"Quem tem o poder de escolha é o povo", diz Eduardo sobre pré-candidatura ao Senado | Joedson Telles | F5 News - Sergipe Atualizado

"Quem tem o poder de escolha é o povo", diz Eduardo sobre pré-candidatura ao Senado
Blogs e Colunas | Joedson Telles 16/05/2021 09h31

"Aceitei o desafio e estou pré-candidato ao Senado. Muitos dizem que é difícil para quem não está no poder, mas é preciso lembrar que quem realmente tem o poder de escolha é o povo. Estou pronto e seguirei atuando para fortalecer o projeto, mas sempre avaliando o cenário", diz o ex-senador Eduardo Amorim (PSDB), nesta entrevista. O ex-senador ainda faz uma avaliação da pandemia e da sua atuação enquanto médico na luta contra o vírus, fala da possibilidade de reaproximação do bloco governista e diz que não acompanha os trabalhos da CPI da Pandemia no Senado - nem dos senadores por Sergipe, Rogério Carvalho (PT) e Alessandro Vieira (Cidadania). "Sinceramente, como tenho trabalhado diariamente nos centros cirúrgicos, em alguns hospitais, não tenho acompanhado esse trabalho", explica. 

Como o senhor avalia o atual momento de pandemia, aqui no Brasil?

Ainda enfrentamos um período crítico, com altos índices de contaminação e mortes pela Covid-19. São milhares de vidas perdidas. Ainda bem que a ciência já conseguiu desenvolver as vacinas para combater o vírus. Infelizmente, no Brasil, a a vacinação ainda está lenta. Já deveríamos ter um percentual muito maior de imunizados, mas infelizmente o governo cometeu alguns equívocos. É triste depender de outros países para fabricar vacinas é um absurdo. Enquanto não conseguirmos vacinar todo mundo, devemos dar atenção à medicina preventiva. Por isso é importante ampliar as campanhas de divulgação sobre os cuidados necessários como o uso da máscara, a higienização das mãos e o distanciamento social. Sei que pode parecer repetitivo, mas é necessário. Não podemos permitir, por exemplo, as aglomerações que vêm ocorrendo no transporte público, especialmente na capital. Fala-se do custo para ampliação da frota, mas tenha certeza que muito mais caro e sofrido abrir leitos de UTI.

Em Sergipe, o senhor tem acompanhado de perto? É possível fazer algo positivo, mesmo sem um mandato?

Estou todos os dias nos hospitais. Para mim, é possível fazer, sim, pois sou profissional da saúde e, enquanto médico, tenho acompanhado a pandemia da linha de frente, atuando nos hospitais para salvar vidas. Mesmo sendo do grupo de risco por problemas de saúde, não parei de trabalhar um dia sequer desde que a pandemia começou. Vi muitos colegas de profissão perderem a vida que foram acometidos pelo Coronavírus enquanto atuavam nos hospitais lutando para salvar outras vidas. Um momento extremamente delicado, pois estamos enfrentando um inimigo novo e invisível. Para piorar, o nosso sistema de saúde não estava preparado para enfrentar isso. Os problemas que já existiam foram escancarados pela pandemia, especialmente em relação à disponibilidade de leitos de UTI, que segue alta. Uma demanda que já existia muito antes da Covid-19 e que foi ampliada. Por isso, venho defendendo a importância de aproveitar os recursos destinados ao combate ao Coronavírus para construção de um legado na saúde. Pergunto, teremos um novo hospital? Teremos mais leitos de UTI geral depois que passar tudo isso? Teremos tomógrafos, ressonância magnética? Peço ao leitor que faça essa reflexão. Vale destacar que haverá uma demanda muito grande por cirurgias que foram suspensas neste período e que precisarão ser retomadas, sendo necessária toda uma estrutura. Por isso, venho defendendo esse legado para o pós-pandemia. Eu, mesmo sem mandato, tenho feito o possível para ajudar, especialmente o Hospital de Cirurgia, a melhorar sua estrutura para oferecer mais qualidade ao atendimento dos pacientes.

O senhor está acompanhando a CPI da Covid-19, no Senado? Qual a sua avaliação?

Tenho atuado diariamente na medicina, trabalhando nos centros, confesso que não estou acompanhando, apenas uma informação ou outra na imprensa. A CPI é um instrumento legítimo no Legislativo, mas precisa ser conduzida com seriedade. E no caso da pandemia é preciso um cuidado ainda maior, pois é um tema que vem afetando diretamente os brasileiros. Espero que os órgãos de fiscalização também atuem firmemente para identificar e punir possíveis irregularidades e omissões porventura cumpridos.

Os senadores sergipanos Rogério Carvalho e Alessandro Vieira estão cumprindo bem seus papéis na CPI?

Sinceramente, como tenho trabalhado diariamente nos centros cirúrgicos, em alguns hospitais, não tenho acompanhado esse trabalho.

O que o senhor projeta para as eleições 2022?

Vamos participar ativamente das eleições em 2022, com quadros majoritários e proporcionais. Inclusive, anunciei recentemente na imprensa, que a Executiva Nacional do PSDB viu potencial e solicitou nossa candidatura ao Senado. Aceitei o desafio e estou pré-candidato ao Senado. Muitos dizem que é difícil para quem não está no poder, mas é preciso lembrar que quem realmente tem o poder de escolha é o povo. Estou pronto e seguirei atuando para fortalecer o projeto, mas sempre avaliando o cenário. Além disso, estamos dialogando com diversas lideranças políticas e buscando nomes para integrar e fortalecer o partido, disputando também os cargos proporcionais, tanto na Câmara como na Alese. Por uma questão de estratégia ainda não vamos divulgar, mas seguimos atuando nos bastidores.

Necessariamente, o senhor estará no mesmo palanque que o ex-prefeito Valmir de Francisquinho?

Eu e Valmir somos aliados e pretendo, sim, estar no mesmo palanque que ele. Porém, somos presidentes de partidos diferentes.

O senhor é um entusiasta de uma pré-candidatura de Valmir ao Governo do Estado?

Sim, defendo que o ex-prefeito Valmir de Francisquinho seja o candidato a governador pelo bloco. Ele vem sendo muito citado nas pesquisas divulgadas, o que mostra seu potencial. Mas, essa é uma decisão que cabe a ele.

O senhor, que já foi do bloco governista, está se reaproximando ou é especulação de setores da imprensa?

Essa história começou a render na imprensa logo depois que recebi na sede do PSDB Sergipe a visita do deputado federal Fábio Mitidieri, um dos nomes cotados para a disputa do cargo (de governador). Sempre fui de oposição, mas uma oposição responsável e não raivosa. Apresentamos problemas e também trouxemos soluções. Seja lá com quem a gente venha compor, com certeza, vamos analisar todos os projetos, ver o grau de compromisso com a saúde, educação e com o servidor público.

Houve ou há um movimento, em Brasília, para retirar o PSDB de Sergipe do seu comando? Como avalia isso?

Não tenho conhecimento disso. O que sei é que a Executiva Nacional do PSDB confia em nosso trabalho. Tanto que ampliou, com aprovação da Executiva Estadual, por mais um ano nosso mandato à frente do partido em Sergipe e apoiando uma pré-candidatura nossa ao Senado. E vamos retribuir essa confiança chegando forte para o próximo pleito.

Quais os equívocos cometidos em outras campanhas que lhe servirão de lição para 2022?

Foram muitas lições. Aprendemos muito. Hoje tenho muito mais maturidade para tomar minhas decisões, fruto do período de reflexão que tive logo após o término do mandato no Senado. Voltei pra Medicina, fui atender as pessoas, ajudar a salvar vidas. Estou mais determinado e preparado para enfrentar os desafios.

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