Paulo Márcio aponta o pré-candidato de Lula em SE e o nome de Bolsonaro para a disputa | Joedson Telles | F5 News - Sergipe Atualizado

Paulo Márcio aponta o pré-candidato de Lula em SE e o nome de Bolsonaro para a disputa
Blogs e Colunas | Joedson Telles 21/03/2021 10h18

O delegado de Polícia Civil Paulo Márcio, que disputou as eleições para prefeito de Aracaju, em 2020, afirmou, neste domingo, dia 21, que, em sendo candidatos a presidente da República, em 2022, tanto o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) quanto o ex-presidente Lula (PT) tentarão ser mais pragmáticos e menos ideológicos. "Trabalharão para montar palanques fortes em todos os estados", acredita Paulo Márcio, apontando possíveis nomes em Sergipe para disputar o Governo do Estado tendo apoio dos possíveis presidenciáveis. "Lula apoiará o senador Rogério Carvalho (PT), e deverá buscar entendimento com o PSB dos Valadares. Bolsonaro, por sua vez, deverá apoiar um candidato de centro-direita com condições de aglutinar todos os partidos. Na minha opinião, o deputado federal Laércio Oliveira (Progressistas) é o nome mais cotado". 

O senhor anunciou que não disputará mais uma eleição. A experiência de tentar se eleger prefeito de Aracaju, em 2020, justifica esta decisão?

Em parte, sim, pois uma avaliação precisa do panorama político só pode ser feita a partir de uma experiência concreta, ou seja, com base em uma efetiva participação do processo eleitoral. E o quadro, infelizmente, é estarrecedor. O abuso do poder político e econômico é a tônica da eleição. De maneira que se torna uma tarefa quase impossível desbancar um grupo fortemente estruturado sem lançar mão dos mesmos expedientes, o que gera um ciclo vicioso retroalimentado pela corrupção, compadrio e práticas fisiológicas.

O que mais te surpreendeu no processo eleitoral de 2020?

Por se tratar de uma eleição decidida em dois turnos, eu esperava um maior equilíbrio em relação às declarações de apoio no segundo turno. Mas, à exceção de mim, que apoiei expressamente a candidata Danielle Garcia (Cidadania) no segundo turno, os demais concorrentes apoiaram Edvaldo Nogueira (PDT) ou ficaram em cima do muro. Apesar de respeitar a decisão de cada um, não deixei de me surpreender com o grau de adesão ao candidato oficial.

Como foi a experiência com o eleitor, durante a campanha?

A falta de estrutura e o fantasma da Covid-19 atrapalharam bastante o contato com a população. Além disso, fomos prejudicados pela legislação eleitoral, que não nos deu direito ao horário eleitoral gratuito de rádio e televisão. Ainda assim, foi gratificante e enriquecedora a experiência com o eleitor e com os amigos que caminharam ao nosso lado. Enxergar a cidade do ponto de vista da população não só aprofunda nosso sentimento de cidadania como nos oportuniza experienciar a empatia.

O senhor cogita participar das eleições 2022, apoiando alguma candidatura, em Sergipe?

Como todo eleitor consciente, vou escolher criteriosamente meus candidatos a presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual. Mas não existe, pelo menos por enquanto, qualquer compromisso no sentido de um apoio oficial.

O senhor se manifestou nas redes sociais contra uma possível candidatura de Lula a presidente do Brasil. Por que não seria bom para o Brasil um novo governo Lula?

Não é que não seria bom, seria, simplesmente, desastroso. Lula herdou de Fernando Henrique Cardoso uma administração saneada, um marco legal de responsabilidade fiscal e sólidos pilares macroeconômicos erguidos por ocasião da criação do Plano Real. Além disso, o vento das commodities valorizadas soprou a favor o tempo inteiro, gerando sucessivos superávits fiscais e o aumento das reservas em dólares. Havia uma sensação de prosperidade, quando tudo não passava de uma bolha. Passada a euforia da oferta de crédito e distribuição de bolsas, o povo descobriu que, ao invés de bens, tinha dívidas contraídas e restrições no SPC e SERASA. Paralelamente a isso, a nação era roubada em esquemas como o mensalão e o petrolão, arquitetados por Lula, Palocci e Zé Dirceu, como deixaram claras a Ação Penal 470 e a Operação Lava-Jato. Ninguém em sã consciência desejaria entregar o país novamente a essa Orcrim (Organização Criminosa no jargão de promotores e policiais). 

Como avalia a decisão do ministro Edson Fachin, que deixou Lula elegível?

Juridicamente incorreta e eticamente desastrosa, mas produzida sob encomenda para reabilitar um político que, embora criminoso e cínico, tem condições de unir a esquerda cúmplice em torno de um projeto que nos levaria inexoravelmente para a mesma vala onde jazem a Argentina e a Venezuela. Mas eu tenho certeza de que os verdadeiros patriotas desse país hão de impedir a consumação dessa tragédia.

E o governo Bolsonaro? Como o senhor avalia?

O governo Bolsonaro tem se saído bem nas áreas econômica e de infraestrutura, por exemplo, apesar da conjuntura adversa. Tanto assim que salvou os Estados durante a primeira onda da Covid-19, em 2020, não só fornecendo apoio logístico como repassando recursos nem sempre utilizados para a devida finalidade e com a devida responsabilidade.

A forma como o presidente lida com a pandemia dificultará uma possível candidatura à reeleição?

Bolsonaro tem uma maneira peculiar de lidar com os fatos. Não usa de meias palavras nem dissimula o que realmente pensa sobre determinado assunto. Em relação à Covid-19, ele sempre demonstrou a necessidade de equilibrar as medidas de prevenção à doença com as ações de proteção à atividade econômica, pois os efeitos de uma recessão econômica podem ser tão ou mais desastrosos do que a pandemia em si. Malandramente, seus adversários tentam lhe pespegar a pecha de genocida, o que é uma bobagem monumental diante do que o governo tem feito para salvar vidas.

Defender o presidente Jair Bolsonaro em todas as causas fielmente não é cometer o mesmo erro que os petistas cometem quando não admitem os erros do partido?

Eu abomino o culto à personalidade, de modo que concordo com a sua afirmação. Lealdade não é sinônimo de cumplicidade, pouco importando se estamos a falar de um pequeno ou grande pecado. Reconhecer os erros é fundamental. Corrigi-los é ainda mais importante. Só é preciso ter prudência para não tomar como erro as leviandades disseminadas criminosamente por opositores inescrupulosos e mal-intencionados.

Qual seria o peso das possíveis candidaturas de Lula e Bolsonaro a presidente da República na arrumação das candidaturas a governador do Estado de Sergipe, em 2022?

Bolsonaro e Lula vão tentar ser mais pragmáticos e menos ideológicos. Significa dizer que trabalharão para montar palanques fortes em todos os estados. Em Sergipe, Lula apoiará o senador Rogério Carvalho (PT) para o governo, e deverá buscar entendimento com o PSB dos Valadares, pois no Nordeste PT e PSB costumam fazer alianças estratégicas costuradas por Lula. Bolsonaro, por sua vez, deverá apoiar um candidato de centro-direita com condições de aglutinar todos os partidos que lhe dão sustentação no Congresso Nacional, além do Democratas da senadora Maria do Carmo. Na minha opinião, o deputado federal Laércio Oliveira (Progressistas) é o nome mais cotado para essa empreitada. Os bolsonaristas podem até estranhar essas composições, mas, como eu disse, em 2022 o pragmatismo vai se sobrepor à ideologia.

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