"Nada de toma lá, dá cá", avisa Danielle Garcia sobre alianças | Joedson Telles | F5 News - Sergipe Atualizado

"Nada de toma lá, dá cá", avisa Danielle Garcia sobre alianças
Blogs e Colunas | Joedson Telles 05/07/2020 18h38

Pré-candidata à Prefeitura de Aracaju pelo Cidadania, a delegada de Polícia Civil Danielle Garcia assegura, nesta entrevista, que não há divisão na legenda no tocante a fazer ou não uma aliança política com o PSDB, presidido em Sergipe pelo ex-senador Eduardo Amorim. "Há muita gente tentando criar brigas onde elas não existem. Nosso partido quer o melhor para Aracaju e isso nos une e fortalece. Temos um bom diálogo com diversos partidos como PL, PSDB, PSB, DEM, PMN... E esse diálogo envolve a todos nós. Nossa aliança se dará somente com aqueles que quiserem compor com a gente e o fizer com compromisso claro de contribuir com o projeto para construir um novo tempo para Aracaju. Serão alianças programáticas. Nada de toma lá, dá cá", garante.

A senhora tem uma história de serviços prestados à sociedade, como delegada de Polícia Civil. Tem credibilidade. O que a levou a apostar em um projeto que, em dando certo, interromperá este trabalho na segurança sem, contudo, lhe assegurar o mesmo sucesso na política? Inclusive porque dependerá de outros aspectos como, por exemplo, verbas do Governo Federal, uma "boa relação" com a Câmara Municipal e a competência e o compromisso de auxiliares...

Ao longo dos anos, vi que as decisões políticas podem mudar o rumo das coisas para que elas aconteçam de maneira mais efetiva. Na polícia, com uma equipe muito dedicada e competente, fizemos muito e chegamos a devolver mais de R$ 100 milhões aos cofres públicos. Mas algumas das nossas investigações esbarraram, justamente, em interesses políticos. Então, entendi que era preciso ir além. Por isso aceitei a missão que me foi confiada, de liderar uma caminhada que pretende levar Aracaju a um novo tempo. Sobre garantia de sucesso... Sucesso, pra mim, é fruto do trabalho. E não faltará trabalho e dedicação de nossa parte, não.

Quais são, na sua ótica, os principais problemas de Aracaju, cujas soluções passam, unicamente, pela vontade do chefe do Poder Executivo?

A vontade política define muitas coisas. Dou dois exemplos: licitação do lixo e licitação do transporte público. Não aconteceram nos últimos 20 anos porque faltou vontade política. E entendo, ainda, que, de uma forma geral, a gestão pública depende da vontade chefe do Poder Executivo. Nomear só quem é ficha limpa e tem competência para exercer funções públicas, combater fortemente a corrupção, destinar os recursos para os projetos certos. O líder tem que dar o exemplo sempre.

A senhora tem as soluções?

Citei acima a questão da postura do líder. Nada é simplista, claro. Mas acredito que as principais transformações virão da mudança de foco e de postura de quem comanda a Prefeitura: servir à sociedade. Esse é o princípio básico que queremos colocar em prática. Chega de governar com outros interesses que não seja o interesse público e a garantia dos direitos dos cidadãos e das cidadãs aracajuanas. Dou mais um exemplo: escolher investir R$ 3 milhões em leitos de UTI e não em publicidade para combater o coronavírus. Essa é uma mudança de postura, de valores e de objetivos muito clara.

O que propõe para Aracaju? Quais os principais pontos do seu projeto para a capital?

Saúde e geração de emprego serão nossas prioridades. Reconstruir a economia aracajuana dependerá diretamente da geração de emprego e renda local. Isso serve para o curto, médio e longo prazos. Precisamos começar a construir o futuro das próximas gerações com responsabilidade. E a saúde é básico: quem vive sem saúde? Vamos tirar a saúde aracajuana da UTI, onde se encontra, aliás, há muitos anos. É desesperador ver como está sendo conduzida a saúde pública em nossa saúde. Também olharemos com muito cuidado para a educação que, hoje, está sem definições acerca da volta às aulas, prejudicando muito crianças, jovens e suas famílias. Educar é construir o futuro com bases sólidas. Estes devem ser nossos primeiros focos de atuação e estamos ouvindo especialistas, funcionários municipais, temos buscado experiências bem sucedidas no Brasil e fora do país também. Não vamos prometer o que não pudermos cumprir. Mas o que acordarmos com a população, será 100% cumprido.

A senhora disse que é a única pré-candidata da oposição ou é mais uma fake news?

Não sei se quem disse isso teve e intenção de produzir uma Fake News. Mas não é uma informação verdadeira. Eu disse, em uma entrevista, que parece, às vezes, que somente eu sou pré-candidata de oposição ao governo de Edvaldo Nogueira, porque há uma onda de ataques muito forte contra mim. Inclusive a prefeitura usou as redes sociais institucionais para me atacar. Recorremos à Justiça e vencemos. Respeito todos os pré-candidatos e pré-candidatas. Jamais faria uma afirmação como essa que tentaram imputar a mim.

Espera uma campanha em alto nível ou está preparada para o pior?

Não espero nada diferente do que todos nós já tenhamos visto. Falo por mim e pelo grupo que represento: faremos um trabalho limpo, honesto, sem ataques e baixarias. Isso não é nada além do que nosso dever e respeito à população aracajuana.

Especula-se que o Cidadania está dividido no tocante à construção de uma aliança com o PSDB, do ex-senador Eduardo Amorim. Procede? Qual a sua opinião sobre esta composição?

Não há divisão do nosso partido, não. Há muita gente tentando criar brigas onde elas não existem. Digo a vocês: onde há diálogo e conciliação, não há briga. Nosso partido quer o melhor para Aracaju e isso nos une e fortalece. Temos um bom diálogo com diversos partidos como PL, PSDB, PSB, DEM, PMN... E esse diálogo envolve a todos nós. Nossa aliança se dará somente com aqueles que quiserem compor com a gente e o fizer com compromisso claro de contribuir com o projeto para construir um novo tempo para Aracaju. Serão alianças programáticas. Nada de toma lá, dá cá.

Na sua ótica é uma mera coincidência tantos delegados de Polícia Civil pré-candidatos à Prefeitura de Aracaju?

Posso falar apenas por mim. Mas fico feliz que pessoas que estavam fora da política queiram entrar. A mudança depende disso, do envolvimento da população. Negar a política não é solução para nada. Ao contrário.

O fato de em todas as eleições alguns candidatos se apresentarem como "o novo", mas, uma vez eleitos, repetirem práticas que eles mesmos criticaram, isso quando não espelham a incoerência já na construção das alianças, até que ponto prejudica seu discurso, já que é a sua primeira pré-candidatura à Prefeitura de Aracaju?

Novo e/ou velho, pra mim, são conceitos equivocados para classificar a prática política. Nunca me coloquei como “nova política”. Sou uma figura pública reconhecida pelos sergipanos pelo meu trabalho realizado como delegada de polícia. Alguns de meus compromissos as pessoas já conhecem: combater a corrupção e respeitar o que é público. Existe, pra mim, boa ou má política; política honesta ou desonesta; política feita com foco no interesse público ou em interesses privados. Quero liderar um tempo em que a boa política seja feita em Aracaju; uma gestão honesta, justa e com foco na garantia dos direitos do cidadão, projetando o futuro de nossa capital.

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Joedson Telles é um jornalista sergipano formado pela Universidade Federal de Sergipe e especializado em política. Exerceu a função de repórter nos jornais Cinform, Correio de Sergipe e Jornal da Cidade. Fundou e edita, há nove anos, o site Universo Político e é colunista político do site F5 News.

E-mail: joedsontelles@gmail.com

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