Sergipe registra crescimento histórico de apreensões de armas de fogo | F5 News - Sergipe Atualizado

Sergipe registra crescimento histórico de apreensões de armas de fogo
Cotidiano 30/09/2011 11h10


 

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) divulgou nesta quinta-feira, 29, um relatório produzido pelo Centro de Estatística e Análise Criminal (Ceacrim) que detalha o crescimento histórico de apreensão de armas de fogo em Sergipe.
 
Os dados mostram que entre 2008 a agosto de 2011 a Polícia Militar e a Polícia Civil retiraram das mãos de criminosos 4.100 armas de fogo de diversos calibres. Os números mostram que no ano de 2008 foram apreendidas 115 armas, subindo para 1.335 em 2009, chegando em 2010 a 1.687 armas retiradas das ruas.
 
Este ano, até o mês de agosto, a SSP já contabilizou 963 armas apreendidas.
 
O interior do estado domina a lista, com 3.390 armas retiradas de circulação entre 2009 a 2011. Os municípios recordistas de apreensões são Itaporanga D´Ajuda (301), Itabaiana (283), Estância´(235) e Lagarto (170).
 
Em Aracaju foram recolhidas 710 armas no período.
 
"Temos três objetivos bastante claros: apreensão de arma de fogo, cumprimento de mandado de prisão em aberto, e combate incessante ao tráfico de drogas", frisou o secretário da Segurança Pública, delegado João Eloy de Menezes.
 
Eloy ressalta que a escolha por este método de trabalho vem elevando sistematicamente o número de armas apreendidas e culminando com um número alto de prisões.
 
"Em 2010, seis pessoas, em média, foram encaminhadas por dia ao sistema prisional de Sergipe.
 
Impacto
 
Para se ter uma idéia do que representa, em termos sociais, a saída de uma arma de das ruas, basta consultar os números de um estudo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) sobre 'Mortes Matadas por armas de fogo no Brasil de 1979 a 2003'. A pesquisa revelou que, em média, 32,5mil pessoas por ano foram assassinadas no país.
 
As armas de fogo também aparecem na pesquisa como a terceira causa de morte entre os brasileiros, atrás somente das doenças do coração e das doenças cerebro-vasculares.
 
Entre os jovens, porém, as armas de fogo aparecem na pesquisa como a principal causa de mortalidade, acompanhadas pelas mortes no trânsito.
 
Para o secretário-adjunto da SSP, delegado João Batista, o sucesso dessa política de segurança se deve à junção de dois fatores: o primeiro, de ordem legislativa, e o segundo, de cunho administrativo. Uma lei estadual autoriza o Governo do Estado a pagar uma gratificação por arma apreendida ao policial que efetuar a retirada destas armas das mãos de criminosos.
 
O segundo e o principal motivo é que a retirada de armas de fogo das mãos de criminosos faz parte de um dos três pilares da administração do secretário João Eloy.
 
Gratificação
 
A lógica é a seguinte: para cada arma apreendida a equipe que fez o flagrante tem direito a uma gratificação de R$ 400. Logo, quanto mais armas retirarem das ruas, mais eles recebem.
 
O modelo tem sido copiado por outros estados brasileiros e já começa despertar interesse por parte de técnicos do Ministério da Justiça. João Batista disse ser impossível calcular quantas vidas foram salvas com a retirada destas armas das ruas. No entanto, mostra um número bem expressivo. "O Estado de Sergipe pagou nos últimos quatro anos cerca de R$ 1,6 milhões aos policiais sergipanos que retiram armas das mãos de criminosos", revela.
 
O policial civil Adriano Machado Bandeira, que hoje atua na Superintendência da PC, é um dos que já receberam a gratificação. Ele perdeu as contas de quantas armas apreendeu, mas garante que foram mais de 20. O mesmo acontece com investigadores que atuam em outros municípios.
 
"A minha última apreensão de arma de fogo foi um revólver calibre 32 e ocorreu há 15 dias", disse o escrivão da Polícia Civil, Roberto Sales, que desempenha suas funções na Delegacia de Ribeirópolis.
 
O comandante-geral da PM, coronel Aelson Resende, disse que o resultado desta política de segurança se deve a uma soma de esforços. "O mérito desta conquista é de todos os policiais de Sergipe".
 
Ele confirmou que o envolvimento da população e de outras instituições do Estado contribui para o sucesso desta política de segurança. "É importante salientar a participação daquelas pessoas que vêm denunciando, com cada vez mais frequência, os criminosos e o modo de agir deles. Isso que facilita o trabalho da Polícia Militar", salientou Resende, lembrando que boa parte das armas apreendidas pela PM tem contribuição decisiva da população.
 
A superintendente da Polícia Civil, delegada Katarina Feitoza, ressalta que nas mãos de criminosos estas armas são utilizadas para praticar assaltos, homicídios e até mesmo estupro. "Entendemos que essas armas de fogo estão a serviço do crime organizado e do tráfico de entorpecentes e estão sendo utilizadas para cometer estupros, tráfico e, principalmente, homicídios. Por ser o meio mais utilizado pelos criminosos para aprática de homicídio tem que ser combatido com seriedade pela SSP", disse.
 
Destino das armas
 
O secretário-adjunto João Batista lembrou que as armas apreendidas são alocadas em procedimento policial de prisão em flagrante ou são parte material de um inquérito policial ou de busca e apreensão. "Essas armas são periciadas e ficam à disposição do Poder Judiciário. Somente após o final do processo é que a Justiça determina se a arma deve ser destruída ou enviada para o Exército".
 
Entregue sua arma
 
Além de efetuar o maior número de apreensão de armas de fogo dos últimos tempos, a Secretaria de Estado da Segurança Pública apóia e estimula a campanha do Ministério da Justiça para desarmar a população civil. A explicação para isso encontra-se na frieza dos números e na dor de milhares de famílias.
 
Segundo o Ministério da Justiça, o Brasil é o país em que mais se morre e mais se mata com arma de fogo no mundo. Só em 2010, foram 34 mil mortos a tiros. Após a primeira Campanha de Desarmamento, em 2004, este número caiu 11%.
 
O Brasil tem uma das legislações mais modernas do mundo no que se refere ao controle de armas de fogo. O Brasil tem 2,8% da população mundial, mas responde por 7% dos homicídios por arma de fogo em todo o mundo.
 
A probabilidade de um jovem morrer por arma de fogo em solo brasileiro é 2,5 mais alta (34%)do que num acidente de trânsito (14%). Ainda de acordo com site http://www.entreguesuaarma.com.br/ a maioria dos homicídios não são cometidos por desconhecidos, mas por desentendimentos e agressões entre pessoas conhecidas. A arma de fogo transforma conflitos banais (brigas em boates, bares, trânsito, torcidas de futebol) em tragédias irreversíveis.
 
Pontos de entrega
 
A Polícia Militar está se preparando para receber as armas que a população entregar, com a qualificação de militares e adequação dos principais quartéis. Nas próximas semanas, as unidades vão se transformar também em pontos de de coleta de pistolas, revólveres e outros tipos de armamento, colaborando assim com a Campanha de Desarmamento.
 
Fonte: SSP/SE
 
Foto: Allan de Carvalho
 
 
 




 

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