Como é bom dividir! | F5 News - Sergipe Atualizado

Dia dos Pais
Como é bom dividir!
As memórias de uma mãe sobre o valor de uma paternidade presente
Cotidiano | Por Amanda Neuman* 09/08/2020 04h30 - Atualizado em 10/08/2020 07h13


11 de março de 2019. Segunda-feira. Dez horas da noite. Fui pra urgência do hospital porque meu estômago doía e eu tinha náuseas. Era um bebê. Isso mesmo. Eu estava grávida e não sabia. Tipo aquele programa, só que com menos drama. Descobri ali, sozinha, com dor de barriga na urgência. Quase dois meses e nenhum sintoma, até parecer que eu estava com infecção intestinal.

Peguei o celular e disquei o número dele com a habilidade de quem fazia isso o tempo todo. Ele estava viajando a trabalho. Só voltaria dali a quatro dias. Mas eu tinha que contar. Tudo eu queria dividir. “Calma. Ele vai ser pai!”, gritou meu cérebro. Imagina ele lá deitado pra dormir, atende o celular e escuta: “oi, amor, então... você vai ser pai”. Não dava mesmo! Eu esperei por esse momento por tanto tempo, eu tinha uma pasta no Pinterest com ideias de surpresas. Guardei o celular e guardei segredo. Logo eu, a pessoa que entrega os presentes antes da data porque não consegue esperar. Guardei segredo por quatro dias, uma eternidade, q-u-a-t-r-o dias, e esperei ele chegar. Mas tudo que eu queria era dividir porque eu amo dividir tudo com ele.

Preparei tudo. Uma caixinha com um sapatinho de bebê e uma caneca (ele faz coleção) escrito assim: “o melhor marido foi promovido a papai!”. Ouvi o carro parando na garagem e coloquei a música do nosso casamento. “É impossível estar perto de Deus e suas bênçãos não ter”, tocava baixinho. Ele entrou. Entreguei a caixa. Ele abriu e caiu pra trás. Só dizia: “eu sabia, eu sabia que você estava me enganando!”. Claro que ele sabia. A gente divide tudo. Agora íamos dividir um bebê. O nosso bebê.

Nossa vida virou de cabeça pra baixo e descobrimos como era maravilhoso viver assim: revirados. Com ele eu dividi uma gravidez tranquila, um parto feliz, um puerpério leve. Mas só foi tranquilo, feliz e leve porque a gente dividiu. Tê-lo como pai da minha filha é saber que tenho com quem dividir. Ah, esqueci de dizer: temos uma filha! Uma menina, Helena, a cara dele. A carinha mais linda do mundo.

Um dia, no meio da gravidez, ele chegou em casa com a ideia de vestir nossa menina de heroína a cada mês do primeiro ano. Eu nem sabia que existiam tantas heroínas assim, mas ele sabia. “Amor, ela vai ser uma heroína diferente todo mês! A gente vai ensinar que ela pode ser o que quiser!”, disse animado. Eu sorri feliz por ser ele o homem com quem eu podia dividir tudo.

Nós dividimos Helena desde então, desde quando ela só estava na barriga. Ele carregou comigo um bebê ao longo dos meses. Não literalmente, mas carregou. Ele era o especialista em BabyCenter, o aplicativo que monitora a gravidez, ele sabia o que tinha na lista do enxoval, ajudou a escolher as lembrancinhas do chá de fraldas, ele sabia o que era tampão mucoso (não procure isso no google!) e também sabia que, na hora que nos transformássemos em pai e mãe, ia dar tudo certo. Ele divide sua esperança comigo.

Ele é um pai amoroso e presente, como eu sempre imaginei que seria. Foi esse homem que eu escolhi pra dividir a vida, a casa, os sonhos e a família. Se sou 100% mãe, ele é 100% pai. E eu continuo sorrindo feliz por saber que foi ele, Danilo, que escolhi pra dividir tudo, inclusive Helena.

 

*Jornalista
 

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