André faz balanço da passagem pelo Rio e explica porque entregou o cargo | Joedson Telles | F5 News - Sergipe Atualizado

André faz balanço da passagem pelo Rio e explica porque entregou o cargo
Blogs e Colunas | Joedson Telles 20/09/2020 19h25

Neste domingo, dia 20, o ex-deputado federal André Moura (PSC) faz um balanço positivo da sua passagem pela Secretaria de Estado da Casa Civil do Rio de Janeiro, explica porque entregou o cargo, fala dos seus planos políticos e faz uma avaliação otimista do projeto de reeleição do prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT). "Nós precisamos de gestores - e Edvaldo Nogueira é um bom gestor, um grande prefeito; e temos de reconhecer isso, pois enfrentou momentos de dificuldades como todo o país e fez com que Aracaju voltasse a ser uma capital de referência. Edvaldo é um cara preparado, tem experiência, já foi testado e aprovado", assegura André. 

Qual o balanço que o senhor faz da sua passagem pela Casa Civil do Governo do Estado do Rio de Janeiro?

Um balanço extremamente positivo. Há quinze dias, por exemplo, entregamos ao governador em exercício, Cláudio Castro, um pacote de austeridade; cada etapa desenvolvida por mim junto com nossa equipe na Casa Civil, estabelece medidas duras de transparência para termos mais fiscalização e rigor nos pagamentos do Governo do Estado do Rio de Janeiro. No dia da minha saída da Casa Civil, concluímos a última etapa desse pacote de austeridade. Determinamos novas regras para Termos de Ajuste de Contas (TACs). Em 2019, foram pagos mais de meio bilhão em TACs e com as novas medidas que aplicamos, essas despesas serão coibidas. Já os processos licitatórios só poderão ser homologados se os valores estiverem referência de mercado ou abaixo de atas que estejam em vigor nos Governos Federal, do Estado ou do Judiciário. Definimos também regulamento mais severo para os restos a pagar de exercícios anteriores. Agora, teremos uma ordem de prioridade que será do maior para o menor desconto oferecido por quem quiser receber esse recurso. Nossa intenção foi dar choque administrativo no Governo do Estado, e assim fizemos desde que chegamos, no início de outubro de 2019. Na Governança, conseguimos fazer um trabalho que permitiu ao governo do estado chegar ao final do ano pagando o salário dos servidores rigorosamente em dia e o 13º integral, no início do mês de dezembro Quando sentei na cadeira de secretário da Casa Civil o Governo não tinha a perspectiva, sequer, de pagar a folha de novembro. Fizemos ajustes cortando despesas desnecessárias e reprogramamos todas as prioridades gerenciando os gastos. Após seis anos conseguimos bater o índice constitucional de investimento de 25% na educação e 12% na Saúde; iniciamos várias obras e concluímos outras tantas. Eu tenho certeza que tudo isso vai fazer com que haja mais transparência, segurança jurídica e rigor nos gastos, pagamentos, contratações e compras do Governo do Estado do Rio de Janeiro.

Por que o senhor entregou o cargo?

Por opção. Principalmente por questões pessoais e familiares. Eu venho de um ritmo muito intenso. Passei oito anos em Brasília, dos quais, quase três anos, líder do governo no Congresso, cuja função suscitava permanência de tempo maior que o normal do mandato parlamentar. Depois, como secretário de Estado do Rio de Janeiro e da Representação do Estado em Brasília passava boa parte do tempo na ponte aérea Aracaju-Rio-Brasília e Brasília-Rio-Aracaju. Ficava fora a semana praticamente toda, de domingo à tarde até sexta-feira à noite. Eu chegava aqui na madrugada do sábado e voltava no domingo logo após o almoço. Passava apenas um dia e meio aqui em Sergipe, o que me afastou muito da família e começaram a aparecer as cobranças - mais que normais. Também tem a nossa posição política em Sergipe; agora que as eleições municipais estão se avizinhando minha presença tem sido mais requisitada pelo meu agrupamento e é impossível me manter dividido sobre esse assunto. Esse é um momento importante, balizador para as eleições de 2022. Nas convenções que fui, no final de semana passado, notei o quanto é necessária a minha presença. É a maneira que eu tenho de retribuir todos aqueles que me apoiaram em 2018. Vou fazer aquilo que estiver ao meu alcance e estar mais presente.

Permanece no governo, na Secretaria de Representação em Brasília, como deseja o governador Cláudio Castro?

Na semana passada estava conversando com o governador Cláudio Castro e, num primeiro momento, ele esteve muito resistente ao meu pedido de exoneração, mas conseguimos chegar a um entendimento em que aceitei permanecer tocando os interesses do Estado do Rio de Janeiro, lá em Brasília. A gente sabe que o ritmo de trabalho na Casa Civil é muito mais intenso, até pelo próprio tamanho e complexidade da secretaria, mas na Representação em Brasília o trabalho, mesmo tendo sua importância igual, vai permitir que a gente possa também se dedicar mais à política em Sergipe e ficar mais próximo à família e amigos. Vale salientar que agora em vez de duas secretarias, como antes, ficarei responsável por apenas uma.

A Assembleia do Rio avança no processo de impeachment do governador afastado Wilson Witzel. O senhor acredita que há como reverter a situação?

Não estou mais acompanhando de perto, contudo entendo ser difícil. O resultado da comissão que aprovou o relatório do deputado Rodrigo Bacellar propondo o afastamento do governador por até 180 dias foi de 24 votos a zero; isso mostra uma tendência muito forte de que no plenário o resultado se mantenha.

Acredita que sua ligação com o governador afastado terá peso negativo no seu projeto político, em Sergipe?

Não. Eu recebi um convite técnico do governador Wilson Witzel para fazer a governança do seu governo e ajudar na governabilidade. Eu nunca tive ligação política com o governador Witzel. Eu o conheci, quando ainda líder do Governo no Congresso Nacional, durante as discussões para a reforma política e o encontrei, por várias vezes, enquanto liderava e coordenava um grupo de magistrados que pretendiam sair candidatos sem ter a necessidade de renunciar ao cargo. Posteriormente ele se elegeu pelo meu partido e eu recebi e aceitei seu convite para assumir a Secretaria de Representação em Brasília. E, pelo bom trabalho desempenhado, após quatro meses levando recursos para o Rio de Janeiro como nunca antes visto na história Fluminense num curto espaço de tempo, o governador me convidou para chefiar a Casa Civil. O que fiz pelo Rio de Janeiro é reconhecido por todos. A minha decisão de entregar o cargo foi de encontro ao desejo do governador em exercício, da Alerj e dos secretários. Todos desejavam a minha permanência e expressaram isso, mas eu resolvi sair pelos motivos que já expliquei. Por isso, não vejo como meu trabalho, exercido de forma técnica, sem nenhuma ligação com os fatos que, infelizmente, ocorreram no Governo do Estado do Rio, mais especificamente na área da saúde, possam afetar meu projeto político em Sergipe.

Tentar voltar à Câmara Federal, em 2022, está nos seus planos? O seu último mandato lhe incentiva a recomeçar por aí?

Ainda não tenho nenhuma definição em relação a 2022. Cada coisa no seu tempo. Nós estamos no processo das eleições municipais. Como já disse anteriormente, é um processo importante e balizador para as eleições estaduais de 2022. O foco agora é nos dedicar às eleições municipais, trabalhar e ajudar os nossos amigos e correligionários neste momento. Essa é nossa missão principal. Passado esse período, vamos sentar com nosso agrupamento político, nossos amigos e, primeiro realizar uma avaliação dos resultados; segundo fazer uma projeção para 2022 e, logicamente, definir ao que nós iremos concorrer no futuro. Não há nada definido e se a decisão for a de ser candidato à Câmara Federal, será uma honra poder voltar ao Parlamento, onde tenho certeza: fiz história; não só lá, mas também aqui, em Sergipe, como um dos parlamentares, entre deputados federais e senadores que mais ajudaram ao Estado de Sergipe, o que mais trouxe recursos. Modéstia à parte, pode juntar todos e nenhum fez o que eu fiz por Sergipe, nenhum fez com que Sergipe fizesse parte das grandes discussões nacionais, porque enquanto estive líder do governo na Câmara Federal e no Congresso Nacional todas essas discussões passaram por mim. Então, se a decisão for para que eu seja candidato a deputado federal, sei que irei produzir e fazer muito por Sergipe. Mas essa discussão nós iremos deixar para depois das eleições municipais.

A propósito, o senhor tem mantido uma boa relação com os prefeitos que o seu mandato ajudou? Estará nas campanhas deles, apoiando?

Tenho uma excelente relação com os prefeitos. Lógico que tem alguns que eu ajudei por questão de compromisso e de responsabilidade com uma nova política, de forma republicana com a ética. Não ajudei os prefeitos, ajudei os sergipanos dos 75 municípios independente de o prefeito votar ou não em mim para senador. Em boa parte dos municípios estarei no palanque dos prefeitos que receberam minha ajuda. Em outros, estarei no palanque daqueles que tenho laços de amizade, de companheirismo, que fazem parte do meu agrupamento político há mais tempo. Estar em lado oposto não significa dizer que terei atitude desrespeitosa. Nada disso. Tenho bom relacionamento com todos. Ajudei porque sabia que era uma oportunidade que teria, enquanto líder do governo, de ajudar minha gente que mora no interior e seriam os mais beneficiados. Os que moram na capital, Aracaju, mas sofriam com diversos problemas estruturantes por vários anos. Têm prefeitos desses municípios que eu ajudei que não votaram em mim para o Senado e nem eu cobrei isso deles, o meu objetivo, o meu ideal, era ajudar ao sergipanos e assim eu fiz.

Há o compromisso deles retribuírem o apoio em 2022?

O meu agrupamento sempre foi muito correto comigo e nossa relação sempre foi transparente, de muito diálogo e respeitosa. Primeiro é preciso definir qual cargo irei disputar em 2022 para depois saber se vou ter o compromisso de todos e eles comigo. Mas a certeza é de que eu estarei no palanque de todos que me ajudaram em 2018 que é a maneira que eu tenho de retribuir e agradecer. É o meu gesto de reconhecimento e gratidão ao que eles fizeram comigo. Ajudá-los agora em 2020. O pleito de 2022 será outra etapa a ser cumprida e só começará a ser discutida depois das eleições deste ano.

Especificamente em Aracaju, como espera ajudar Edvaldo Nogueira, fora os recursos que o seu mandato assegurou, durante a gestão dele?

A maior ajuda que eu poderia dar a Aracaju e, consequentemente, a Edvaldo Nogueira foi o que eu fiz: viabilizar cerca de R$ 320 milhões que são responsáveis, portanto, pela maioria e pelas grandes obras que estão sendo feitas hoje em Aracaju. Melhoramento da mobilidade urbana de vários corredores de ônibus com recapeamento das avenidas Ivo do Prado, da Beira Mar, Nova Saneamento, Francisco Porto, Rio de Janeiro e as principais vias do centro de Aracaju; pavimentação e drenagem da Euclides Figueiredo, do Moema Meire, da Zona de Expansão; semáforos inteligentes; corredor de transporte urbano da Hermes Fontes; recursos na área da saúde; da educação; esporte; creches que estão em obras. Tudo isso, e se eu for falar vamos demorar muito tempo e cansar o leitor, mas a certeza que a maior ajuda que eu podia dar a Aracaju e a Edvaldo, foi durante o meu mandato. Durante a eleição, Edvaldo vai ter oportunidade de mostrar e prestar contas a Aracaju de todas as obras. Ele transformou Aracaju em um verdadeiro canteiro de obras com os recursos viabilizados pelo mandato do ex-deputado federal André Moura. E na campanha, o nosso diretório municipal do PSC decidiu por apoiar a reeleição do prefeito Edvaldo Nogueira e nós estaremos com todos os nossos 36 candidatos a vereadores, quatro deles com mandatos, ex-vereadores, lideranças políticas importantes nos mais diversos bairros de Aracaju, todos envolvidos no mesmo propósito que é trabalhar para a reeleição do prefeito Edvaldo Nogueira. São essas as ajudas: administrativa através do meu mandado e política através do nosso agrupamento político aqui em Aracaju.

Como avalia a chance de Edvaldo Nogueira ser reeleito?

Muito boa. O aracajuano tem consigo nessa eleição uma responsabilidade muito grande, a de escolher quem verdadeiramente tem condições de ser o gestor de Aracaju. Nós precisamos de gestores - e Edvaldo Nogueira é um bom gestor, um grande prefeito; e temos de reconhecer isso, pois enfrentou momentos de dificuldades como todo o país e fez com que Aracaju voltasse a ser uma capital de referência, durante esse período, pagando servidores e fornecedores em dia. Aracaju, hoje, é um grande canteiro de obras que melhoram a qualidade de vida das pessoas. Nossa capital voltou a ter qualidade de vida e tudo isso temos que reconhecer. Edvaldo é um cara preparado, um bom gestor, tem experiência, já foi testado e aprovado. Eu não tenho dúvida que ele tem todas as condições e é o melhor candidato para continuar fazendo esse trabalho de gestão em Aracaju. Acredito que ele tem tido o reconhecimento das pessoas, as próprias pesquisas de opinião pública têm demonstrado isso; portanto, entendo que Edvaldo Nogueira deverá ser reeleito. Até por uma questão de responsabilidade com o futuro de Aracaju, para deixar uma cidade melhor às nossas gerações futuras deverá ser reeleito prefeito da nossa querida capital.

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Joedson Telles é um jornalista sergipano formado pela Universidade Federal de Sergipe e especializado em política. Exerceu a função de repórter nos jornais Cinform, Correio de Sergipe e Jornal da Cidade. Fundou e edita, há nove anos, o site Universo Político e é colunista político do site F5 News.

E-mail: joedsontelles@gmail.com

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