Pacientes com câncer não conseguem fazer cirurgias e exame pelo Ipes | F5 News - Sergipe Atualizado

Saúde
Pacientes com câncer não conseguem fazer cirurgias e exame pelo Ipes
“Cada dia sem o tratamento conta muito”, desabafa mulher há 5 meses sem exame
Cotidiano | Por Will Rodriguez 21/03/2022 12h20 - Atualizado em 21/03/2022 12h22


Mulheres em tratamento contra o câncer enfrentam a angústia de não conseguir realizar procedimentos clínicos e cirúrgicos pelo Ipesaúde. Integrantes do grupo Mulheres do Peito, elas protestaram na porta do Instituto, em Aracaju, na manhã desta segunda-feira (21) para cobrar a regularização da assistência médica.

A dificuldade para conseguir fazer a reconstrução da mama após a mastectomia ocorre porque os médicos estão com os pagamentos em atraso, além disso, os anestesiologistas também estão insatisfeitos com a defasagem na tabela.

É o caso da dona de casa Maria Lucineide dos Santos, que desde setembro de 2021 está com a guia de autorização em mãos, mas sem previsão de quando conseguirá fazer a cirurgia reparadora. A aracajuana relatou ainda que perdeu o emprego após o diagnóstico e não realizar o procedimento impede sua recolocação no mercado de trabalho.

"O pacote de anestesista está defasado e o honorário do médico precisa ser realmente pago. Eu não estou à procura de uma reconstrução por questões estéticas, mas porque tive um câncer triplo negativo, estou com expansor salino, que me causa muita dor e meu braço está limitado e estou impossibilitada de trabalhar”, contou Lucineide.

Desde 2013, a Lei da Reconstrução Mamária (nº 12.802) prevê o direito à cirurgia reparadora devido ao tratamento de câncer, através do Sistema Único de Saúde (SUS) imediatamente após a retirada da mama, na mesma cirurgia, se houver condições clínicas, ou assim que a paciente apresentar os requisitos necessários.

É o cumprimento da legislação federal que as pacientes cobram. A cirurgia devolve para a mulher a imagem corporal e a autoestima. "Enfrentar um câncer é muito difícil. Quando a gente é mutilada por causa do câncer é desumano demais e a reconstrução da mama é um direito que está sendo negado há mais de um ano", afirma a vereadora Sheyla Galba, que integra o Mulheres do Peito.

Para a paciente Joseane da Silva Nascimento, a espera de mais de cinco meses é para conseguir realizar um exame chamado FISH, que  verifica se as células do câncer têm ou não um número anormal de genes HER2, uma proteína na parte externa das células mamárias que promove o seu crescimento. Os resultados das análises orientam o médico sobre as melhores opções de tratamento.

“Nem o Ipes e nem o SUS cobrem. Meu tipo de câncer é raro, então preciso fechar o diagnóstico para conseguir fazer o tratamento adequado. Aqui eles só afirmam que o exame está fora da tabela e se eu quiser fazer é particular, mas custa R$ 2 mil”, relatou a mulher, acrescentando que “cada dia sem o tratamento conta muito”. 

O F5News solicitou à assessoria de Comunicação do Ipesaúde um posicionamento sobre a questão, publicado a seguir:

"O Diretor-Presidente do ipesaude, George Trindade recebeu as Mulheres de Peito (sic) na manhã desta segunda-feira. Após ouvir as demandas apresentadas, a administração se comprometeu em buscar soluções. Uma nova reunião está marcada para o próximo dia 8 de abril", informou.

 

Edição de texto: Monica Pinto
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