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Brasileiros na Direção de Organismos Internacionais
Blogs e Colunas | Saumíneo Nascimento 28/08/2017 06h07

Brasileiros na Direção de Organismos Internacionais

 

As disputas por cargos em organismos internacionais sempre foram intensas entre os países, pois ter um representante na direção principal de uma entidade que tenha atuação internacional ampla, também revela o prestígio de uma nação e a sua força política perante as demais. A presença de brasileiros no comando de organismos internacionais deve ser um posicionamento estratégico a ser planejado pelo Governo brasileiro de forma permanente, visando demonstrar o protagonismo do Brasil na condução de decisões que influenciam aspectos da vida das pessoas.

Neste ensaio citarei alguns exemplos de brasileiros que hoje comandam organismos internacionais, bem como as possibilidades que temos no futuro de inserir outros brasileiros em posições estratégicas no mundo, dentro de uma lógica geopolítica de posicionamento do país.

Do ponto de vista de comando central, citarei inicialmente a Organização Mundial do Comércio (OMC), que atualmente tem como Diretor Geral, o diplomata brasileiro, Roberto Azevêdo, que é graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade de Brasília e depois fez o curso de diplomata pelo Instituto Rio Branco do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. A OMC é uma organização internacional que cuida das normas que regem o comércio entre os países. Seu objetivo é garantir que os intercâmbios comerciais se realizem de forma mais fluída, previsível e livre. A sede da OMC fica em Genebra na Suiça, foi criada em 1995 e possui 164 países como membros. O brasileiro Roberto Azevêdo é o sexto Diretor Geral da OMC e foi nomeado para um mandato de quatro anos a partir de 1º de setembro de 2013, em fevereiro de 2017, os membros da OMC acordaram em renovar o mandato em mais quatro anos, iniciando-se a partir de 1º de setembro de 2017.

Outro importante organismo internacional que tem um brasileiro no comando é a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que tem como Diretor Geral, o Prof. Dr. José Graziano da Silva, que é Professor da Universidade Estadual de Campinas-SP e possui formação em engenharia agronômica pela Universidade de São Paulo, onde também possui mestrado em sociologia e economia rural pela Universidade de São Paulo, tem Doutorando em economia pela UNICAMP e Pós-Doutorado na Universidade da California. Ele foi eleito Diretor Geral da FAO em 26 de junho de 2011 para um mandato de três anos e meio e  que foi renovado para um segundo mandato de quatro anos de 1º de agosto de 2015 a 31 de julho de 2019.

A FAO tem como objetivo principal a busca pela segurança alimentar para a população mundial e o asseguramento de que as pessoas tenham acesso a alimentos de boa qualidade e que isso permita que elas levem uma vida ativa e saudável. É um organismo internacional que trabalha para a erradicação da fome, da insegurança alimentar, da eliminação da pobreza e busca o impulso do progresso econômico e social para todos, também prima pela utilização sustentável dos recursos naturais.   A FAO possui 194 países membros e sua sede fica em Roma na Itália.

A Organização Internacional do Café (OIC) é mais um organismo internacional comandado por um brasileiro, José Daster Sette que assumiu como Diretor Executivo da OIC em maio de 2017, que é formado em Administração pela Yale University e tem mestrado em Administração de Empresas pela American University.

A Organização Internacional do Café (OIC) é o principal organismo intergovernamental a serviço do café, congregando Governos exportadores e importadores para, mediante cooperação internacional, enfrentar os desafios com que o café se depara no mundo todo. Seus Governos-Membros representam 98% da produção mundial de café e mais de 83% do consumo mundial. É uma entidade fundada em 1963 e tem sua sede em Londres – Inglaterra.

Estes três exemplos de brasileiros na direção de importantes organismos internacionais revelam a importância do Brasil no cenário mundial e as suas possibilidades de influência em decisões que impactam em diferentes ramos as nações. Temos outros brasileiros em posições estratégicas em organismos internacionais, a exemplo de Paulo Vanucchi na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) e, o embaixador Gilberto Vergne Saboia, na Comissão de Direito Internacional da ONU e também diversos outros cargos intermediários nas várias entidades internacionais. Vale registrar que o nosso ex-embaixador Rubens Ricupero já exerceu o cargo de Secretário Geral da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD).

Imagino que o Brasil um dia terá o comando da Organização das Nações Unidas (ONU), estivemos bem perto disso, com o nosso Sérgio Vieira de Melo, diplomata brasileiro que era funcionário da entidade e morreu aos 55 anos em Bagdá na Iraque. O Brasil comandar a ONU seria um marco estratégico para a nossa posição geopolítica no mundo.

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