24 de Outubro: Dia da Sergipanidade celebra identidade cultural do estado | F5 News - Sergipe Atualizado

Cultura
24 de Outubro: Dia da Sergipanidade celebra identidade cultural do estado
Para especialista, sergipanidade se manifesta de diversas formas no dia a dia
Cotidiano | Por Ana Luísa Andrade 24/10/2022 16h16 - Atualizado em 24/10/2022 16h20


Em 24 de outubro, como forma de homenagear a identidade do povo sergipano, comemora-se o Dia da Sergipanidade. A data foi escolhida por conta do dia em que o estado se desligou da Bahia e passou a ter independência. Mas afinal, o que seria a “sergipanidade”?

Para o professor de História Amâncio Cardoso, autor de “Sergipanidade: nota sobre um conceito” e do livro “Sergipe: um roteiro turístico, histórico e cultural”, sergipanidade é a construção coletiva de diversos sentidos e sentimentos que são expressados das mais variadas formas no cotidiano do sergipano.

Segundo o historiador, o próprio povo é responsável pela construção dos símbolos que compõem a cultura do estado, mesmo que não tenham consciência disso.

Para entender melhor esse conceito, o F5 News conversou com o especialista. Confira:

F5 News: O que pode ser entendido por sergipanidade?

Amâncio Cardoso: Sergipanidade é a construção coletiva de diversos sentidos e sentimentos expressos em nossos ofícios e práticas; em nossos saberes populares e eruditos; nos lugares consagrados pela memória coletiva; nas crenças e valores representados nas formas de expressão; enfim, nas celebrações de rituais e festas que marcam a vivência coletiva, nos quais se reelaboram, material e espiritualmente essa abstração que forma um sentido, ou vários sentidos de pertencimento, ou de identidades sergipanas.

F5 News: Que elementos formam a identidade cultural de um povo?

Amâncio Cardoso: São vários os elementos que formam a identidade de um povo. Alguns deles são: a língua ou forma dialetais do falar; o território jurídico político e historicamente delimitado; os símbolos cívicos; as manifestações e celebrações coletivas do cotidiano; os patrimônios culturais reconhecidos por essa coletividade.

F5 News: No caso de Sergipe, que elementos seriam esses?

Amâncio Cardoso: Nossos sotaques e modos de se expressar oralmente (do litoral, do agreste e do sertão); nosso devir histórico peculiar (diferente da Bahia e Alagoas); nossas instituições de memória e manifestações do folclore.

F5 News: Como se deu o processo de formação da identidade sergipana?

Amâncio Cardoso: Através da luta pela emancipação em relação à Bahia, e o fortalecimento material e simbólico de fronteiras culturais entre Sergipe e Bahia. A construção de sentido do "não ser baiano", configurou identidades que forjamos e sintetizamos, cotidianamente, no sentimento abstrato de Sergipanidade ou Sergipanidades.

F5 News: Às vezes, podemos nos deparar com afirmações de que Sergipe não teria uma identidade própria como outros estados têm. O que acha desse tipo de pensamento?

Amâncio Cardoso: Não concordo. Acho que muitos sergipanos não têm noção de que são vetores vivos na construção de fronteiras simbólicas que dão concretude a uma abstração, em forma de práticas e valores compartilhados. Ao dizer que "não nos identificamos com os baianos em muitos aspectos", já construímos uma fronteira simbólica ou linguística desse sentimento de pertencimento. Porém, que fique claro, que esse sentimento e práticas que manifestam diferenças culturais são riquezas de nossa diversidade no Estado (em Sergipe) e fora dele. Para que isso não sirva de barreira entre os cidadãos e se crie um bairrismo cego e empobrecedor. Pois uma das potências de uma Nação é reconhecer a sua diversidade cultural e saber conviver com respeito com essas diferenças. O respeito às diferenças culturais é um princípio básico para a vida.

Especialista
Amâncio Cardoso é licenciado em História pela Universidade Federal de Sergipe  e mestre em História Social pela Universidade Estadual de Campinas. É professor do Instituto Federal de Sergipe desde 1994, onde ministra aulas nos cursos de Turismo. 

Em “Sergipe: um roteiro turístico, histórico e cultural”, Cardoso apresenta e analisa aspectos históricos e culturais significativos do estado sergipano, abordando aspectos diversos dessa temática, como feiras, gastronomia, folclore, música, pintura, arquitetura e linguística. O livro também trata de vários aspectos da História de Sergipe aplicados à atividade turística, relacionados à personagens, símbolos, monumentos, fatos e lugares.

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