A doença do desemprego avança mais que o COVID-19
Temos nesse momento 11.116 pedidos de seguro-desemprego em Sergipe Blogs e Colunas | Marcio Rocha 06/06/2020 04h59Festas, farras, cachaçadas, reuniões na porta de casa, nas garagens de condomínios, casas de praia, sítios, entre outros tantos lugares. Idas a espaços públicos, ruas, centros abertos de concentração de pessoas... No mundo em que todos sabem da vida um do outro, por meio das redes sociais, provam que o maior alcaguete das pessoas são elas próprias. O isolamento social não está sendo obedecido pela população, que poderia colaborar mais para evitar o contágio do coronavírus em nosso estado. Os retratos da irresponsabilidade circulam nos feeds, stories, convites públicos e mensagens distribuídas pelos grupos da vida.
As pessoas que tomam esse tipo de atitude dificultam o processo do isolamento social, fundamental para que possamos combater a doença e sua transmissão em grandes proporções. Enquanto isso outras pessoas choram seus mortos, sendo em vários casos, mais de um em uma mesma família. A população é contraproducente ao não atender esses critérios e isso prejudica todo o estado, empresas, famílias, enfim, outras pessoas. Se a população não ajuda, o coronavírus continuará se espalhando, não em progressão geométrica como aconteceu nos primeiros 60 dias da doença, mas continuará atingindo os sergipanos.
Essa desobediência às orientações para combate à pandemia só está elevando a pandemia tácita que cresce vertiginosamente, tendo diagnosticado muito mais pessoas vítimas da doença do desemprego. Tínhamos no estado 8.200 casos de COVID-19 em Sergipe, no momento em que estava escrevendo essa opinião. Certamente, hoje (sábado) chegaremos à casa de 8.400 a 8.500 diagnósticos.
Entretanto, temos nesse mesmo momento, 11.116 pedidos de seguro desemprego, considerando o mesmo período de existência da pandemia no estado. Essa doença silente está avançando e certamente poderá chegar aos 13, 14 mil casos confirmados em Sergipe. Haja vista que, somente na primeira quinzena de maio, 3.086 pessoas solicitaram o benefício, de acordo com os dados do Ministério da Economia. As dificuldades que a paralisação do funcionamento das atividades econômicas irá elevar esse número de doentes, devido à possibilidade ainda maior de demissões por problemas de sustentação e manutenção das empresas, o CNPJ contaminado, adoece dezenas de CPFs.
O tratamento dessa doença está sendo feito através de medidas como o Benefício Emergencial de manutenção do emprego e renda (BEM) do governo federal. Os dados indicam que 53.074 pessoas estão recebendo o benefício, para evitar que seus empregos sejam destruídos pelo rolo compressor da falta de receita nas empresas. Todavia, o tratamento não é permanente e mesmo com a volta ao trabalho, as dificuldades as quais as empresas estão atravessando poderão não garantir a sustentabilidade desses postos de trabalho por muito tempo. Recuperar a receita perdida será difícil, até porque nem todas as empresas estão conseguindo acessar as linhas de crédito para salvar seus negócios.
A desobediência das pessoas, cujas quais encaram o isolamento social como um grande período de férias está elevando as duas setas das doenças que ninguém desejaria que crescessem. A pandemia e o desemprego se misturam e tornam-se um problema de saúde pública, principalmente por causa das próprias pessoas que não fazem o que deveriam fazer, contrariando as orientações e espalhando a doença por aí.
Você quer proteger sua vida e como mantê-la?Então fique em casa. Descomplique a economia e a sua saúde.
Como entender o comportamento de um negócio?
A tortuosa jornada de um tributo: do campo à sua mesa
O Destaque do Brasil no Mercado Global do Agronegócio
E lá vem a cobrança do PIX...
A inflação e a desvalorização do real de 1994 a 2023
Marcio Rocha é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa.
E-mail: jornalistamarciorocha@live.com
O conteúdo e opiniões expressas neste espaço são de responsabilidade exclusiva do seu autor e não representam a opinião deste site.