A defesa de Vitor Aragão, suspeito de matar a esposa, Ana Paula de Jesus Santos, está tentando anular a validade dos depoimentos já colhidos pelos investigadores do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O advogado Valter Neto também contesta a principal linha de investigação da Polícia Civil e sustenta a inexistência de elementos que comprovem a prática do feminicídio. 

Casal tinha um relacionamento há quase dez anos. Foto: reprodução Facebook

As evidências citadas até o momento pela Polícia, na ótica do advogado, apresentam contradições. Ele também reclama da susposta dificuldade de acesso à integra do inquérito. "Exijo que todos os depoimentos sejam feitos na minha presença e os que foram feitos sem que eu estivesse devem ser novamente realizados”, declarou Valter Neto, em entrevista à Fan FM nesta terça-feira (21). 

Vitor Aragão está preso temporariamente desde a semana passada porque, conforme já apurado pelos policiais, a narrativa do marido sobre a dinâmica do crime apresentou incoerências com a cena encontrada, alegação também é rechaçada pelo advogado do suspeito. 

"Uma pegada apontada na cama do casal como sendo do Vitor,não é dele, mas sim de um profissional do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que precisou subir na cama para realizar procedimentos médicos no corpo da vítima. Esta e outras provas apresentadas pela polícia são facilmente desqualificadas”, afirmou Neto. 

O advogado também considera estranhas as declarações prestadas por familiares da vítima acerca de um suposto mal estar no relacionamento do casal. Um dia após o crime, amigas e parentes da vítima chegaram a afirmar à imprensa que Ana Paula estaria pensando em divórcio. 

Segundo Valter Neto, o suspeito garante ser inocente. "Ainda ontem conversei seriamente com ele e o questionei se poderia defendê-lo até o fim, porque se aparecer alguma prova que o incrimine eu serei o primeiro a deixar o caso, mas até então isto não existe", concluiu o advogado. 

F5 News procurou  a Secretaria da Segurança Pública (SSP), mas a pasta não comentou as declarações do advogado até a publicação desta notícia.