Bancos brasileiros com subsidiárias e/ou dependências no exterior
Blogs e Colunas | Saumíneo Nascimento 15/10/2017 06h24 - Atualizado em 15/10/2017 06h28
Conforme dados do Banco Central do Brasil, através de sua Diretoria de Organização do Sistema Financeiro - Departamento de Organização do Sistema Financeiro, na posição de 31/08/2017, o Brasil estava com 31 bancos brasileiros com subsidiárias e/ou dependências no exterior. Destes fazem parte dos Bancos Públicos Oficiais, 03 Bancos Federais (Banco do Brasil S/A, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social e Caixa Econômica Federal) e 01 Banco Estadual (Banco do Estado do Rio Grande do Sul).
Esta presença de bancos brasileiros no exterior é composta por 44 agências bancárias, 14 escritórios e 69 subsidiárias, o que revela uma presença quantitativa muito baixa no processo de internacionalização dos bancos brasileiros.
Os bancos brasileiros presentes no exterior são os seguintes: Banco BBM S/A; Banco BMG S/A; Banco Bradesco S/A; Banco BTG Pactual S/A; Banco Daycoval S/A; Banco de Investimentos Credit Suisse (Brasil) S/A; Banco do Brasil S/A; Banco do Estado do Rio Grande do Sul S/A; Banco Fibra S/A; Banco Industrial do Brasil S/A; Banco Indusval S/A; Banco Itaú BBA S/A; Banco Mercantil do Brasil S/A; Banco Mizuho do Brasil S/A; Banco Modal S/A; Banco Morgan Stanley S/A; Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social; Banco Original S/A; Banco Pine S/A; Banco Safra S/A; Banco Santander (Brasil) S/A; Banco Sofisa S/A; Banco Sumitomo Mitsui Brasileiro S/A; Banco Votorantim S/A; Caixa Econômica Federal; China Construction Bank (Brasil) Banco Múltiplo S/A; Deutsche Bank S/A – Banco Alemão; Haitong Banco de Investimentos do Brasil S/A; Itaú Corretora de Valores S/A; Itaú Unibanco Holding S/A e; Itaú Unibanco S/A.
O banco brasileiro com maior presença no exterior é o Banco do Brasil S/A que tem 14 agências bancárias em 14 países diferentes, 7 escritórios em 7 países diferentes, destacando que não há coincidências de escritórios do Banco do Brasil em países que ele tenha agência e mais 13 subsidiárias em 9 países distintos, sendo que neste caso existem subsidiárias em países com possuem agências ou escritórios, a exemplo de Buenos Aires na Argentina, onde o Banco do Brasil S/A tem uma agência bancária e 4 subsidiárias, em George Town nas Ilhas Cayman existe um escritório e uma agência bancária, Em New York nos Estados Unidos existe 1 escritório e uma agência bancária e, em Londres no Reino Unido existe também 1 escritório e uma agência bancária.
A maior presença de bancos brasileiros no exterior fica em George Town nas Ilhas Cayman com 22 dos 31 bancos brasileiros presentes no exterior, ou seja, 71% dos bancos brasileiros que estão no exterior possuem presença neste famoso paraíso fiscal. Está logica de presença dos bancos brasileiros com representação no exterior estarem em paraísos fiscais fica evidente, pois além das Ilhas Cayman, outros pontos do globo se destacam como Nassau nas Ilhas Bahamas com 5 bancos; Hong Kong com 2 bancos; Luxemburgo com 3 bancos; Hamilton nas Bermudas com 1 banco; Dubai nos Emirados Árabes Unidos com 02 bancos; cidade do Panamá no Panamá com 1 banco e; Tortola nas Ilhas Virgens Britânicas com 1 banco. Com isso verifica-se que a maioria dos Bancos brasileiros que estão no exterior possui algum tipo de representação em paraísos ficais, pois dos 31 bancos presentes no exterior 27 estão presentes em paraísos fiscais (87%).
Em minha visão esta relevante presença de bancos brasileiros em paraísos fiscais (offshore) é por conta da importância da regulação bancária, pois países que possuem regulação menos rígida, como é o caso dos paraísos fiscais, favorecem uma maior penetração de bancos estrangeiros, enquanto que mercados com regulações mais rígidas dificultam a presença de bancos internacionais.
Mas para além das questões regulatórias, o refúgio fiscal é de fato, o principal fator de busca de investidores, por isso, a maioria dos Bancos brasileiros abre uma agência, uma representação ou uma subsidiária no exterior, pois possibilita aos seus clientes facilidades na aplicação de capitais estrangeiros, com alíquotas de tributação mais baixas ou até mesmo nulas. Além disso, a proteção da identidade dos proprietários dessas aplicações é maior do que em mercados tradicionais, com garantia de sigilo bancário absoluto.
A discussão central é sobre o direito fundamental à vida e sobre os direitos humanos.
A questão da segurança alimentar deve ser obrigação de todos nós
Reuniões de Primavera de 2022 FMI e Grupo Banco Mundial
Diferenças Geopolíticas entre a Rússia e a Ucrânia
Saumíneo Nascimento é Economista, Mestre e Doutor em Geografia, tem Pós-Doutorado em Ciência da Propriedade Intelectual pela UFS, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, da Associação Brasileira de Relações Internacionais e da Academia Nacional de Economia.
E-mail: saumineon@gmail.com
O conteúdo e opiniões expressas neste espaço são de responsabilidade exclusiva do seu autor e não representam a opinião deste site.