Casos de Febre Oropouche em Sergipe reforça cuidados principalmente com gestantes
A transmissão e feita principalmente pelo mosquito conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora (Foto: Sociedade Brasileira de Medicina Tropical) Blogs e Colunas | Saúde em Dia 11/08/2024 07h00 - Atualizado em 13/08/2024 12h05Nas últimas semanas, tem chamado a atenção das autoridades sanitárias do país o aumento de casos de febre Oropouche. Em particular, na Bahia, foram registradas duas mortes de mulheres com menos de 30 anos e sem comorbidades, o que levantou um sinal de alerta. No estado de Sergipe, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) confirmou dois casos, um em Nossa Senhora do Socorro e outro em São Cristóvão. Até o dia 28 de julho foram registrados 7.286 casos de Oropouche, em 21 estados brasileiros. A maioria dos casos foi registrada no Amazonas e em Rondônia. Até o momento, um óbito em Santa Catarina está em investigação.
A febre Oropouche é uma infecção causada pelo vírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV), transmitida principalmente pelo mosquito Culicoides paraenses, conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora. Os sintomas são similares aos da dengue e Chikungunya, incluindo febre de início súbito, cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor muscular) e artralgia (dor articular). Outros sintomas relatados são tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos. Atualmente, não há vacina ou tratamento específico disponível para a doença.
Marco Aurélio Góes, diretor de Vigilância em Saúde da SES, informou que o Estado tem monitorado a presença e o comportamento da febre Oropouche desde outubro de 2023, orientando os municípios sobre as ações de vigilância e medidas preventivas. “Com a identificação desses primeiros casos e considerando que a maioria das amostras está sendo negativa, isso demonstra que a transmissão ainda é bem limitada. No entanto, a presença desses casos positivos intensificou as ações de vigilância clínica e laboratorial”, afirmou Góes.
Marco Aurélio Góes recomenda o uso de roupas compridas, como camisas de manga longa e calças, especialmente em horários com maior circulação de mosquitos, além do uso de repelentes, como forma de aumentar a prevenção. “Existe uma recomendação maior em relação às gestantes, devido ao desconhecimento completo sobre o impacto do vírus, que pode resultar em malformações, partos prematuros ou abortamentos”, acrescentou Góes.
Ele também enfatizou a importância de evitar áreas com alta concentração de insetos, usar telas de malha fina em portas e janelas, e aplicar repelentes à base de N, N-Dietil-meta-toluamida (DEET), icaridina ou picaridina e IR 3535 nas áreas expostas da pele. Manter a casa e os arredores limpos, incluindo a remoção de folhas e frutos caídos, também faz parte das medidas preventivas recomendadas.
“A prevenção é essencial para controlar a disseminação da febre Oropouche, e a colaboração da população é fundamental para o sucesso dessas medidas”, concluiu Marco Aurélio Góes.
Transmissão vertical do Oropouche
O Ministério da Saúde (MS) confirmou um caso de óbito fetal causado por transmissão vertical de febre do Oropouche, que acontece quando o vírus é passado da mãe para o bebê, durante a gestação ou no parto. A confirmação foi feita na sexta-feira (2) no estado de Pernambuco. A pasta informou que a grávida tem 28 anos de idade e estava na 30ª semana de gestação.
Segundo o ministério, continuam em investigação oito casos de transmissão vertical de Oropouche: quatro em Pernambuco, um na Bahia e três no Acre.
“Quatro casos evoluíram para óbito fetal e quatro casos apresentaram anomalias congênitas, como a microcefalia. As análises estão sendo feitas pelas secretarias estaduais de saúde e especialistas, com o acompanhamento do Ministério da Saúde, para concluir se há relação entre Oropouche e casos de malformação ou abortamento”, disse a pasta.
Com informações do Ministério da Saúde
André Carvalho é jornalista há mais de 20 anos. Formado pela Universidade Tiradentes (Unit), possui especialização em Marketing pela Faculdade de Negócios de Sergipe (Fanese). Foi apresentador de programa de rádio e televisão, e atuou como assessor de comunicação de vários órgãos públicos e secretarias municipais e estaduais. Atualmente, é editor do Caderno Saúde em Dia.
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