Revolução dos pelos: mulheres decidem não se depilar a favor da liberdade | F5 News - Sergipe Atualizado

Revolução dos pelos: mulheres decidem não se depilar a favor da liberdade
Movimento defende domínio do próprio corpo, sem necessidade de seguir padrões estéticos
Cotidiano | Por Victória Valverde* 17/11/2018 09h00 - Atualizado em 19/11/2018 08h37


Lâmina, cera quente ou fria, laser e cremes: as mulheres estão munidas de diversos métodos para se livrar dos pelos. A aversão aos fios indesejados já está intrínseca em sociedade. Alguns acreditam que não se depilar seja “falta de higiene” - opinião não compartilhada quando o individuo em questão é homem -; outros, que mulher com pelos é “feia”.

Na contramão deste estigma social, várias mulheres estão deixando os pelos das axilas, pernas e virilha crescerem em um movimento a favor da liberdade de escolha e do domínio do próprio corpo.

Como tudo que questiona as regras e sai do padrão, não se depilar não é uma decisão fácil, mas tem provado ser bastante libertadora.  Conheça a seguir três mulheres sergipanas que decidiram sair da ditadura da depilação.

Dalila Ribeiro

A estudante de Engenharia de Produção Dalila Ribeiro relata ter percebido há pouco tempo que não precisava esconder seus pelos. “Eu via outras meninas com pelos e achava ok, mas ainda não conseguia ficar bem com os meus. Meu problema era a opinião alheia”, diz.  

A liberdade de Dalila veio através da sororidade. Ao conhecer outras mulheres que aceitavam seus pelos, ela começou a perceber a naturalidade deles, inquestionável no aspecto biológico. “Percebi que meus pelos nunca foram um problema e que eu posso tirar se quiser, mas não preciso”, compartilha Dalila, que agora tem uma relação amistosa com os fios.

Para Dalila, a questão dos pelos é só a ponta do iceberg na luta das mulheres pelo controle total dos seus corpos.

“Desde muito cedo a gente é ensinada a odiar nossos corpos e se submete a bizarrices naturalizadas para agradar a vista dos homens. Quando percebemos que não precisamos disso e que o nosso corpo é a nossa casa, e não vitrine, encontramos nossa voz. Isso é gigante, mas é só um passinho na caminhada pela liberdade total dos nossos corpos”, reflete a estudante.

Nathaly Fontes

Assim como Dalila, a fotógrafa Nathaly Fontes encontrou força e inspiração para parar de se depilar através de outras mulheres. 

“Não me depilo há dois anos. Camilla, minha namorada, e Anna, uma amiga nossa, me inspiraram bastante e me ajudaram a desconstruir esse pensamento de que pelo é nojento, pelo é feio. Comecei com os pelos das pernas e logo deixei todos crescerem”, compartilha Nathaly.

Assim como muitas mulheres, Nathaly teve dificuldade em lidar com as críticas ao seu corpo. Só neste ano conseguiu se livrar dos paradigmas da sociedade.

“Eu percebi que deixar a pressão estética me consumir do jeito que consumia não me fazia bem. O fato de eu não me depilar não tem nada a ver com ser feia, nojenta, ou qualquer outro adjetivo. É sobre aceitar meu corpo do jeito que ele é e não ceder às pressões estéticas”, afirma.

Mariana Moura

A estudante de jornalismo Mariana Moura é bastante engajada com questões feministas e seus pelos não ficam de fora das suas reflexões.

“Comecei a questionar o porquê de eu ter que retirar algo tão natural quanto meus pelos. Questionei se valia a pena, se era necessário e se era algo que eu queria”. A partir destas reflexões, Mariana passou a deixar os pelos crescerem.

“Foi difícil, principalmente nas axilas. Quando eu tinha que levantar os braços em público, por um motivo ou por outro, era sempre um problema. Percebi então que o preconceito estava dentro de mim”, disse a estudante.

Mariana chama a atenção também para a importância que os pelos exercem no nosso corpo. “Os pelos pubianos protegem nossos órgãos genitais. Quando eu os retirava, tive problemas de corrimento e candidíase, uma infecção fungíca famosa por afetar os órgãos genitais femininos”, disse. 

 

 

*estagiária sob a orientação da jornalista Mônica Pinto.

 

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