Mudar o trânsito da Nestor Sampaio prejudicará mais de 200 empresas | Marcio Rocha | F5 News - Sergipe Atualizado

Mudar o trânsito da Nestor Sampaio prejudicará mais de 200 empresas
Blogs e Colunas | Marcio Rocha 24/07/2021 02h23 - Atualizado em 24/07/2021 09h02

Você colocaria em risco mais de 200 estabelecimentos comerciais, que geram cerca de mil empregos para pessoas que moram na sua comunidade, por causa de uma ideia que não tem nada pra dar certo? Óbvio que não, né? Pois está acontecendo no bairro Luzia, ali na rua Nestor Sampaio. O objetivo da mudança de sentido das ruas Nestor Sampaio e Abigail Ferreira Ramos, criando um binário, é de melhorar o fluxo do trânsito na região, com a alegação de que a Nestor Sampaio é uma via intransitável e tem problemas de fluxo, criando retenções por engarrafamentos. Não é bem assim. Para tirar a dúvida, nesta semana transitei pela via em três dias diferentes, em vários horários, onde, inclusive, pude contar o número de lojas da rua.

Dizer que a Nestor Sampaio é um problema de tráfego é uma afirmação fora de contexto, pois apenas no horário escolar há algum tipo de retenção no trânsito, devido a uma escola de grande porte localizada na rua. No mais, não se observa problemas de fluxo. Pude verificar por volta das 10h da manhã, início da tarde, final da tarde, não havia problemas de lentidão ou retenção do fluxo de veículos na via. Somente senti um pequeno período de atraso na circulação no início da manhã. A Nestor Sampaio é uma rua que é essencial para o sustento de mais de mil trabalhadores, moradores da própria vizinhança, que são ativos economicamente, geram uma grande receita em impostos arrecadados com suas compras e salários, tal qual as empresas que ali se situam, a grande maioria do setor de serviços, ou seja, contribuem sobremaneira para a arrecadação municipal.

A SMTT dá um tiro no pé, ao colocar em risco as empresas ali situadas. E não vou me aprofundar com a via contrária, a Nelson Hungria. Um microempresário do setor de serviços de lavanderia e outro de alimentação me disseram que será impossível trabalhar na região, se direcionarem o fluxo de veículos exclusivamente para um sentido, pois para eles, haverá dificuldades para seus consumidores irem até seus estabelecimentos. Se levar em conta o ambiente interno dos bairros Luzia, Ponto Novo, conjuntos Jessé Pinto Freire e Conjunto dos Motoristas, que também tem um número considerável de estabelecimentos comerciais, o problema pode ser ainda maior. Essa ação não trará absolutamente nenhum benefício para a comunidade da região, pois não existem problemas de tráfego naquela área, a não sem em horários pontuais. Esses mesmos problemas acontecem na João Rodrigues, Beira-Mar, Hermes Fontes, João Ouro, Augusto Franco, João Ribeiro (pra quê tantos semáforos em uma distância tão curta?), entre muitas outras vias da cidade. Já pensou se for mudar todos os sentidos das vias se por horários pontuais haver retenção de veículos?

Decisões como essa não são úteis para o setor produtivo, nem para as pessoas que moram na região, que também manifestaram sua insatisfação diante dessa mudança de tráfego na área. Eu mesmo, que morei por 10 anos a 100 metros da Nestor Sampaio, acho isso um grande contrassenso. E observando pelo prisma econômico, essa mudança poderá criar um problema sério de fechamento de empresas e elevação do contingente de desempregados. Obviamente não é o comércio todo que quebraria, mas das oito barbearias localizadas na rua, cinco certamente fechariam, porque elas têm no fluxo da rua, uma de suas estratégias de localização e acesso ao cliente. Já uma empresa de comércio atacadista, que emprega mais de 40 pessoas, certamente encolheria suas atividades, diminuindo o quadro de pessoal. Já as papelarias, lojas de autopeças, mercearias, lanchonetes, galerias com os mais diversos serviços, minimercados, lojas de bicicleta, tatuadores, entre outras tantas atividades que lá se situam, não teriam tamanha condição de resistir a essa mudança, que não deveria nem ter sido pensada.

Quando na gestão anterior foi cogitada a hipótese, mudaram logo de ideia, lembram?

 

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Marcio Rocha é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa.

E-mail: jornalistamarciorocha@live.com

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