SSP aponta erros em dados relativos à violência em Sergipe | F5 News - Sergipe Atualizado

SSP aponta erros em dados relativos à violência em Sergipe
Sergipe figura na décima posição e não na quinta
Cotidiano 25/11/2011 10h58


A Secretaria de Estado da Segurança Pública de Sergipe (SSP-SE), através da Coordenadoria de Estatística e Análise Criminal (Ceacrim), analisou e questionou os números do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na última quarta-feira, dia 23, que destacou Sergipe como o quinto estado mais violento do Brasil. Após fazer a avaliação dos dados e entrar em contato com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), que tem na sua base de dados a fonte para o resultado da pesquisa, a SSP comprovou equívocos nos números relacionados ao estado de Sergipe.

Segundo a coordenadora do Ceacrim, Jucicléia Correa Melo, na transferência de plataforma dos dados da Senasp, as informações foram corrompidas e divulgadas mesmo assim. "Verificamos que durante a mudança de plataforma da Senasp, que era local e se tornou via web, os dados foram corrompidos e, como não pôde ser feito uma verificação, as informações foram repassadas como estavam, ou seja, totalmente fora da realidade", destacou Jucicléia.

A pesquisa levou em consideração modalidades de crimes mais graves, a exemplo de homicídios e latrocínios. Foi informado que em 2010 o estado de Sergipe contabilizou 700 homicídios dolosos, quando na verdade foram registrados 629 casos. A pesquisa apontou, ainda, um registro de mais de 70 latrocínios ocorridos no ano passado em Sergipe, e na verdade o número correto seriam 20 casos. "Com relação a outros crimes comprovamos, também, erros para mais", salientou Jucicléia.

Outro detalhe que não foi levado em consideração pela pesquisa diz respeito ao percentual de informação do registro de ocorrências repassado para a Senasp pelos estados no ano de 2010. Enquanto Sergipe enviou 89% dos dados, houve estados que não ultrapassaram 15%. Apesar disso, a avaliação colocou todas as unidades da federação em um mesmo bloco. "Sergipe preencheu os 12 meses, correspondendo a 89% dos dados. Não chegou a 100% porque o boletim de ocorrência da SSP de Sergipe não consta a qualificação de todos os autores e isso conta para o alcance do percentual de 100%. Além disso, Sergipe está, de acordo com avaliação da Senasp, no nível um de confiabilidade desde o ano de 2009, o melhor crédito numa escala decrescente que vai até três, para os menos confiáveis. Isso também não foi levado em consideração, colocando Sergipe no mesmo grupo dos estados com grau de confiabilidade inferior", salientou a gestora do Ceacrim.

Mais equívocos

Outro detalhe que fez com que o estado de Sergipe configurasse entre as cinco unidades da federação mais violentas foi o erro do número da população total do estado no ano de 2010. Para se chegar ao cálculo da taxa de homicídios por 100 mil habitantes, a Senasp utiliza uma fórmula padrão que é: total de homicídios, dividido pela população e multiplicado por 100 mil habitantes. A fonte no caso foram os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano de 2010. Foi feita uma análise dos números de Sergipe e, calculando de forma invertida, ficou comprovado que a população utilizada no cálculo de Sergipe estava para menos, interferindo na classificação do ranking divulgado pela pesquisa.

"A pesquisa levou em consideração que Sergipe tinha no ano passado uma população de 1.860.946, quando na verdade o número correto, segundo o IBGE, seria de 2.036.277. Só essa correção já classificaria o estado de Sergipe na décima posição e não na quinta. Além disso, levantamos a informação que no caso de outros estados o cálculo foi favorável para o alcance de uma boa posição, ou seja, foi levado em consideração uma população maior do que a real, diminuindo o coeficiente de um determinado item negativo", salientou Jucicléia.

Com o novo cálculo, levando-se em consideração a população correta dos 27 estados da federação, Sergipe figura na décima posição e não na quinta, como divulgado. Isso sem levar em consideração que Sergipe encaminhou 89% dos dados e está no grau um de confiabilidade. Com essa nova posição Sergipe fica na frente de 17 estados que figuram nos índices 2 e 3 de confiabilidade de dados repassados a Senasp e que preencheram menos de 80% dos dados encaminhados para a Senasp no ano passado.

"Para se ter uma ideia, existem estados que só enviaram 15% das informações e foram avaliados juntamente com Sergipe, que encaminhou um percentual bem maior. Outro detalhe que deve ser levado em consideração diz respeito à tabela de homicídios avaliada pela Senasp, onde existem estados que em uma ocorrência de chacina, por exemplo, com mais de uma vítima, é informado apenas o registro de um homicídio. Em Sergipe um caso como esse é calculado o número de pessoas mortas na ocorrência e não apenas um registro de homicídio. E mesmo assim tivemos pouquíssimos casos desta natureza", finalizou Jucicléia.

Destaque

Segundo a pesquisa, quando o assunto é investimento em segurança pública, o estado de Sergipe aparece como o que teve o maior aumento global (48,36%) nos gastos com segurança pública em 2010 ante 2009, atingindo R$ 705,34 milhões. Já os demais entes federativos da região apresentaram os seguintes resultados: Pernambuco (16,65%, chegando a R$ 1,59 bilhão), Maranhão (15,63%, atingindo R$ 784,93 milhões), Piauí (10,20%, totalizando R$ 292 milhões), Ceará (7,88%, chegando a R$ 957,91 milhões), Alagoas (3,56%, batendo em R$ 744,11 milhões), Paraíba (2,51%, atingindo R$ 576,64 milhões) e Bahia (0,48%, chegando a R$ 1,96 bilhão). Para efeito de comparação, a União aumentou em 4,39% o investimento em segurança pública, enquanto o total gasto pelo País no ano passado chegou a R$ 47,5 bilhões, uma alta de 4,4%.

Combate ao tráfico

Dados estatísticos da SSP apontam em Sergipe um aumento considerável no número de apreensões de drogas e prisões de pessoas envolvidas com o tráfico de substâncias entorpecentes nos últimos três anos. De 2009, até o mês de setembro deste ano, as forças policiais de Sergipe apreenderam 119,65 quilos de crack; 855,93 quilos de maconha e 205,57 quilos de cocaína.

Além disso, no ano de 2009, foram apreendidos 400 gramas de pasta base e 500 gramas de LSD. No ano seguinte as polícias Civil e Militar apreenderam 65 gramas de haxixe. Os bons resultados no combate ao tráfico de drogas se deram graças a uma política de repressão contínua a essa modalidade de crime, com a realização de operações, investigações e trabalho integrado envolvendo as forças policiais do Estado. A ação de Sergipe vira referência para o Ministério da Justiça no combate ao tráfico de drogas no País, já que proporcionalmente o Estado é um dos mais eficientes em políticas públicas de repressão a este tipo de crime.

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