Odontologia segura: como minimizar riscos em procedimentos cirúrgicos?
Cuidados essenciais para evitar infecções após procedimentos odontológicos Blogs e Colunas | Saúde em Dia 17/03/2025 14h03 - Atualizado em 18/03/2025 16h43A morte de uma mulher de 35 anos no Espírito Santo, dois dias após realizar uma raspagem gengival, levanta um alerta sobre os cuidados que os profissionais de odontologia devem ter para evitar complicações graves. A paciente desenvolveu uma infecção generalizada, um risco presente em qualquer procedimento cirúrgico na boca, segundo especialistas.
O cirurgião-dentista Dr. Esdras Guimarães explica que a cavidade oral possui uma flora bacteriana própria, e qualquer intervenção cirúrgica pode facilitar a entrada dessas bactérias na corrente sanguínea. “Os principais riscos incluem contaminação da área operada, falhas na esterilização dos instrumentos, má cicatrização e baixa imunidade do paciente. Em casos mais graves, infecções podem se espalhar para outras partes do corpo, tornando-se um problema sistêmico”, alerta.
Medidas para minimizar riscos
A biossegurança é uma prioridade na odontologia, e protocolos rigorosos são seguidos para garantir um ambiente estéril. “Desinfecção de superfícies, esterilização dos instrumentos, uso de materiais descartáveis e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são medidas essenciais. Além disso, a assepsia da boca do paciente com enxaguantes antissépticos antes do procedimento reduz a carga bacteriana”, explica o dentista.
Antes da cirurgia, a avaliação completa do paciente ajuda a identificar fatores de risco, como diabetes descontrolado ou uso de imunossupressores. Durante o procedimento, o uso de técnicas minimamente invasivas e irrigação com substâncias antissépticas reduz o risco de infecção. No pós-operatório, o acompanhamento rigoroso e a prescrição de medicamentos quando necessário garantem uma boa recuperação.
Quando o uso de antibióticos é necessário?
Nem todo procedimento odontológico exige antibióticos, mas eles podem ser indicados em casos específicos, como em pacientes com imunidade comprometida ou em cirurgias mais invasivas. “Pacientes com diabetes descontrolado, doenças autoimunes ou em tratamento oncológico apresentam maior risco de complicações, exigindo um acompanhamento mais próximo e, em alguns casos, o uso de antibióticos preventivos”, explica Dr. Esdras.
Sinais de alerta para infecção grave
Após um procedimento odontológico, é normal sentir um leve inchaço e desconforto, mas alguns sintomas indicam uma possível infecção grave:
• Dor intensa que não melhora com analgésicos
• Inchaço excessivo e progressivo
• Secreção de pus na área operada
• Febre persistente
• Dificuldade para abrir a boca ou engolir
• Vermelhidão intensa e sensação de calor na região
Se esses sinais surgirem, é fundamental procurar atendimento odontológico imediato para evitar complicações mais graves, como a septicemia – uma infecção generalizada que pode levar à morte.
O papel do paciente na prevenção de infecções
Além dos cuidados adotados pelos profissionais, o paciente tem um papel essencial na prevenção de infecções após uma cirurgia odontológica. Seguir corretamente as orientações médicas, manter uma boa higiene bucal, evitar tocar a região operada, não consumir cigarros ou bebidas alcoólicas e comparecer às consultas de acompanhamento são medidas fundamentais.
“No caso dos implantes dentários e outros procedimentos invasivos, utilizamos tecnologias avançadas para reduzir o tempo da cirurgia e minimizar os riscos. O planejamento digital, o uso de antibióticos profiláticos e um pós-operatório monitorado garantem mais segurança ao paciente”, ressalta Dr. Esdras.
A tragédia ocorrida no Espírito Santo reforça a importância da biossegurança na odontologia e da conscientização dos pacientes sobre os cuidados necessários antes e depois de um procedimento. A saúde bucal não é apenas uma questão estética, mas um fator essencial para o bem-estar e a qualidade de vida.







André Carvalho é jornalista há mais de 20 anos. Formado pela Universidade Tiradentes (Unit), possui especialização em Marketing pela Faculdade de Negócios de Sergipe (Fanese). Foi apresentador de programa de rádio e televisão, e atuou como assessor de comunicação de vários órgãos públicos e secretarias municipais e estaduais. Atualmente, é editor do Caderno Saúde em Dia.
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