Em meio aos mistérios da origem do óleo que invade mais de 2 mil quilômetros de praias  nos nove estados do Nordeste, pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apontaram o que seria o provável ponto de origem dos vazamentos. O local seria numa área entre 600 km e 700 km da costa brasileira, numa faixa de latitude com centro na fronteira entre Sergipe e Alagoas.

A simulação de computador foi feita a pedido da Marinha por um grupo de pesquisadores do Coppe, o centro de pós-graduação em engenharia da Universidade. Luiz Landau e Luiz Paulo Assad usaram um modelo matemático de correntes marinhas no Atlântico e cruzaram os dados com o mapa de manchas de óleo encostadas no litoral do Nordeste. Ao fazerem uma inversão no sentido temporal do modelo de computador, a partir dos pontos de destino do óleo fragmentado, chegaram a uma aproximação sobre sua origem. 

A parte central da área localizada como fonte do despejo pelos cientistas fica fora da zona econômica exclusiva do Brasil, em águas internacionais. 

Em entrevista, Landau afirmou que essa primeira parte da pesquisa foi mais focada em entender a origem do descarte, e que daqui para frente, na próxima semana, o grupo vai começar a tentar entender como vai acontecer essa dispersão do óleo.

Conforme os pesquisadores, não é possível rastrear a área exata da origem do vazamento, porque é muito difícil saber quando cada mancha alcançou cada praia do nordeste, já que as datas oferecidas pelo Ibama se referem ao momento em que o óleo foi detectado, não o dia que ele realmente chegou no litoral. 

O grupo reforça ainda que os dados estão nas mãos da Marinha, e esperam que a pesquisa contribua para um rastreamento de embarcações que podem ter sido responsáveis pelo vazamento. 

*Com informações do Diário de Pernambuco