Belivaldo trabalhará para eleger governador um aliado | Joedson Telles | F5 News - Sergipe Atualizado

Belivaldo trabalhará para eleger governador um aliado
Blogs e Colunas | Joedson Telles 10/01/2021 09h14

O governador Belivaldo Chagas (PSD) assegura, nesta entrevista, que trabalhará para que o seu sucessor, em 2023, seja um político aliado. Belivaldo aponta como principal critério para a escolha do nome o compromisso - não apenas com o desenvolvimento de Sergipe, mas também com o agrupamento. O governador, entretanto, enfatiza que só focará a política no momento oportuno. "Hoje, a minha preocupação está voltada para as grandes tarefas de Governo e uma enorme responsabilidade com a saúde da população, que enfrenta, desde o início da crise, em março, uma pandemia devastadora, com milhares de vidas perdidas e famílias devastadas. Não é momento de se discutir política", diz Belivaldo, deixando no ar se será ou não candidato, em 2022. 

Qual o balanço do ano 2020?

Fazendo uma retrospectiva do nosso mandato, 2019 apertamos os cintos para reorganizarmos a casa; foi o que fizemos para cumprir com nossas obrigações com os servidores, fornecedores e cidadãos em geral diante de uma crise econômica - a qual já vínhamos atravessando. Para 2020, almejamos um ano de muitas ações em prol da população; diante de todos os sacrifícios que fizemos em 2019, mas nenhum Estado estava preparado para uma pandemia com consequências tão graves como esta que ainda enfrentamos e precisamos lidar com esse momento único na nossa história de forma responsável. Foi o que fizemos e estamos fazendo, priorizando as vidas das pessoas. Mas graças a Deus e ao dever de casa que fizemos no início da gestão, mesmo com todos os transtornos da pandemia, conseguimos iniciar projetos importantes e lançamos o Avança Sergipe, um programa que já está em andamento e traz um conjunto de medidas que tem o objetivo de acelerar a recuperação econômica do estado. Já estamos recuperando, por exemplo, 441,5 km da malha rodoviária estadual, em um investimento de R$ 330 milhões na primeira etapa do programa. Assinei ordem de serviço para adequação urbanística dos trechos 1, 2 e 3 da Orla Sul. No total, serão quatro trechos, que somados à recuperação da rodovia, terão investimentos previsto na ordem de R$ 85 milhões. Na área da Educação, investimos cerca de R$ 98.578.872,44 em aquisição de materiais, mobiliários, melhorias de infraestrutura, tecnologia da informação, obras de engenharia e transferência de fundos direto para os cofres públicos das escolas da rede estadual. Na Segurança, diminuímos o índice de violência no estado. Já no campo econômico, após muitos pedidos e idas a Brasília, o nosso estado foi incluído no portfólio de investimento para os próximos cinco anos da Petrobras, que podem chegar a U$ 2 bilhões, portanto, o equivalente a R$ 10 bilhões .

Estamos assistindo ao aumento de casos de Covid-19. O vírus ainda circula. Mas grande parte da população está vivendo como se o problema não mais existisse. O que o senhor pensa em fazer?

Não há discussão, neste momento, sobre fechamento do comércio. A preocupação é não ter mais pessoas internadas. Desde o início da pandemia, estamos pedindo a colaboração das pessoas com relação às medidas preventivas, como distanciamento social, que se evite aglomeração e muitas pessoas têm colaborado, mas boa parte não tem. Temos feito campanhas educativas, fiscalizações, mas boa parte da população está agindo como se a pandemia tivesse acabado e não acabou, muita gente continua morrendo, precisando de assistência hospitalar e de UTI. Estou preocupado com os números das últimas semanas em Sergipe e tenho que ter responsabilidade para tomar decisões, mas repito que nossa preocupação não é fechar comércio.

Mas o senhor tem dito que pode assinar um decreto "fechando tudo" outra vez...

Não é algo que eu queira fazer, mas continuamos acompanhando os relatórios semanais do Comitê Técnico-Científico e de Atividades Especiais (Ctcae) e, se o Comitê avaliar que a medida é necessária para preservar a vida das pessoas, poderemos fazer isso. Sempre disse que a gente flexibilizaria e, se todos colaborassem, continuaremos flexibilizando. Essa luta é uma luta coletiva e todos precisam fazer sua parte, repito. Mas se a falta de colaboração continuar e houver a necessidade de fechar tudo novamente, faremos.

Foi um erro realizar as eleições 2020 em plena pandemia?

Quando esse debate foi levantado, nos meses anteriores ao pleito, defendi que as eleições deveriam ser adiadas, dentro das alternativas cabíveis respeitando a nossa Constituição, enfatizando o atípico momento histórico por qual passamos devido à pandemia. Porém, constitucionalmente, e respeitando a democracia e a divisão dos Poderes, não cabe a nós, gestores do Executivo, essa decisão. Respeitamos a decisão do Congresso.

Como o senhor avalia essa polêmica sobre as vacinas? Qual a posição de Sergipe?

Sergipe vai seguir o Plano Nacional, como sempre fizemos. A vacinação da população é uma responsabilidade do Governo Federal... Claro que já estamos nos organizando para cumprimos com a nossa parte na logística da vacinação. A Secretaria de Estado da Saúde apresentou, nesta quinta-feira, dia 7, o Plano de Vacinação do Estado, com detalhes a respeito do armazenamento, transporte e toda a logística que envolve o processo de recebimento de vacinas e distribuição. Vamos fazer, a partir da próxima semana, uma reunião para apresentar o plano, com secretários de Saúde dos municípios e prefeitos. Experiência de campanha de vacinação nós temos. O município de Aracaju, por exemplo, já realizou várias campanhas de vacinação. Há cerca de 20 dias, nós assinamos um Protocolo de Intenção junto ao instituto Butantan, para adquirir 600 mil vacinas. Mesmo assim, ainda estamos dependendo, exclusivamente, da liberação das vacinas por parte do Governo Federal. As pessoas precisam, o Estado precisa e a economia precisa disso.

Quais são as prioridades do seu governo para o ano 2021?

Vamos continuar com o Avança Sergipe e trabalhando muito para garantir melhorias para os sergipanos. Já estamos trabalhando para que, a partir do segundo semestre, a gente possa iniciar a segunda etapa desse programa com mais 300 km de rodovias a serem recuperadas em Sergipe. O Estado trabalha também em um projeto para investimentos no Sertão sergipano, algo em torno de US$ 30 milhões voltados para o abastecimento de água, abertura de grandes barragens, dentre outros. Ainda na área de investimentos, na saúde, tenho como foco o Hospital da Criança - um equipamento fundamental para atenção à saúde pediátrica com mais espaço e maior resolutividade. Quanto à infraestrutura e turismo, deveremos licitar todo o restante da Orla Sul, que vai até o farol, com mais de 16 km de ciclovia. Então, temos muitos projetos a serem desenvolvidos, neste ano de 2021, com a graça de Deus e colaboração dos sergipanos... Sabemos que a pandemia ainda não passou, então tudo que for feito, em 2021, ainda terá como prioridade a preservação da vida das pessoas, por isso é tão importante que a vacina chegue logo, para que todos os projetos que planejamos possam ser enfatizados e Sergipe volte a crescer.

O senhor cogita mudanças no secretariado? O time está correspondendo suas expectativas?

Temos uma boa equipe trabalhando e vamos é trabalhar mais. As metas todas estão estabelecidas e o Governo tem um plano de ação para os esses próximos dois anos, que já está sendo implementado e com novos projetos que vão sendo incorporados, além daqueles que vão sendo concluídos. Mas ajustes são sempre possíveis.

Especula-se que o senhor já decidiu cumprir o seu mandato, não se afastando para disputar as eleições 2022. O senhor já decidiu, de fato? O que pesa numa decisão dessa?

Hoje, a minha preocupação está voltada para as grandes tarefas de Governo e uma enorme responsabilidade com a saúde da população, que enfrenta, desde o início da crise, em março, uma pandemia devastadora, com milhares de vidas perdidas e famílias devastadas. Não é momento de se discutir política. Meu pensamento é apenas na busca de esforços conjuntos entre o poder público, o setor privado e toda a sociedade, para conter o novo coronavírus em Sergipe.

O senhor, no momento oportuno, trabalhará para que o seu grupo político eleja o seu sucessor?

Sim. Mas a decisão é do grupo, no momento adequado. Não agora.

Quais os critérios a serem levados em conta para a escolha do nome do grupo?

Compromisso com o nosso agrupamento e com o desenvolvimento de Sergipe.

A sua relação com o presidente Jair Bolsonaro está dentro da sua expectativa? Sergipe tem a atenção que precisa?

Pelo papel institucional que ele representa para o país e pela maneira como tem atendido as nossas reivindicações, procuramos ter uma relação cada vez mais amistosa. Afinal de contas, o nosso maior interesse é o desenvolvimento de Sergipe.

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Joedson Telles é um jornalista sergipano formado pela Universidade Federal de Sergipe e especializado em política. Exerceu a função de repórter nos jornais Cinform, Correio de Sergipe e Jornal da Cidade. Fundou e edita, há nove anos, o site Universo Político e é colunista político do site F5 News.

E-mail: joedsontelles@gmail.com

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