Profissionais da segurança pública contam como diminuem a saudade | F5 News - Sergipe Atualizado

Profissionais da segurança pública contam como diminuem a saudade
Mensagens, ligações, chamadas de vídeo são recursos usados no isolamento social
Cotidiano 30/05/2020 13h30


Diante da pandemia do coronavírus, pessoas seguem nas ruas. Em meio a todas elas, há aquelas que realmente precisam estar a postos a qualquer momento, independentemente da hora do dia ou da noite, até mesmo nessa época tão difícil. São os trabalhadores dos serviços essenciais. Nesse grupo, estão policiais, bombeiros, peritos e todos os profissionais da segurança pública. Devido ao alto risco de contágio pela Covid-19, muitos abdicaram do contato presencial com os familiares e o fazem por meio da tecnologia.

Era um sábado. 14 de março. No final daquele dia, vinha a notícia da confirmação do primeiro caso da Covid-19 em Sergipe. Ainda não havia a transmissão comunitária no estado, o caso era importado. Alguns dias depois, os números começaram a crescer, o que levou à necessidade das orientações sobre o isolamento social para preservar a saúde de toda a população sergipana. Era apenas o início do enfrentamento ao coronavírus. Com isso, muitos profissionais se viram obrigados a se distanciar daqueles que tanto amam, dos familiares, parentes e amigos.

Diante dessa batalha, o alento do contato familiar que recarrega as energias para cada novo dia, vem pela tecnologia. Mensagens, ligações, chamadas de vídeo. Essa está sendo a realidade do cabo Antônio Marcos Santana, lotado no Comando do Policiamento Militar da Capital (CPMC). Ele interrompeu as visitas à mãe de 65 anos de idade e também aos filhos.

“Está sendo difícil, muito difícil. A saudade bate forte. Bate de um jeito que a gente pensa até em largar tudo e dar um abraço no filho, na filha, na mãe. Em dois meses, eu só os vi uma única vez, eu tive a sorte de estar com eles na minha casa. Preferi me afastar justamente pela profissão que exercemos, profissão linda, diga-se de passagem, me orgulho muito, mas tem esses grandes detalhes que abrimos mão, porque precisamos preservar a saúde deles, mesmo com o risco de nos contagiarmos”, expressou.

Esse também é o sentimento do sargento do Corpo de Bombeiros e médico Arikleber Freire, que deixou de ter o contato pessoal diário com a esposa e com a filha. Ele saiu do apartamento com o intuito de diminuir os riscos de contágio para elas. “Tem quase 70 dias que eu não durmo em casa. Eu só volto em casa com as compras, por volta de uma vez por semana. E ficamos na porta, distantes, sempre de máscara e conversamos. Às vezes, fico sentado do lado de fora da entrada do apartamento, e minha esposa e minha filha ficam dentro”, contou.

“Fazemos chamada de vídeo com outros familiares. Sempre que posso faço chamada de vídeo com minha esposa e minha filha. Está sendo muito difícil, às vezes bate a saudade, a solidão. Na casa de praia você fica sozinho. Nós gostávamos muito de jantar todos juntos, conversando, trocando ideias, compartilhando como foi difícil o dia, uma válvula para liberar tudo. Agora, eu fico sozinho, isolado, não tem como compartilhar tudo. A saudade bate e você não tem como evitar”, descreveu.

Os pais do perito criminal Klebson Soares Nascimento, que atua no Instituto de Criminalística, moram no interior do estado. E, no momento, a distância parece ter ficado ainda maior. Ele também tem utilizado os meios digitais para continuar perto de todos os familiares. “Eu uso principalmente a ligação e às vezes também chamada de vídeo. Eu estive lá na Semana Santa. Eu estava de licença e, desde quando voltei a trabalhar, agora em maio, não estou mais indo lá. Eu sempre ia. Meus pais são idosos e é uma medida de segurança. Não estamos acostumados com essa situação. A gente estranha, mas as coisas vão passar e temos que nos apegar a isso”, revelou.

Diante dessa situação complexa pela qual todos nós estamos passando, é necessário que o isolamento social seja respeitado. O motivo vai além do cumprimento do decreto governamental, passa pelos sentimentos do ser humano, das pessoas, de todos aqueles que estão privados do contato com seus familiares pelo risco de contágio do dia a dia do trabalho.

“Nós preferimos adoecer, mas adoecermos sozinhos, do que passar para pessoas que a gente ama de verdade. Eu espero que essa pandemia acabe para que a gente volte a nossa rotina e para que eu possa abraçá-los e contagiá-los de amor, que é o que eles merecem”, o cabo Antônio Marcos Santana traduziu em palavras o sentimento de muitos profissionais que estão na linha de frente da pandemia.

Fonte: SSP/SE

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