Aracaju prisão? O PT pensa em seu futuro. O foco é 2022 | Joedson Telles | F5 News - Sergipe Atualizado

Aracaju prisão? O PT pensa em seu futuro. O foco é 2022
Blogs e Colunas | Joedson Telles 28/11/2020 09h20

Sabe aquela história de o PT tentar evitar que Aracaju se transforme em prisão? Papo furado. Ao abraçar o candidato Edvaldo Nogueira, tão criticado no primeiro turno, o PT o faz muito mais pensando em seu próprio futuro. O foco é 2022. Tanto para a disputa genuína pelo Governo do Estado e por cadeiras no Senado, na Câmara e na Assembleia quanto para a queda de braço pelo Governo Federal, o PT discerne que a eleição de Aracaju é estratégica.

O PT não engoliu - e não engolirá jamais - o que define como "golpe" para tirar a ex-presidenta Dilma Rousseff do poder. A prisão de Lula - argumentam os petistas - foi parte deste "golpe", para varrê-lo da disputa pela Presidência da República, abrindo caminho para a eleição do governo direitista de Jair Bolsonaro.

Logo, o partido quer e precisa estar forte, em 2022, para, digamos, "vingar o golpe". Derrubar Bolsonaro é o sentimento irrevogável. E, assim, combater o projeto Alessandro Vieira e Danielle Garcia espelha a coerência por questões óbvias.

Em se tratando de Sergipe, a eleição de Danielle Garcia, óbvio, fortaleceria o projeto Alessandro Vieira governador. O grupo dificilmente não chegaria ao pleito unido. Robusto. E, obviamente, o fato de que teria uma máquina nas mãos lhe daria muito peso na disputa.

Evidente que o mesmo vale para o bloco de Edvaldo. Entretanto, não podemos deixar de levar em conta que, pelo tempo da costura, estamos falando de um bloco já consolidado. De uma forma ou de outra, o nome do grupo para a disputa chegará forte em 2022. Os deputados Laércio Oliveira e Fábio Mitidieri, além do próprio Edvaldo, são quadros que não entrariam no processo para brincar.  

Cientes destes detalhes, os chamados “companheiros”, obviamente, preferem o bloco do senador Alessandro Vieira fragilizado.

Como só estará no agrupamento que hoje dá sustentação a Edvaldo se o candidato sair dos seus quadros, precavido, o PT, por certo, trabalhará para atrair aliados do bloco de Alessandro para o seu projeto. Reatar a aliança com o PSB, por exemplo, já seria um bom reforço. 

O PT, não esqueçamos, disputou e perdeu o primeiro turno das eleições de Aracaju ao lado do Pros e da Rede. Dois partidos que merecem respeito, evidente, mas que, sozinhos, não acrescentariam muita coisa no tocante ao ano de 2022. Para continuar sonhando com o Governo do Estado, tendo chances reais de vitória, os petistas precisam ampliar apoios.

Internamente, o partido chegará forte para a disputa. Tem a vice-governadora Eliane Aquino, que pode assumir o governo e disputar a reeleição, caso Belivaldo Chagas deixe o cargo para disputar o Senado, e o senador Rogério Carvalho, se dando ao luxo de ir para a disputa com a tranquilidade de ter mais quatro anos no Senado, caso não seja eleito governador.

O PT tem pelo menos dois nomes de peso, mas precisa, evidentemente, formar um bloco forte em torno de um destes nomes. O partido faz esta leitura e tem discernimento que pode não ter tais condições tão cedo. Sabe ainda que, ironicamente, a eleição majoritária é de grupo - e que formar a chamada terceira via não é tarefa simples. Isolado já entraria praticamente derrotado. Ou seja, minar o agrupamento de Alessandro Vieira se desenha como o "único" caminho para as pretensões petistas. 

Mais Notícias de Joedson Telles
16/11/2021  07h15 "Não vou procurar outro caminho", diz Laércio
Bolsonaro não tem preparo, avalia cientista político
11/10/2021  09h08 Bolsonaro não tem preparo, avalia cientista político
26/09/2021  09h05 "A OAB/SE permaneceu inerte quando os advogados mais precisaram de proteção"
12/09/2021  08h42 "Vou para vencer", afirma Valmir de Francisquinho sobre 2022
22/08/2021  08h03 "Valmir é o melhor político de Sergipe", diz Adailton Sousa
F5 News Copyright © 2010-2024 F5 News - Sergipe Atualizado