Prefeito quer Rogério disputando o governo e Jackson a Câmara Federal | Joedson Telles | F5 News - Sergipe Atualizado

Prefeito quer Rogério disputando o governo e Jackson a Câmara Federal
Blogs e Colunas | Joedson Telles 06/06/2021 09h03 - Atualizado em 06/06/2021 09h07

O prefeito de São Cristóvão, Marcos Santana (MDB), antecipa, nesta entrevista, que defenderá, dentro do bloco governista, uma pré-candidatura do senador Rogério Carvalho (PT) ao Governo do Estado. "Acho que é a pessoa mais preparada para assumir esse papel, tem exercido um mandato de senador de maneira brilhante do ponto de vista do debate político no Senado Federal e, também, no aspecto da atração de investimento para o Estado e conseguindo, de maneira supletiva, verbas, através de emendas, para o desenvolvimento de Sergipe", argumenta o prefeito, defendendo ainda uma pré-candidatura do ex-governador Jackson Barreto à Câmara Federal. "Jackson tem muito ainda ao que contribuir, principalmente com a experiência que tem no legislativo... O Brasil precisa dele nesse momento tão difícil", diz. Marcos fala ainda sobre a pandemia, cita ações da Prefeitura também em outras áreas e comenta uma denúncia feita contra sua gestão pelo vereador Neto Batalha.  

Como São Cristóvão está lidando com essa pandemia? Quais as ações da Prefeitura?

São Cristóvão está lidando com muita coragem e tenacidade para enfrentar um problema que o mundo não se preparou para ele. Todas as secretarias estão envolvidas, desde o primeiro momento, e a gente tem lidado com o combate ao coronavírus de uma maneira bastante corajosa e responsável. Nós podemos separar as ações da prefeitura em dois tipos de ações e em momentos distintos. No primeiro momento, quando não existia a vacina, no que toca as ações estritamente de saúde, trabalhamos para preparar os equipamentos, as unidades básicas de saúde, a unidade de emergência do município para receber as pessoas que tenham sido contaminadas, infectadas ou que estavam com suspeita. Neste sentido, nos adquirimos equipamentos, transformamos prédios públicos para receber especificamente os que demandavam cuidados para a doença em si. Foram adquiridos leitos, respiradores mecânicos, equipamentos de proteção individual para que a gente pudesse atuar como estamos atuando desde o primeiro momento, desde março de 2020 até agora, com ampliação de equipes, com contratação de médicos, contratação de técnicos de enfermagem, ou seja, toda a área de saúde foi preparada para esse momento anterior a vacina. No momento que começa a chegar as vacinas, as equipes foram preparadas para a aplicação dela. Preparamos mutirões, preparamos locais de vacinação. Nós não estamos vacinando nas unidades básicas de saúde, nós estamos utilizando os prédios das nossas escolas para fazer isso como forma de evitar que as pessoas infectadas possam infectar as que estão em busca de outro atendimento. Mesmo com a pandemia não paramos de fazer o atendimento eletivo e a atenção primária. A vida continuou andando apesar da pandemia. Outras ações que são em função das consequências da pandemia na vida das pessoas porque as pessoas se desempregaram e precisam de atenção, então todas as ações de assistência social, toda uma gama de ações, de aquisição de alimentos para as pessoas que estão precisando comer, efetivamente, porque perderam seus empregos ou não estão podendo trabalhar como ambulantes ou outro trabalho autônomo. Nós estamos fazendo tudo isso porque esse mal não está vencido ainda.

Como o senhor avalia a relação entre a Prefeitura de São Cristóvão e os Governos Estadual e Federal, nesta pandemia?

A relação com o Governo Estadual é boa e bastante produtiva. Com o Governo Federal, não há uma comunhão de ações, até porque discordamos de maneira veemente da condução que está sendo dada. O Governo Federal deixou de assumir o papel de grande coordenador. Em momento algum fez isso, simplesmente se permitiu fazer os repasses aprovados pelo Congresso Nacional e que, em nenhum momento, foram estabelecidos pelo próprio Governo Federal, foi o Congresso Nacional que propôs e aprovou os auxílios financeiros no ano passado, e também a destinação de recursos específicos para o combate a Covid-19. Portanto, não há uma comunhão de ações com o Governo Federal por conta da própria negação da doença. Com o Governo Estadual, repito, há sempre uma boa relação.

Os repasses de verbas estão dentro do esperado?

Não há mais repasses de verbas; aconteceram repasses extraordinários, no ano passado. Os ordinários continuam acontecendo, mas o Governo Federal cortou de forma significativa os repasses para a assistência social, e a assistência social é uma área cuja pandemia teve consequências significativas, como já citei na primeira pergunta, no que toca, por exemplo, a falta do emprego e a necessidade do poder público em dar a assistência necessária. No que toca as verbas de saúde, elas se encontram dentro da normalidade no que diz respeito as verbas ordinárias; as extraordinárias deixaram de acontecer. Elas foram, basicamente, as estabelecidas pelas leis que foram criadas no Congresso Nacional no ano passado.

Como o senhor avalia a possibilidade de a CPI da Covid-19 convocar prefeitos?

Não tenho nenhuma avaliação. Acho que, se a CPI entender, se for evidenciado indícios de que há a necessidade dessa convocação, não vejo problema nenhum. Quem não deve não teme. Tenho que registar que a CPI no Congresso Nacional não tem poder de convocar membros de outros entes federativos (municipal ou estadual). Não acredito que eles convocarão, no máximo, convidarão prefeitos ou governadores.

Há uma denúncia feita pelo vereador Neto Batalha sobre compras da prefeitura com valores superiores aos do mercado. Como o senhor recebeu essa notícia?

Recebi com muita naturalidade. Não é do desconhecimento de ninguém que a pandemia elevou os preços de muitos produtos; por conta do aumento da demanda por insumos e equipamentos de proteção individual. Infelizmente, na lei de mercado quando se aumenta a demanda aumenta o preço. Quando esse aumento é exorbitante a gente precisa identificar o problema, e, se for o caso, não acatar aqueles preços. Aí você tem que analisar qual é a consequência de não comprar se o mercado impuser aqueles preços. Neste sentido, em alguns casos nós chegamos a tomar medidas judiciais contra fornecedores que queriam cobrar preços exorbitantes... Mas recebi com muita naturalidade e tenho certeza absoluta que não há nada de irregular, se de fato o vereador levou ao Tribunal de Contas da União ou ao Ministério Público, e eu espero que tenha levado mesmo, vai ficar evidenciado que não há nenhuma irregularidade. O que há é que a demanda por esses produtos fez que, infelizmente, o preço alguns deles aumentassem de maneira significativa. Eu só espero que o mesmo parlamentar que fez a denúncia, quando for apurado que nada de errado aconteceu, dê a mesma publicidade que deu a denúncia. Espero que os órgãos de imprensa procedam da mesma maneira.

Como avalia a oposição ao seu governo? Age dentro dos meandros da política com seriedade ou não?

Eu não quero fazer esse julgamento. No mandato anterior aconteceram algumas coisas que estão fora do que é civilizado do ponto de vista da política e que não tinha nenhuma seriedade. Era, simplesmente, uma máquina de denuncismo visando desgastar o governo com vistas a eleição que passou, e a população deu o recado – nós tivemos a maior votação da história dessa cidade do ponto de vista absoluto e relativo. Ninguém nunca teve um percentual igual, quando disputando a eleição com mais cinco candidatos. A oposição atual está fazendo o papel dela que é importante. É muito importante que ela exerça esse papel porque, dentre outras coisas, me faz, cada dia mais, trabalhar para superar os nossos objetivos e buscar novos desafios.

Mesmo com o foco na saúde está sendo possível oferecer respostas à população nas demais áreas?

Estamos, sim. Estamos com um volume agressivo de investimentos em obras de infraestrutura. Trouxemos recentemente, dentro de um Programa de Desenvolvimento Econômico que estava no nosso plano de governo desde o primeiro mandato, a atração de empresas para o município para a geração de emprego e renda. Já estamos com a indústria Maratá construindo uma unidade industrial as margens da BR 101. Esse trabalho não para. Nós estamos trabalhando, muito fortemente, na infraestrutura turística do município. O resultado não se pode ver no momento porque não está sendo permitido o fluxo de turista em nenhuma parte do país, mas eu tenho certeza absoluta que, quando essa tormenta passar, nós estremos preparados para receber o turista no município. Minha maior expectativa é com a hospedagem que hoje não temos, nós estamos com frequentes reuniões com empreendedores e investidores do turismo preparando a cidade para um momento que eu sei será de muita pujança nesse campo. Para se ter uma ideia, nós estamos preparando a infraestrutura rodoviária com vistas a atração do turista para São Cristóvão, estamos planejando e contratando a empresa que fará a elaboração do projeto de construção de uma rodovia nova, ligando o centro histórico ao aeroporto de Aracaju, dentre outras coisas. Muita coisa está sendo feita, repito, na área de infraestrutura urbana com pavimentação de ruas, com a construção de espaços de lazer que a nossa cidade não tinha e está passando a ter. Na educação o sucesso de nosso governo é inquestionável. Nós tiramos o município de uma posição que era constrangedora, éramos o 49º município sergipano no que toca ao IDEB, passamos dessa posição para a 5ª posição no último SAEB/IDEB. Em todas as áreas nós temos agido, apesar da pandemia.

O que esperar de Marcos Santana, em 2022? Vai trabalhar para ajudar a eleger o candidato do bloco governista?

Vou, sim. Eu sou um homem de ideias que defendo com muita veemência, sempre de maneira muito fraterna e leal, e vou trabalhar para eleger o candidato do bloco governista.

O seu bloco tem o melhor nome para suceder Belivaldo Chagas? Quem pode encarar essa missão?

Naquilo que for possível, eu vou defender que o candidato do grupo governista seja o senador Rogério Carvalho. Acho que é a pessoa mais preparada para assumir esse papel, tem exercido um mandato de senador de maneira brilhante do ponto de vista do debate político no Senado Federal e, também, no aspecto da atração de investimento para o Estado e conseguindo, de maneira supletiva, verbas, através de emendas, para o desenvolvimento de Sergipe. Então, eu espero, honestamente, que haja uma conversa franca de ambas as partes, que o senador Rogério Carvalho possa se viabilizar enquanto nome para suceder o governador Belivaldo Chagas no campo da centro esquerda e apoiado por esse governador. É pelo que vou lutar e, na medida do possível, vou trabalhar para isso.

O senhor defende que o ex-governador Jackson Barreto dispute as eleições 2022 ou a sua aposentadoria?

Acho que Jackson tem muito ainda ao que contribuir, principalmente com a experiência que tem no legislativo. Jackson é um homem bastante hábil, a história dele mostrou isso e o Brasil precisa dele nesse momento tão difícil pelo qual o país passa. Um homem com a formação dele, de centro esquerda, tem muito a contribuir e eu espero que ele possa ser candidato a deputado federal, possa continuar no MDB, porque o MDB poderá com ele eleger vários deputados federais, e nós poderemos ter uma bancada qualificada no Congresso Nacional.

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