Após reunião com o Comitê Técnico-Científico e de Atividades Especiais (Ctcae) nesta quinta-feira (21), para avaliar o cenário epidemiológico dos últimos 14 dias em Sergipe, e a projeção para as próximas semanas, o governador Belivaldo Chagas informou em entrevista coletiva que vai manter as mesmas restrições estabelecidas para a ocupação de bares e restaurantes, como também em eventos. A medida deve ocorrer até o Carnaval.

Segundo o governador Belivaldo Chagas, no estado está sendo observada uma diminuição de casos positivos do coronavírus e uma pequena queda no número de internações, tanto nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), como também nas enfermarias. Essa redução de internações se deu de forma mais acentuada nos hospitais da rede pública - "na rede privada a diminuição foi muito pouca", disse.

"Estamos vivendo um momento de uma pequena redução de casos positivos, muito embora a gente tenha continuado com as testagens, inclusive aumentamos. A diminuição de casos positivos não se deu porque diminuímos as testagens, ao contrário, é o lado bom. Mas é importante frisar que ainda estamos tendo um aumento de casos novos em Aracaju e na Grande Aracaju, o que corresponde hoje a aproximadamente 70%, sendo 52% só em Aracaju. Portanto, a gente precisa de cuidado maior com Aracaju e a Grande Aracaju", ressaltou o governador.

Já em relação aos óbitos por Covid-19, a média é alta. Belivaldo lembrou que, na última reunião com o Comitê, a projeção era da possibilidade de encerrar o mês de janeiro com algo em torno de 270 a 280 mortes; até ontem os números já chegaram a 201 óbitos no estado. "Isso representa na média observada algo em torno de 11 óbitos em média por dia, se mantivermos esse número a gente chega aos 300 óbitos, portanto é preocupante".

Segundo o governador, muitas pessoas estão chegando nas unidades hospitalares já em situação crítica, "passando portanto pouco tempo internadas e vindo à óbito e aí vem a rotatividade. Isso é preocupante, essa queda de internação com o aumento de óbito".

Em função da análise epidemiológica, foi decidido que até o Carnaval não será alterado o percentual de 50% de ocupação nos bares e restaurantes. A medida só deve ser revista após o período, segundo o governador. Da mesma forma, em relação a eventos, continua autorizado apenas com até 100 pessoas em ambientes fechados e abertos. "Vamos prorrogar e não há nenhuma possibilidade até o Carnaval da gente aumentar esse percentual", disse.

Sobre o expediente na administração pública, atualmente com percentual de 50% dos servidores trabalhando, deverá retornar a partir de segunda-feira (25) para 100% da totalidade, respeitando os casos das pessoas com comorbidades, situação de saúde mais grave. Sobre o pleito dos artistas que solicitaram o aumento da quantidade de pessoas por apresentação, de duas para um total de seis, Belivaldo permitiu para até quatro.

Carnaval

Somente na próxima sexta-feira (29) haverá uma definição se no Carnaval será decretado feriado ou ponto facultativo como forma de tentar evitar a disseminação da Covid-19. Até a sexta-feira da próxima semana, o governo vai baixar um decreto normatizando novas medidas, inclusive coibindo qualquer evento que tenha possibilidade de ser caracterizado como carnavalesco, disse Belivaldo. 

"Será um decreto forte no sentido de coibir, de todas as formas possíveis e imagináveis, qualquer evento que possa ser caracterizado como evento carnavalesco", afirmou, enfatizando que haverá uma força tarefa com o objetivo de coibir qualquer ato nesse sentido. "E só a partir de sexta traremos decisão se será feriado ou ponto facultatuivo, porque a gente quer observar exatamente essa curva nos próximos oito dias", ressaltou.

Vacinação

Nos próximos dias os dados com relação à campanha de vacinação contra a Covid devem ser apresentados, inclusive os números de pessoas vacinadas na primeira fase. Conforme o governador, a distribuição das vacinas aconteceu em todo Sergipe dentro do planejado. 

"Enviamos apenas o equivalente à primeira dose, o que diz respeito à segunda dose está armazenado na Secretaria de Saúde para que a gente faça, inclusive, a checagem das pessoas que foram vacinadas para ver se bateu com o que está previsto no Plano Nacional de Imunização. porque quem assumiu a responsabilidade de furar fila responderá portanto pelo ato", completou.