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Confira quatro reality shows imperdíveis na Netflix
Jogo da Lava, Ultimate Beastmaster, Mágica para a Humanidade e Glow Up são uma delícia
Blogs e Colunas | Levando a Série 23/04/2021 16h00

A coluna de hoje traz mais quatro opções em reality shows, todos disponíveis na Netflix, dando continuidade à série anterior, com cinco sugestões no gênero que também valem muito a pena. O primeiro reality é entretenimento puro – O Jogo da Lava (Floor is Lava, no original). Nessa competição hilariante, três equipes – cada uma com três pessoas – precisam atravessar um cômodo bastante amplo pulando por cima de obstáculos e elementos insólitos espalhados pelo cenário, e também se agarrando em algo pelas paredes. Só não pode cair no chão coberto de “lava”, o fim da linha para o competidor, que desaparece literalmente no líquido a borbulhar e explodir com frequência.

Ganha a equipe que chegar à saída com maior número de sobreviventes. Se houver empate, fatura o prêmio de dez mil dólares – e uma luminária “lava lamp” – o time que concluir a missão no menor tempo. A cada episódio, mudam o cenário e os três trios de competidores. Ninguém usa qualquer equipamento de proteção, mas os criadores do programa - Irad Eyal e Megan McGrath – quiseram manter o clima da brincadeira infantil que os inspirou, muito comum nos EUA, e garantem que os materiais cenográficos absorvem os impactos das frequentes quedas.

Os tombos espetaculares e a narração jocosa que acompanha todo o trajeto me renderam muito divertimento, uma bem vinda distração do quadro dramático no mundo real. Também torci animadamente pelas equipes com as quais simpatizei de imediato. O Jogo da Lava reforça que as aparências enganam. Pela minha lógica, os competidores mais atléticos tenderiam a ser favorecidos, porém essa impressão inicial logo se dissipou. O espírito colaborativo, o pensar e fazer juntos, funciona melhor do que a força física - algo precioso para se ter em mente, aplicável sobretudo na esfera profissional.

Agora, quando se trata de adrenalina, o Jogo da Lava vira um passeio em comparação ao reality Ultimate Beastmaster Brasil - “Último Mestre da Besta”, numa tradução livre, já que o programa só consta na Netflix com o título em inglês. A besta lembra um dragão, estrutura gigantesca pesando 650 toneladas e em cujo interior se sucedem diversos obstáculos, que precisam ser transpostos pelos competidores, numa escala crescente de dificuldade. São dois representantes de cada país - na primeira temporada, além do Brasil, Estados Unidos, Coreia do Sul, México, Alemanha e Japão.

Interessante é que o show se desdobra em versões específicas, apresentado em cada país com edição a destacar a respectiva dupla de atletas e de comentaristas - no caso brasileiro, o lutador Anderson Silva e o comediante Rafinha Bastos.  Na primeira temporada, o par dos EUA inclui o adorável ator Terry Crews, astro de Todo Mundo Odeia o Chris – série já recomendada aqui. O Brasil não participa da segunda temporada, mas volta na terceira, quando ocorre a disputa final, épica.

Um dos produtores executivos de Ultimate Beastmaster é o ator Sylvester Stallone, que também atua como anfitrião, embora em aparições breves e um tanto apáticas. Mas ele é dispensável no cenário geral, obscurecido pelo vigor das provas e pela torcida dos comentaristas de cada país, um atrativo à parte. 

A brincadeira não é para qualquer um, concluir os percursos exige níveis altíssimos de preparo físico e resistência, foco e frieza para se movimentar na hora exata, além de um bocado de flexibilidade. Natural, portanto, que entre os participantes haja até ex-atletas olímpicos, mas a turma é bastante variada em suas atividades, tendo em comum, basicamente, uma rotina de treinamento a demandar força e disposição. Qualquer erro na disputa pode levar à queda num líquido vermelho – o “sangue da besta” – e à eliminação. Ultimate Beastmaster Brasil me soou com um delicioso passatempo, competição sadia, sem violência, na base da força física e mental, cada participante na luta consigo mesmo.

Outro reality show focado em divertir é Magic for Humans (Mágica para a Humanidade). A veia cômica do ilusionista norteamericano Justin Willman eleva sua performance ao ponto de se destacar no universo de colegas também à frente de programas televisivos – e assisti a vários, acompanhando meu marido super fã do gênero.  Além do diferencial viabilizado pela versatilidade de Willman – criador da série –, os episódios ganham relevância pelo fio condutor usado em cada um deles, aspectos da natureza humana a exemplo de culpa e amor.

Meu quadro preferido em Mágica para a Humanidade é o “Trick Question”, a “pergunta capciosa” que Justin Willman lança a uma pessoa qualquer, depois de lhe apresentar algum truque rápido na rua. Essas perguntas, totalmente desprovidas de sentido ou pertinência contextual, me levaram a dar muita risada, suscitam reações hilariantes, já que atônitas, nas vítimas da palhaçada.

Curiosidade: Justin Willman apresentou o reality culinário “Guerra dos Cupcakes” de 2009 a 2013, e me lembro bem da simpatia dele no programa. Mas seguramente é no campo do ilusionismo onde melhor pode aplicar seus grandiosos carisma e talento, amplificados pela desenvoltura e pela leveza evidenciadas em Mágica para a Humanidade. O show ganhou uma versão na Espanha, apresentada por Antonio Díaz, ilusionista cujo nome artístico é Mago Pop. Essa ainda não vi.

Para muitas pessoas, o conceito de maquiagem evoca principalmente a técnica de embelezamento/aprimoramento usada por muitas mulheres, e hoje por um universo crescente de homens, que não sentem a própria masculinidade afetada pelo fato de passar um creme. Mas um reality show mostra de forma prática os potenciais da maquiagem em vários campos, inclusive um que me atrai em demasia: o makeup para o cinema. Glow Up ( gíria difícil de traduzir literalmente, mas é algo como “Uma melhora”). O show de competição foi exibido pela rede britânica BBC Three, com direitos comprados posteriormente pela Netflix.

Em linhas gerais, a cada temporada, dez maquiadores de todo o Reino Unido mostram seu talento em desafios fascinantes, com apresentação da jornalista e produtora britânica Stacey Dooley, tendo como jurados dois grandes nomes do chamado MUA (makeup artistic) por lá, Val Garland e Dominic Skinner

Pode-se fazer “de um tudo” a partir das malas enormes que os competidores usam, lotadas de produtos nas mais variadas cores. Os resultados são em geral surpreendentes, ainda mais para quem não conhece muito sobre as variadas técnicas usadas pela turma, meu caso. Os participantes, aliás, aumentam a sedução do reality – é uma fauna de homens e mulheres com visuais bem alternativos, salvo exceções. Uma gente disposta a seguir o próprio caminho, apesar dos narizes torcidos com os quais ainda se deparam, por puro preconceito.

Outro ponto divertido é a absoluta inércia dos e das modelos. Tudo bem, a gente sabe que um pressuposto da profissão é justamente não interferir no visual que está exibindo, ao aplicar sobre ele uma personalidade própria. Mas a passividade das “telas” para as maquiagens em Glow Up chamou minha atenção fortemente, talvez porque eu tenha dificuldade em ficar impassível.

Espero que vocês aproveitem para "desopilar o fígado", como aconteceu comigo. Se de fato “rir é o melhor remédio”, esses reality shows funcionam como uma boa prevenção à qualquer doença, sobretudo os três primeiros.

Por fim, deixo à reflexão do artista plástico brasileiro Wesley D´Amico: “A melhor coisa que a realidade criou foi o sonho”.

Para maratonar:

Jogo da Lava – uma temporada com dez episódios, disponível na Netflix;

Ultimate Beastmaster Brasil – três temporadas, total de 29 episódios, completa na Netflix;

Mágica para a Humanidade – três temporadas, total de 19 episódios, completa na Netflix;

Glow Up – duas temporadas, total de 16 episódios, disponível na Netflix.

 

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