A força do dinheiro estará presente nas eleições de Sergipe, diz Paulo Márcio | Joedson Telles | F5 News - Sergipe Atualizado

A força do dinheiro estará presente nas eleições de Sergipe, diz Paulo Márcio
Blogs e Colunas | Joedson Telles 06/08/2018 18h22

Filiado ao DEM, o delegado Paulo Márcio, ensaísta do site Universo Político, lamenta, nesta entrevista, que, nas eleições 2018, apenas a fatia do eleitorado mais esclarecida estará atenta para não eleger os políticos "ficha sujas". Segundo ele, o voto foi transformado em uma mercadoria. "Sobretudo no interior e nas regiões menos desenvolvidas, os fichas sujas atuam sem nenhum pudor. E quem vende o voto, o faz ciente da ilicitude da conduta", diz Paulo Márcio, acreditando que a força do dinheiro estará presente, sim, nas eleições de Sergipe. "Sem sombra de dúvida. A compra de votos é uma via de mão dupla. Assim como não há traficante sem usuário, também não existe político corrupto sem eleitor condescendente", diz, apostando que uma suposta eleição do candidato a governador Mendonça Prado seria bom para Sergipe. "Um homem público honrado, honesto e com visão, capaz de recolocar Sergipe nos trilhos do desenvolvimento e reestruturar setores negligenciados como saúde, educação e segurança pública". A entrevista:

O que o levou a se filiar ao DEM?

A minha filiação ao Democratas se deu em função de um convite formulado pelo atual presidente estadual e pré-candidato ao Governo do Estado, Mendonça Prado, que na ocasião me incentivou a concorrer a uma cadeira na Assembleia Legislativa ou na Câmara Federal. Eu me senti muito honrado com o convite e me filiei ao partido, mas, solicitando a compreensão de Mendonça, informei-lhe que uma candidatura em 2018 estava fora de cogitação.

Paulo Márcio já foi filiado ao PT. Há muita diferença entre as duas legendas?

É óbvio que existem diferenças. Democratas e PT estão em polos ideológicos opostos, cultivam valores distintos. Não me refiro a questões morais ou éticas, pois não me cabe fazer esse tipo de julgamento. Falo de visão de mundo, posicionamento diante de temas que vão desde a descriminalização do aborto até as relações entre o Brasil e outros países. Isso não impede que, aqui ou ali, haja uma convergência de opiniões. Mas as diferenças ideológicas estão na base, na raiz de cada um dos partidos. E isso é muito bom para a democracia, pois permite a alternância de poder, que revela as forças, fraquezas e contradições de quem se propõe a governar os destinos de um povo.

Por que não aceitou o convite para disputar a eleição 2018 Para deputado pelo DEM?

Uma candidatura, para ser bem-sucedida, requer preparação, apoio, estratégia e muito envolvimento e dedicação. Não haveria tempo hábil para eu conseguir tudo isso este ano. Eu também não teria como abraçar uma candidatura sem ter que abandonar alguns projetos pessoais e familiares já iniciados. Por isso declinei do honroso convite. Mas me coloquei à disposição do nosso pré-candidato para ajudar na elaboração de um plano de segurança pública a ser apresentado ao eleitorado sergipano.

O que Sergipe pode esperar de Mendonça Prado, numa eventual eleição?

Aquilo que todos já sabemos. Um homem público honrado, honesto e com visão, capaz de recolocar Sergipe nos trilhos do desenvolvimento e reestruturar setores negligenciados como saúde, educação e segurança pública. Podemos esperar uma gestão moderna e eficiente, como a população de Salvador vem experimentando na administração do prefeito ACM Neto, um dos melhores quadros do nosso partido.

O DEM tem consciência das demandas mais urgentes de Sergipe?

Não existe partido político com maior identificação com Sergipe e sua gente do que o Democratas. E só quem conhece a fundo os problemas de um povo tem a capacidade de solucioná-los sem remendos e maquiagem. Esse é o maior legado do Democratas e seu principal expoente em Sergipe, o ex-governador João Alves Filho. Mendonça é a esperança de um novo alvorecer na política sergipana.

Há quem diga que Mendonça é um quadro preparado, mas "eleição majoritária é grupo". Como Mendonça e o DEM podem minimizar isso?

Essa eleição está totalmente indefinida, além do mais não está havendo polarização. Isso quer dizer que o jogo está zerado para todo mundo e que provavelmente haverá segundo turno. São enormes as chances de Mendonça chegar ao segundo turno, apesar de não ter formado um amplo arco de alianças, e, nessa nova etapa, os apoios chegarão de forma natural.

Mendonça nunca escondeu seu desejo de participar de um debate numa eleição para Governo do Estado. Como espera que se dê este embate? Teremos um Mendonça agressivo?

Teremos um Mendonça propositivo, preparado e disposto a apresentar propostas exequíveis para os principais problemas do Estado. E esperamos dos adversários um comportamento compatível e à altura.

Acredita no uso das máquinas durante o pleito? Aliás, isto já até acontece, mesmo antes das convenções partidárias?

O uso da máquina com fins eleitoreiros é um atentado contra a democracia. Mas o Brasil está mudando, as instituições estão funcionando com mais autonomia, isenção e rigor. O abuso do poder político e econômico tem que ser combatido para que as eleições sejam limpas e transparentes. E nós estaremos atentos para identificar e denunciar qualquer violação à lei eleitoral.

Será uma eleição na qual o eleitor estará atento aos fichas sujas?

Apenas o eleitor mais esclarecido, lamentavelmente. O sistema político-eleitoral brasileiro está corrompido desde o nascedouro. O voto foi transformado em uma mercadoria. Sobretudo no interior e nas regiões menos desenvolvidas, os fichas sujas atuam sem nenhum pudor. E quem vende o voto, o faz ciente da ilicitude da conduta. Em última instância, fichas sujas e eleitores desprovidos de civismo atuam conjuntamente para a manutenção desse quadro de horror.

Então acredita na força do dinheiro? Haverá brechas para corruptos efetuarem ar compra de votos?

Sim, sem sombra de dúvida. A compra de votos é uma via de mão dupla. Assim como não há traficante sem usuário, também não existe político corrupto sem eleitor condescendente.

Como avalia o movimento Lula Livre? Estamos falando de um preso político, como ele desabafa em uma carta?

A narrativa de que Lula é um preso político não tem amparo nos fatos e no farto material probatório produzido pelos órgãos de persecução e analisado pelas instâncias do poder judiciário. É apenas uma estratégia política com elevada dose de vitimismo, que não encontrou ressonância fora das hostes petistas.

A pré- candidatura do delegado Alessandro Vieira empolga o delegado Paulo Márcio?

É uma candidatura que tem o meu respeito, como qualquer outra, mas pertencemos a campos políticos opostos.

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