Desde a noite da quinta 11, circula nas redes sociais um vídeo no qual o governador Belivaldo Chagas, candidato à reeleição, é flagrado passando um pito no jornalista Ricardo Marques, que, por sua vez, aparece tentando se justificar insistentemente. Como o vídeo pega o ônibus depois do ponto, não fica claro o que motiva a reação do governador. As indagações do jornalista são ofuscadas. Pelas palavras de Belivaldo, contudo, o crime contra um garoto de oito anos serviu de pauta. Tomo a liberdade de meter a colher neste mingau.

Bolas! Como fazer juízo de valor – e Belivaldo está sendo criticado no atacado – sem que o vídeo mostre detalhes de como tudo começou? Quais indagações foram feitas pelo jornalista e como essas perguntas teriam sido formuladas? Então é isso: pega-se parte do acontecido e joga-se nas redes sociais como um todo, mandando às favas a responsabilidade, indo de encontro à boa imagem do político?

E se o Galeguinho foi injustiçado? Tem sangue de barata é? E se o objetivo, não de Ricardo Marques, mas dos que ventilam o vídeo, for desgastar um candidato às vésperas do segundo turno?

O fato é que o vídeo não assegura um juízo de valor imparcial. Além disso, o histórico de Belivaldo não mostra que ele tem o hábito de se desentender com jornalistas. Tampouco passar pito.

Vamos ser honestos. Belivaldo tem um estio próprio, a personalidade forte e costuma responder a qualquer pergunta e, às vezes, é duro, mas com os adversários. Não com jornalistas. Isso talvez explique não apenas a surpresa de quem o conhece com a parte do vídeo que está a ganhar notoriedade, mas também a própria preocupação do educado e competente Ricardo Marques em explicar a situação.