A ocorrência de fraudes, furtos e desvios de energia é um crime que afeta a sociedade em todo o país, como também traz prejuízos às empresas distribuidoras e riscos para quem comete esse tipo de delito.

Pelo menos 70 pessoas já foram detidas após serem flagradas em Sergipe. Ao todo, 25 presas no ano passado e 45 este ano vão responder por furto de energia. Esta semana, após denúncia da Companhia de Energia Elétrica de Sergipe (Energisa), a Polícia constatou um restaurante em Aracaju com algumas ligações clandestinas, conhecidas popularmente como ‘gato’. 

Parte do imóvel estava alugado, o proprietário e o inquilino foram encaminhados à Delegacia para prestar depoimento. Uma pousada, que funciona no primeiro andar do prédio, é mantida pelo proprietário do imóvel; já a parte de baixo é alugada e nela funciona o restaurante, onde foi constatado o furto.

Só no ano passado, em Sergipe, foram identificados 4.882 registros de fraudes e furtos pela Energisa, concessionária responsável pelo abastecimento no estado. Até 13 de maio deste ano, o número de ocorrências já chegou a 1.911 casos criminais.

A energia perdida com a fraude em 2018 foi igual a 90 GWh, o suficiente para abastecer por um ano uma cidade do porte de Itabaiana, no agreste do estado, e que tem uma área de 336,7 km².

Desde o início do mês de abril, pessoas foram flagradas durante operações policiais cometendo o delito em várias regiões. Em três municípios do sertão da Paraíba, 11 pessoas foram presas no último dia 14. A Energisa, companhia também responsável pelo abastecimento, contabilizou perda de R$ 7 milhões de faturamento por ano naquele estado, uma soma de 14,5 MWh nos três municípios, energia suficiente para abastecer 5,5 mil casas por um ano.

Os prejuízos do delito se refletem na segurança para os próprios infratores, segundo a empresa. O risco de acidente e morte para quem comete este tipo de furto é significativo, de acordo com o coordenador de Combate às Perdas da Energisa, Lucas Bonfim.

“Além disso, prejudica a qualidade da energia fornecida aos clientes, pois sobrecarrega o circuito de distribuição de energia. E o prejuízo para o estado, pois afeta diretamente a arrecadação de ICMS, ou seja, toda a população é prejudicada”, ressalta ele.

Fraudes no fornecimento de energia acarretam o aumento da tarifa e caem direto no bolso do consumidor. "O prejuízo com o furto é transferido para a tarifa e quem paga é o consumidor adimplente, por isso é importante denunciar”, alerta Bonfim.

Segundo a concessionária, ações estão sendo intensificadas, em conjunto com a Polícia Civil, para coibir este tipo de fraude.