São João seguro: Confira principais cuidados no retorno às festas juninas
De importunação sexual à compra de fogos inadequados, evite pôr a alegria em risco Cotidiano | Por F5 News 23/06/2022 19h00Com o início da pandemia de covid-19 em 2020, os brasileiros mais otimistas pensaram que seria uma questão passageira de saúde pública passageira e nem se preocuparam com a iminente suspensão de eventos posteriores ao Carnaval. Porém, lá se foram dois anos sem festas juninas presenciais. Agora, 2022 marca o tão esperado retorno.
Os meses de junho e julho são bastante aguardados e especialmente a região Nordeste se prepara para receber os turistas. Em Sergipe, não é diferente: as festas, fogos de artifício e fogueiras já começam a surgir por toda parte.
Mas na volta dos festejos presenciais, é preciso lembrar alguns cuidados, já que o período junino favorece alguns riscos.
Se Avexe Não
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) criou uma campanha de conscientização para as festas juninas de 2022 chamada “Se Avexe Não”, com o objetivo de informar à população com orientações de segurança para o período, desde a importunação sexual aos perigos do trânsito, passando pelos riscos de incêndio causados por balões.
Durante as festas, devido à proximidade das pessoas em multidões, surge um risco maior de assédios e outros crimes de importunação sexual. As mulheres são o grupo mais suscetível a esse tipo de constrangimento.
“Nessas épocas festivas, existe uma tendência de aumento desses casos nessas grandes aglomerações, que são são situações mais propícias a excessos e exageros. Por isso orientamos as pessoas para terem cuidado e ver se realmente a outra pessoa está consentindo”, adverte a delegada Renata Aboim.
Ela também lembra que a importunação sexual acontece quando um ato libidinoso é cometido sem consentimento, e explicou sobre a penalidade desse tipo de crime. “É um tipo penal um pouco aberto e envolve desde um beijo a uma abordagem mais incisiva. A penalidade é alta e a reclusão vai de um a cinco anos. Isso significa que, se o autor for pego em flagrante, vai ser autuado e ficará preso, pois a fiança só é arbitrada a nível judicial”, detalhou.
Durante o período junino, a diversão acaba atrelada também ao consumo de bebidas alcoólicas, como o licor, cujo teor alcoólico alto pode variar de 15% a 54%, segundo instrução normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Imprudências como o ato de beber e dirigir podem acabar causando acidentes de trânsito, levando sofrimento a um período no qual a alegria deve ser a tônica. O condutor alcoolizado está suscetível a ser enquadrado na Lei Seca, arriscando-se a ser multado e inclusive preso.
O comandante da CPTran (Companhia de Polícia de Trânsito), major Aldevan Silveira, informa que as ações de policiamento de trânsito serão intensificadas para conscientizar os motoristas e permitir um trânsito mais seguro.
“Destacamos a Operação Lei Seca, que será intensificada em praticamente todo o mês de junho. Todas as viaturas estarão com etilômetro para que haja a inibição do condutor que queira conduzir o seu veículo após ingerir bebida alcoólica”, afirmou.
Fogos e Queimaduras
Durante os festejos, as fogueiras e os fogos de artifício geralmente estão presentes, dessa forma, é preciso cautela pelo grande risco de acidentes envolvendo queimaduras.
O tenente-coronel Jairo Cruz, assessor de Comunicação do Corpo de Bombeiros e instrutor da disciplina de prevenção e combate ao incêndio, afirmou em entrevista ao F5 News que é preciso se atentar às regras em relação à comercialização dos fogos.
“Deve-se observar as classes dos fogos. Por exemplo, fogos de classe A são considerados fogos de venda livre, inclusive para crianças, estalos de salão. Já os fogos de classe B só podem ser vendidos para maiores de 16 anos, a exemplos de vulcões”, disse. “Já os focos de classe C só devem ser vendidos para maiores de dezoito anos, como as girândolas. Já os fogos de classe D só podem ser vendidos a pessoas devidamente habilitadas. Exemplos são as salvas de tiros, muito utilizadas em festejos juninos”, completa.
O tenente-coronel Jairo Cruz explica ainda ao F5News outras precauções que devem ser tomadas para manter a diversão e o brilho dos festejos juninos.
“Leia atentamente o rótulo de segurança e data de validade dos artefatos no momento da compra e durante sua utilização. Nunca solte fogos em ambientes fechados e, quando fizer em ambientes abertos, atente para a sua segurança e a de outros. Ingestão de bebida alcoólica e fogos não combinam. Para a queima de rojões utilize um suporte adequado, mantenha fora do alinhamento do seu corpo. Cuidado com o efeito retardado. Os fogos podem falhar temporariamente. Se isso ocorrer, considere o artefato ativo e jogue água para apagá-lo. Não acenda a bomba nas mãos. Utilize uma base segura e acenda com segurança, utilize luvas para soltar buscapés e espadas, ou seja, utilize os equipamentos de proteção individual e nunca coloque os artefatos em bolsas”, orientou o profissional.
Meio Ambiente
Os crimes ambientais também ficam a todo o vapor durante o período junino. Um deles é a fabricação, venda e manuseio de balões, prática prevista na Lei de Crimes Ambientais, de 1998. A lei foi criada com o objetivo de proteger de incêndios não só vegetações, mas também evitar riscos para a vida humana e animal.
Balões podem causar incêndios, acidentes terrestres e até aéreos.
É necessário ressaltar que a venda de fogos e fogueiras precisa de autorização. Para garantir a compra segura da fogueira e dos fogos, certifique-se de que eles possuem liberação executada pelos Bombeiros e pela Prefeitura Municipal. A venda caseira é proibida e pode colocar pessoas em risco, por isso, deve ser denunciada às autoridades.