A Alese precisa ter alternativas para ajudar a economia, diz deputado | Joedson Telles | F5 News - Sergipe Atualizado

A Alese precisa ter alternativas para ajudar a economia, diz deputado
Blogs e Colunas | Joedson Telles 19/04/2020 19h05 - Atualizado em 19/04/2020 19h08

O deputado estadual Georgeo Passos (Cidadania) diz, nesta entrevista, que a Assembleia Legislativa precisa apresentar alternativas a ajudar economia sergipana. "Eu acho que é necessário o diálogo com as entidades representativas, precisamos ouvi-los e saber qual o atual panorama que eles estão vivenciando. Recebemos informações de que várias empresas estão fechando as suas portas e estão demitindo seus colaboradores e isso é muito ruim neste momento. Esperamos que os 24 deputados possam construir alternativas para que se mantenha a chama da economia acesa. Nós sabemos o quanto vai ser difícil se o número do desemprego aumentar em Sergipe", diz.

Como tem sido a experiência de participar de sessões virtuais da Alese, por conta do coronavírus?

O ideal seria as sessões presenciais. Até para que nós pudéssemos desenvolver com mais tranquilidade e com mais qualidade o nosso trabalho. No entanto, em virtude desta pandemia, a solução encontrada foi às sessões remotas, que, neste primeiro momento, só permite que façamos reuniões para votação. E é aí que eu acho que precisamos evoluir. Na minha avaliação, nós precisamos ter também o espaço para os debates, o Pequeno e o Grande Expedientes, e isso não tem na resolução que nós mesmos aprovamos. Já sugerimos essa alteração, porque é necessário que os deputados não se reúnam apenas um dia por semana para votar, como está acontecendo. É necessário termos mais sessões, sendo algumas deliberativas e outras para que haja os debates e as discussões. A sociedade precisa estar informada sobre o que está acontecendo. Além disso, nós precisamos ter espaço também, para se for o caso, cobrar as ações dos nossos governantes. Isso é uma das principais funções do parlamentar. Por outro lado, não deixa de ser algo histórico na Assembleia. É sem dúvidas, um marco, que tem limitações que nós precisamos resolver o quanto antes.

Os trabalhos estão comprometidos até que ponto?

Como falei acima, o que mais compromete é a falta do debate, das discussões. É a ausência das reuniões das comissões, principalmente neste momento onde a Comissão de Saúde precisar ser ativa. Tenho certeza que, se pudessem, os membros estariam se reunindo presencialmente para tomar determinadas medidas e isso, eu creio que comprometa. Mas é lógico, temos que também buscar alternativas e inovar para manter a qualidade do trabalho desenvolvido pelo nosso Parlamento, que tem uma missão importante neste momento, a de fiscalizar. Vemos aí quantidade de recursos que estão chegando para o Governo do Estado. Em menos de 20 dias já foram mais de R$ 50 milhões vindo do Governo Federal para o combate a Covid19 e nós precisamos estar atentos neste momento, fiscalizando e olhando, ouvindo a sociedade e apontando soluções para minimizar os impactos desta doença tanto na área da saúde, como também na área da nossa economia.

Estamos enfrentando o problema do coronavírus da forma correta?

O Coronavírus é algo muito novo, é inédito no mundo todo, não está sendo fácil para nenhum governo enfrentar esse vírus. O que se tem à disposição, eu creio que nossos governantes estão tentando fazer. Lógico que estamos ainda em uma fase bem embrionária aqui no nosso estado, com poucos casos, graças a Deus, mas nós sabemos que vamos ter depois das testagens um número maior de pessoas identificadas com a Covid. Temos essa questão da economia, que com o isolamento, também vamos ter um problema para solucionar mais a frente - e esperamos que tudo que foi tomado como medida até agora, tenha sido da forma correta. Mas isso, só o tempo é quem vai dar as respostas. Não adianta eu estar aqui como muitos falam “neste momento nós não precisamos de engenheiros de obra pronta”. O que nós precisamos realmente é que nossos líderes busquem informações, busquem os especialistas e também, quem pode ajudar para que as decisões tomadas sejam as mais corretas. Cem por cento, nenhum governo vai acertar. Infelizmente.

O isolamento social é imprescindível em todo o estado?

Com relação ao isolamento social, em um primeiro momento, se fez necessário, mas sabemos que ele tem uma duração. Então, eu creio que, logo nos próximos decretos, como já está acontecendo, o governador vai precisar refletir muito sobre quais setores ainda irão permanecer em isolamento e que permanecerão fechados. É importantíssimo que a população também colabore neste momento, que cada uma faça a sua parte. Eu acho que isso vai ser o maior desafio dos governantes, fazer com que a sociedade entenda o problema que estamos enfrentando e que juntos possamos traçar estratégias para sairmos disto. Cada cidade tem a sua peculiaridade, eu sempre digo isso, não é uma receita de bolo pronta. Tem vezes que o remédio que será aplicado em Aracaju não vai servir, por exemplo, para o município de Ribeirópolis. Quem sabe, se dermos a mesma dose, os efeitos sejam totalmente diferentes. E aí esperamos que com o passar do tempo, com segurança e ouvindo os especialistas, nós possamos ir flexibilizando esse isolamento, de uma forma gradual e fiscalizada, com muita responsabilidade e principalmente com as pessoas sabendo e cumprindo o seu devido papel neste momento.

Há uma preocupação pertinente com o fechamento do comércio. O que a Alese tem feito e pode fazer para ajudar a socorrer empresários e lojistas, assegurando empregos?

Nós já verificamos que alguns colegas protocolaram projetos de lei com o objetivo de ajudar também os empresários e lojistas. Lógico que alguns precisam ser analisados para sabermos se realmente a iniciativa poderia partir do parlamentar, ou teria que vir do próprio Poder Executivo. A Assembleia está fazendo o máximo para contribuir neste momento, na área específica de ajuda para a saúde, os 24 deputados se somaram e reprogramaram as emendas parlamentares impositivas estaduais e com isso vamos direcionar R$ 12 milhões para o combate a Covid19. Além disso, a Assembleia também está fazendo seus cortes para poder colaborar com o Governo, na redução do duodécimo. Agora, precisamos ter alternativas também para ajudar nossa economia. Eu acho que é necessário o diálogo com as entidades representativas, precisamos ouvi-los e saber qual o atual panorama que eles estão vivenciando. Recebemos informações de que várias empresas estão fechando as suas portas e estão demitindo seus colaboradores e isso é muito ruim neste momento. Esperamos que os 24 deputados possam construir alternativas para que se mantenha a chama da economia acesa. Nós sabemos o quanto vai ser difícil se o número do desemprego aumentar em Sergipe. Muitas pessoas passarão necessidades e sabemos que os entes públicos também vão ter sua capacidade limitada, até mesmo pela queda da arrecadação que eles estão enfrentando. Então temos que encontrar um ponto de equilíbrio neste momento tão difícil para todos.

O senhor defende a redução de vencimentos de políticos com mandatos, como forma de economizar recursos para combater a doença? E de outras autoridades?

Este é um momento em que todos devem cortar na carne para colaborar. Como nós já dissemos, a Assembleia, através das emendas parlamentares e com a união dos 24 deputados, vai encaminhar R$ 12 milhões para a área da saúde. Além disso, vai colaborar também com o corte das suas despesas e se for necessário, eu não tenho dúvidas de que os colegas vão acatar essa sugestão, que inclusive já foi dada por uma deputada. Lembrando que os 24 deputados, estão sempre atentos a todos os públicos que lhe procuram. Eu não tenho dúvidas de que eles estão tirando dos seus salários e colaborando com as pessoas que estão passando por dificuldades. E lógico, esperamos também que esse exemplo seja seguido pelas demais autoridades, pelo chefe do Poder Executivo, pelas pessoas que compõe o Poder Judiciário e o Ministério Público, o Tribunal de Contas, enfim, todas as pessoas que estão em um patamar salarial no estado, considerado o topo. Acho que é o momento de todos se somarem nesta luta e nós estaremos à disposição também para colaborar além do que estamos fazendo.

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