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Pesquisa permite diagnóstico precoce e eficaz do calazar
Cotidiano 07/09/2011 07h21


 

Com o objetivo de apoiar o desenvolvimento de pesquisas na área da saúde, a Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica (Fapitec-SE), vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), apoia pesquisas através do Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS) em Sergipe. O programa tem por finalidade o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação em temas prioritários para a resolução dos problemas na saúde da população. Além disso, visa também o fortalecimento do SUS em Sergipe.

O PPSUS auxilia financeiramente pesquisas direcionadas para problemas prioritários da saúde. É um programa nacional que envolve parcerias com o Ministério da Saúde, a Secretaria Estadual da Saúde, o CNPQ e a Fapitec/SE, que, juntos, tem por objetivo garantir a sustentabilidade técnica  e financeira ao programa. O programa prevê o atendimento de temas de acordo com a demanda do Estado.

A pesquisa para o diagnóstico rápido do calazar é resultado de um dos projetos do PPSUS, coordenado pelo pesquisador Roque Pacheco. A partir dos resultados obtidos, hoje se tem um diagnóstico eficiente da doença, além de outras descobertas sobre o assunto. Antigamente 90% dos casos eram no Nordeste. Hoje já ocorre uma distribuição praticamente no Brasil inteiro, no Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. Era uma doença rural e, há cerca de 10 anos, ela está se urbanizando e atingindo as grandes cidades”, afirmou.

As principais causas para essa urbanização são as migrações para cidade, que traz como conseqüência o aumento de casos. Nos últimos três anos foram constatados 208 casos da doença, dentre eles, sete óbitos.  A pesquisa, além do desenvolvimento preciso do diagnóstico, também contribuiu para diminuição na taxa de mortalidade. Em Aracaju, no primeiro semestre de 2011 foi constatado no Hospital Universitário dezenove casos, e apenas um óbito.

A demora no diagnóstico da doença acaba levando o paciente a óbito. Com o apoio das pesquisas podemos fazer o diagnóstico em 10 minutos, o que demorava de sete a dez dias”, destaca o médico Roque Pacheco, lembrando que nos últimos quatro anos de estudos financiados pela Fapitec/SE houve uma queda na taxa de mortalidade, trazendo benefício, principalmente, para as comunidades carentes.

Gilvaldo Santos, 51 anos, passou pelo tratamento através do projeto. Ficou internado durante 16 dias, dando continuidade aos cuidados necessários em sua residência. Hoje está curado e mais informado sobre a doença. Comecei a sentir os sintomas há mais ou menos dois anos. Passei por vários hospitais, mas foi aqui no Hospital Universitário que foi descoberto. Eu dizia: ‘pelo amor de Deus, faça o exame porque eu estou com calazar’. Não sabia que era através de um mosquito, mas suspeitava por causa do meu trabalho, que é em um sítio onde tinha um monte de cachorro em Itaporanga”, disse.

E o fato de ter mais informações sobre o calazar, após passar por todo esse processo, acabou sendo de muita utilidade para Givaldo e sua família. Quando descobri, todo mundo achou que eu fosse morrer. Mas fiz o tratamento e tudo se resolveu. Recentemente meu filho apresentou as mesmas características, por isso o trouxe ao Hospital Universitário, mas, graças a Deus, ele não está com calazar”, comemorou Givaldo ao receber o resultado dos exames feitos por Roque Pacheco.

Apesar de a doença ser característica da região Nordeste, ainda há falta de informação da população, principalmente a mais carente. Pesquisas como essas, apoiadas pela Fapitec/SE, ajudam não só a buscar soluções e tratamentos mais avançados, como mostra que há muitos casos no Estado, o que requer mais atenção para pesquisas nessa área. Aproximar a ciência do cotidiano das pessoas, buscar soluções para problemas na saúde, principalmente para a população carente, que tem pouco acesso às informações no campo da ciência, além de salvar vidas, são objetivos da Fapitec/SE, através do PPSU.

A doença

O calazar é uma doença infecciosa tropical causada pela transmissão da parasita chamada de leishmania, que é inoculada no homem através da picada do mosquito fêmea flebotomíneos, ou mosquito palha, como é conhecido popularmente, e que se instala em locais úmidos, restos de madeira, e de lixo, que favorecem a sua proliferação. A leishmanioses visceral é a forma mais severa da leishmania. O parasita migra para os órgãos viscerais como fígado, medula óssea e baço. É uma doença grave, que se não for diagnosticada a tempo pode ser fatal. Os sintomas só aparecem depois de 15 dias da picada do mosquito.

A principal causa da demora do diagnóstico são os sintomas, podendo ser confundida com outras doenças, a exemplo da dengue. Febre, dor de cabeça, diarréia, perda de peso, aumento da barriga e anemia são os principais sintomas.

O principal objetivo do projeto do pesquisador Roque Pacheco é o diagnóstico rápido da doença e outras formas de tratamento e, com isso, alcançar uma significativa queda da mortalidade, que em Sergipe chegava a 10 % e, no primeiro semestre de 2011, chegou a 2,4%. O diagnóstico é feito a partir da coleta de sangue do paciente, colocado em contato com uma fita específica que tem os marcadores do parasita. Se reagir, indica que é positivo e que o paciente tem anticorpos para o parasita. Quando constatado o diagnóstico, o paciente deve ser internado para fazer o tratamento.

Fonte: Sedetec

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