ações e menos retórica?

Sempre fui a favor de fazer mais do que falar. Mas acredito que seja preciso entender o real papel de cada um. Quem faz é o executivo. O legislativo tem o papel de fiscalizar e dar suporte às ações.

Lula livre?

Que se cumpra e respeite a Constituição. Quem errou e descumpriu a lei deve pagar. Isso tem que valer para todos.

Uma de suas principais bandeiras e a defesa dos animais. Uma sociedade que não se importa com animais sendo maltratados - ou é omissa diante da questão - é uma sociedade falida?

Sim. Sem dúvida. E não sou eu quem digo isso. É a ONU e a OMS. Falar dos animais, é falar de saúde e segurança pública. Tem 2 anos que venho falando isso em tribuna. Seguirei falando e mostrando essa realidade.

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