Concessão do aeroporto de Aracaju é aprovada por especialistas | F5 News - Sergipe Atualizado

Concessão do aeroporto de Aracaju é aprovada por especialistas
Expectativa é de melhorias que ajudem a alavancar o tímido tráfego aéreo sergipano
Economia | Por Fernanda Araujo 24/03/2019 23h05 - Atualizado em 25/03/2019 19h06


A privatização do Aeroporto Internacional Santa Maria, em Aracaju, que está entre os seis terminais do Nordeste arrematados no início deste mês pelo grupo espanhol Aena Desarrollo Internacional por R$ 1,9 bilhão, é vista com bons olhos por profissionais que atuam na área da aviação e economistas ouvidos pelo F5 News. O leilão de 12 aeroportos administrados pela Infraero superou a outorga estipulada pelo governo de R$ 2,1 bilhões, chegando a R$ 2,317 bilhões.

Não só pelo histórico da empresa estatal que tem sob sua administração 63 aeroportos, mas também pela promessa de viabilizar as obras de ampliação e melhoria da estrutura do terminal de passageiros da capital, essa operação já é considerada uma luz no fim do túnel para o desenvolvimento turístico sergipano, revertendo a redução do número de voos registrada nos últimos meses.  

Uma das companhias, a Latam, chegou a reduzir de seis voos diários para apenas dois. A empresa retirou o voo direto para Recife e Fortaleza, que hoje só a Azul oferece. Caso queira ir para os dois destinos, tem que descer em São Paulo, Rio de Janeiro ou Brasília primeiro. Já a Gol, que tinha entre cinco e seis voos, também diminuiu. A Azul retirou dois voos para Salvador e colocou para Recife. Já a Avianca tinha de dois a três voos diários e, agora, retirou o voo de Salvador, devido a problemas de caixa.

Na visão de especialistas, é preciso mudanças estruturais no aeroporto que garantam maior conforto aos passageiros e tripulações, segurança no embarque e desembarque, na aferição por raio-x das bagagens despachadas, entre outros aspectos. Considerada uma ‘rodoviária melhorada’, quem trabalha na área do check-in diz que sofre no verão. O calor toma conta e, às vezes, é preciso até  levar ventiladores.

No lobby do aeroporto, estreito, o calor também incomoda durante o dia e, à noite, é a vez dos mosquitos. As tripulações não têm lugar para aguardar o próximo voo e o fazem nas salas de embarque ou da companhia em que trabalham. Em horário de pico, filas de passageiros chegam a ultrapassar a entrada do terminal.

“A segurança hoje melhorou, trocou balizamento, montaram uma torre que funciona das 7h às 21h, mas isso é o básico. O pátio continua o mesmo, restrito e pequeno. Para permanência nele tem que ligar 24 horas antes para perguntar se tem espaço e solicitar autorização para pernoitar. Já houve casos de aviões desembarcarem os passageiros aqui e irem para Maceió ou Salvador porque não tinha espaço no pátio. Aracaju tem pista, mas que não está sendo totalmente usada. Dois fingers que tinha viraram casa de gatos, não serviram para nada; taxiway feita, mas não se pode operar, o prédio nunca subiu”, relata um piloto que preferiu não ser identificado.

Mas para que seja mais atrativo e oferte mais voos, o aeroporto não depende apenas de melhorias estruturais. Fora a necessidade de crescimento na demanda de passageiros, é preciso gerar outros atrativos para as companhias aéreas a partir de tratativas com o Estado, a exemplo da redução do ICMS sobre o combustível. Isso em paralelo à capacitação de funcionários do aeroporto e de hotéis para receber turistas e aprimorar os espaços turísticos de Sergipe.

“Apenas a melhoria na infraestrutura do aeroporto não é suficiente para aumentar a demanda turística de Sergipe. Espera-se que, além disto, ocorra também maior divulgação do estado como destino turístico e maior investimento em eventos com potencial de aumentar o turismo de negócios e de lazer, viabilizando a atração de novos voos para Sergipe”, ressalta o economista Rodrigo Rocha.

Segundo ele, a crise financeira enfrentada pelo setor público brasileiro comprometeu os investimentos em infraestrutura para modernização dos aeroportos. Com o setor privado à frente, e com devido acompanhamento, a expectativa é promissora: “melhoria da infraestrutura, na qualidade dos serviços prestados, a partir da maior eficiência nos aeroportos”, considera Rocha.

Segundo o governo de Sergipe, a empresa ainda não anunciou quanto será direcionado para cada aeroporto. No entanto, está previsto que todas as empresas vencedoras realizem intervenções assim que tomarem posse.

Inicialmente, a empresa deve fazer melhorias em banheiros, sinalizações de informação, internet wi-fi gratuita, sistemas de climatização, escadas e esteiras rolantes, elevadores, entre outras. A Aena também deve dar continuidade à obra de ampliação do aeroporto, que se arrasta há anos.  

O economista do governo, Ricardo Lacerda, acredita que o leilão é uma boa notícia para Sergipe, porém desde que a empresa de fato realize em tempo hábil as melhorias que são necessárias. Lacerda diz que ainda não tem detalhes sobre a concessão e quais as obrigações serão assumidas. “A verdade é que há muitos anos esses investimentos são reivindicados e a Infraero não consegue aportar recursos orçamentários para realizar essas obras. Há muito tempo a população reivindica a colocação das pontes, os chamados fingers, em que as pessoas saem diretamente da sala de embarque para a aeronave. Além disso, são necessários investimentos na pista de pouso e na modernização do terminal”, argumenta.

F5 News tentou contato com a Infraero para saber como se dará o processo de concessão do aeroporto, porém a informação é de que o assunto deve ser abordado com o Ministério de Infraestrutura, de quem a Infraero segue as diretrizes. A pasta também não comentou o assunto.

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