O final do ano chega e, com ele, vem aquela correria para deixar todos os preparativos em ordem, mas há pessoas que encontram tempo para aproveitar o espírito natalino e realizar trabalhos voluntários em prol da sociedade. Um desses grupos é o Sementes do Bem.

foto: Victória Valverde

No último sábado (14), o grupo voluntário viajou até Laranjeiras para realizar uma tarde de natal na sede da Sociedade de Culto Afro Brasileiro Filhos de Obá. Participaram do evento mais de 50 famílias moradoras do município.

Na solenidade, foram distribuídas cestas básicas e kits de higiene para as famílias e brinquedos para as crianças. Também teve realização de brincadeiras infantis e repartição de lanches.

Quebra de Paradigmas

Além das famílias que foram agraciadas pela ação, os voluntários que participaram da tarde recreativa se disseram enriquecidos pela experiência.

“Confesso que no começo fiquei apreensiva por ter crescido em um lar evangélico, mas essa ação desconstruiu preconceitos que estavam enraizados em mim sobre o candomblé. Foi uma experiência maravilhosa”, relata Victória Oliveira, voluntária há mais de um ano do Sementes do Bem.

Uma das idealizadoras do grupo voluntário, Raphaela Maza, disse que o evento foi uma oportunidade para que voluntários e moradores da região entrassem em contato com a sede da Sociedade Filhos de Obá.

“Além de ajudarmos famílias e crianças que precisam de atenção e assistência, entramos em contato com o candomblé, uma religião linda como todas as outras. Sempre procuramos conhecer, ajudar e levar amor para os mais diversos lugares e as mais diversas pessoas”, relata a voluntária. 

Filhos de Obá

O terreiro “Filhos de Obá” tem mais de 100 anos, sendo considerado o mais antigo de Sergipe. Ele foi fundado por Maria Joaquina, escrava africana que veio da cidade de Obá (Nagô).

Em 1910, Joaquina fundou a Sociedade de Culto Afro Brasileiro Filhos de Obá, que só foi reconhecida como entidade civil em 1947. Sua finalidade é praticar a caridade, desenvolver o lado espiritual dentro dos conceitos dos rituais afrobrasileiros e beneficiar todos os necessitados dentro e fora da sede.

Na sede também são realizadas visitação guiada ao museu e à trilha dos orixás. Também está em funcionamento o projeto “restaurante gueuasimbé”, que valoriza e divulga a culinária brasileira.

*Estagiária sob a orientação da jornalista Mônica Pinto.

Fotos: Victória Valverde