A Justiça Federal de Primeira Instância da 5ª Região determinou o retorno do candidato Glaucio Ricardo Santos, de 32 anos, ao concurso da Polícia Rodoviária Federal. O concurseiro havia sido eliminado do certame por não ter a raça negra reconhecida pela banca examinadora. 

Glaucio foi reprovado na última etapa do concurso, quando foi avaliado pela banca de heteroidentificação. No dia 30 de setembro ele teve acesso à justificativa da avaliação: o primeiro membro não justificou, classificando apenas como “recurso indeferido”, o segundo membro considerou Glaucio cotista, e o terceiro justificou que o candidato, além de não apresentar característica (fenótipo) de homem negro, recorreu ao sistema de cotas “sem ao menos ler, pesquisar, compreender as inter-relações que permeiam negritude e branquitude”. 

“A banca deu uma justificativa automática, praticamente o mesmo parecer que me deram foi o dos demais candidatos, mudando pouca coisa, mostrando que não tiveram interesse em analisar cada caso”, disse Glaucio ao F5News. 

Indignado com o resultado, o candidato recorreu à justiça, que concedeu parcialmente o pedido de tutela de urgência para que Glaucio retorne ao certame e termine as etapas restantes, neste caso, o Curso de Formação Policial (CFP). “Sobre nomeação e posse, ficaram condicionadas à aprovação no CFP e após o trânsito em julgado da ação”, disse Glaucio. 

Agora, o candidato aguarda uma nova convocação para a segunda turma de CFP, para dar seguimento às etapas do concurso. “Só depois de concluir o curso e a ação tiver decisão definitiva (com trânsito em julgado) eu poderei ser nomeado e tomar posse. Agora, em tese, voltarei para minha situação antes de ser eliminado”, relatou ao portal.