Pela eliminação da violência contra as mulheres | Saumíneo Nascimento | F5 News - Sergipe Atualizado

Pela eliminação da violência contra as mulheres
Blogs e Colunas | Saumíneo Nascimento 06/01/2019 11h24 - Atualizado em 16/01/2019 17h58

Segundo informações da Agência ONU Mulheres, existem estimativas globais da Organização Mundial da Saúde (OMS) que indicam que aproximadamente 35% das mulheres em todo o mundo sofreram violência física ou sexual por parte de parceiro ou terceiros durante a vida. É uma triste realidade, mas a violência contra mulheres em todas as idades é uma das violações de direitos humanos mais frequentes no mundo.

No Brasil especificamente, temos lido notícias e assistido a noticiários que apontam uma maior visibilidade da violência contra as mulheres. Talvez a quebra do silêncio por parte das mulheres também seja responsável por essa maior notoriedade dos fatos, e isso é importante na busca pela eliminação dessa aberração humana.

Os homens precisam tomar a iniciativa de resolver esse grave problema de violação dos direitos humanos das mulheres, que infelizmente ocorre em todas as classes sociais e de diversas formas, a violência envolve a questão psicológica, moral, física, financeira e sexual. Nós, homens, temos um papel importante de buscar reforçar os nossos laços de relacionamentos com as mulheres de forma adequada, sem aprisionamentos que levem sofrimentos para as mulheres.

Mesmo que a violência esteja em todas as classes sociais, as desigualdades perversas existentes entre homens e mulheres também agravam a situação de crescimento das violações contra os direitos das mulheres. Aliado a isso, o ser humano ainda não evoluiu para abolir o racismo e a discriminação.

Infelizmente existem determinantes das condições socioeconômicas que agravam mais ainda este crescimento da violência contra as mulheres e que geram problemas de saúde para elas e graves custos sociais para o Brasil.

Antes de tentar ou pensar em agredir qualquer mulher, é preciso lembrar-se do papel materno das mulheres, lembrar-se das mães, das filhas, das avós, das tias, das namoradas, das cônjuges, lembrar enfim das mulheres. Nada justifica essas ações crescentes de agressões contra as mulheres que estamos assistindo no Brasil, é de lamentar e, mais que isso, precisamos buscar contribuir na ação individual e coletiva para que não ocorram.

Cabe registrar que a Lei Maria da Penha prevê que, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, precisamos tratar de conteúdos relativos aos direitos da equidade de gênero e de raça ou etnia e do problema da violência doméstica e familiar contra a mulher.

A violência de gênero que cresce assustadoramente no mundo, e de forma especial no Brasil, é uma afronta moral com as melhorias das condições de vida que as populações têm conquistado ao longo dos anos. De nada adianta termos melhores indicadores de qualidade de vida, se ainda somos pré-históricos na oferta de condições de tratamento justo e igualitário para as mulheres.

Os relatos apresentados apontam diversos e variados motivos para as diferentes faces da violência contra as mulheres e um deles é o fim dos relacionamentos. Rompimentos e términos não são fáceis e muitos homens não aceitam e não estão preparados para receberem um NÃO; mas a vida é feita de aceitações e negações e muitos não foram preparados para isso. Os homens precisam compreender e aceitar os fins dos relacionamentos de forma natural e não buscar a agressão como uma forma de resolução de suas vulnerabilidades.

Como nós, homens, temos de uma forma geral mais poder e controle na sociedade, de forma equivocada, alguns agem a tornar as mulheres vulneráveis à violência de diversas e várias maneiras, ampliando o fosso das desigualdades.

Devemos lembrar Montesquieu, que na sua obra “O Espírito das Leis”, ao abordar leis que orientam a igualdade, escreveu o seguinte: “para que se ame a igualdade e a frugalidade, é mister que as leis as tenham estabelecido.” Mas mesmo com leis como a Lei Maria da Penha, Lei 11.340, de 07/08/2006, que cria mecanismos para coibir a violência doméstica contra a mulher, ainda vivencia-se cotidianamente o não cumprimento dessa lei. Precisamos de mais promoção e realização de campanhas educativas de prevenção da violência doméstica e familiar contra a mulher.

O assédio sexual, por exemplo, é uma forma de abuso e agressão que macula muitas vítimas e que na maioria das vezes, por temer violência, são silenciadas, até mesmo pelas intimidações e porque muitos agem de forma a amordaçar as vozes das mulheres.

Precisamos escutar as mulheres, precisamos ouvi-las, quebrando a cultura do silêncio, precisamos entendê-las, compreendê-las e, acima de tudo, amá-las.

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