Médico acusado de negociar criança paga fiança e deixa prisão
Cotidiano 19/08/2011 13h16Por Márcio Rocha
O médico Pedro Lourenço Simões, que foi preso acusado de ter negociado para que uma mãe entregasse um recém-nascido a uma família do estado de São Paulo, após o parto no Hospital de Tobias Barreto, pagou fiança e está em liberdade.
Entenda o caso
Após acusar o médico Pedro Lourenço Simões de ter “roubado” seu filho, um recém-nascido de apenas dois dias de vida, uma adolescente de 15 anos mudou o depoimento, e admitiu que, como não tinha interesse em criar o filho, o negociou com o médico para que fosse entregue a um casal que reside na cidade de São Paulo.
Segundo relatou a mãe da criança à polícia, a jovem se arrependeu do acordo. Entretanto, continuou insistindo que Pedro Simões não se conformou e passou a persistir em levar o recém-nascido para viver com a família de um amigo seu “em boas condições de vida”.
A jovem mudou de opinião após ouvir de sua mãe, que queria a criança com sua família. Pesou também a decisão do companheiro da jovem, que prometeu romper o relacionamento, caso seu filho não fosse recuperado. Sem coragem de comunicar ao médico que havia mudado de idéia, a jovem inventou o “roubo”. Ela saiu do hospital em companhia do médico, e foi deixada em uma praça de Itabaianinha sem a criança, que, segundo ela, ficou em poder do médico.
Diante das circunstâncias, a jovem, que chegou em casa confusa e chorando, resolveu mentir para a mãe, afirmando que o médico havia raptado a criança. A mãe da adolescente, por sua vez, procurou a polícia e o radialista Gilson Ramos, mobilizando assim toda cidade em busca da criança.
A equipe diretiva do hospital de Tobias Barreto foi convidada a depor pelo capitão Ribeiro, responsável pelo policiamento da cidade. Foi questionado como a mãe, por ser menor, foi liberada do hospital sem a companhia de um responsável legal e quem preencheu a guia de alta médica da adolescente.
O médico Pedro Lourenço Simões permanece preso na Delegacia de Tobias Barreto, onde prestará novo depoimento ao delegado Edson Nixon. Segundo o capitão Ribeiro, o médico está preso pelo crime de subtração de menor, pela possível assinatura do documento que deu alta médica à adolescente e poderá responder por corrupção de menor, por ter feito a negociação pela criança com a mãe que não responde legalmente pelos seus atos.
Falsidade ideológica, subtração de menor, segundo o delegado Edson Nixon, esses são os crimes pelos quais o médico Pedro Lourenço responderá. Ele também é acusado de ter falsificado documento a guia de alta médica, já que a jovem não podia ter deixado o hospital sem a companhia de um parente, com o fim específico de ficar com a criança.
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