O humorista Léo Lins se envolveu em duas polêmicas no estado de Sergipe. Desde uma suposta desavença com o governador Belivaldo Chagas, até um protesto realizado na frente da casa de shows onde ele realizou seu espetáculo, em Aracaju, na última sexta-feira (29). 

O ponto de partida para essa história é o anúncio do show em Aracaju. Léo Lins publicou em seu instagram um vídeo em que lança uma promoção para os fãs de "Buracaju'', como ele escreveu na postagem.

Essa promoção daria um par de ingressos e um livro de autoria do artista para quem fizesse a foto mais criativa dentro de um buraco na capital sergipana. “Eu estarei fazendo um show aqui… Aqui não, vai ser em um teatro, que não é tão grande quanto este buraco”, zomba ele no vídeo, que não foi gravado em Aracaju.

Com o passar dos dias, há pouco mais de duas semanas, Léo Lins publicou em seu instagram sobre uma suposta censura em seu espetáculo no teatro Tobias Barreto.

Na postagem, ele declara que o governador de Sergipe, Belivaldo Chagas, não teria gostado do estilo das suas piadas e havia barrado sua apresentação no teatro.

É possível ver na publicação diversos sergipanos que comentaram não saber do show e que iriam para o espetáculo após esse caso controverso de suposta censura.

No entanto, a assessoria de Comunicação do governo de Sergipe já havia declarado que o Tobias Barreto é uma casa com gestão própria e o Estado não tem poder para barrar o espetáculo, que havia sido mudado por uma questão de falta de espectadores. 

O teatro Tobias Barreto tem capacidade de 1.300 lugares. O show foi transferido para uma casa particular, que comporta até 600 pessoas e contou com duas sessões.

A segunda polêmica

O show aconteceu, mas uma segunda polêmica também ofuscou - ou alimentou - as piadas do humorista: um protesto na frente da casa de shows onde ele se apresentava, na zona sul da capital.

Segundo os manifestantes, Léo Lins zombou de pessoas com deficiência. Mais especificamente, ele fez piada com pessoas surdas associadas a quem sofre do mal de Parkinson, doença que afeta o sistema nervoso e causa tremores involuntários, especialmente nas mãos. 

“Um surdo com mal de Parkinson é considerado gago?”, pergunta Léo Lins em um show, que ele mesmo publicou em seu instagram.

O humorista chegou a tirar uma foto sorrindo na frente dos manifestantes no protesto e também postou em suas redes sociais, dizendo que apoia a liberdade de expressão.

O telejornal Cidade Alerta Sergipe, veiculado na TV Atalaia, filiada Record TV no estado, apresentou uma matéria em sua grade e conversou com membros da comunidade surda em Sergipe.

O estudante Rafael Lima, que também é surdo, registrou um boletim de ocorrência contra o autor na Delegacia de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV).

"Ele é uma pessoa influente trazendo esse tipo de informações, foi aí que a gente decidiu prestar o B.O., quando a gente identificou que realmente era um crime contra a comunidade", declarou Rafael.

De acordo com o Estatuto da Pessoa com Deficiência, “Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência” é crime e a pena é de reclusão, de 1 a 3 anos, além de multa.

O Ministério Público de Sergipe se pronunciou e disse que dará andamento ao caso

Estagiário sob supervisao da jornalista Monica Pinto