Leilão do pré-sal deve permitir descontingenciamentos, diz governo | F5 News - Sergipe Atualizado

Leilão do pré-sal deve permitir descontingenciamentos, diz governo
Valor efetivamente obtido foi de R$ 69,960 bilhões
Economia | Por Agência Brasil 06/11/2019 16h13 - Atualizado em 06/11/2019 23h20


Os recursos que serão arrecadados com os bônus de assinatura da Rodada de Licitações dos Excedentes da Cessão Onerosa devem gerar descontingenciamentos no orçamento do governo federal, disse hoje (6) o secretário especial de fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Júnior. O governo ainda vai definir qual verba será liberada, mas áreas como saúde, educação e defesa devem estar na lista.

O leilão de hoje poderia arrecadar até R$ 106,56 bilhões em bônus de assinatura, mas, como apenas dois dos quatro blocos foram arrematados, o valor efetivamente obtido foi de R$ 69,960 bilhões.

Esses recursos serão pagos até 27 de dezembro, e a União vai reparti-los com a Petrobras, estados e municípios. A estatal receberá a maior parte, R$ 34,6 bilhões, já que precisa ser ressarcida pelo contrato de Cessão Onerosa assinado em 2010. Municípios receberão R$ 5,3 bilhões, e outra fatia de mesmo valor será repartida entre as unidades da federação. O estado do Rio de Janeiro, que é o estado produtor, terá uma parcela adicional de R$ 1,1 bilhão, e a União arrecadará os R$ 23 bilhões restantes.

O secretário ressaltou que o valor destinado à União será maior que os R$ 22,4 bilhões contingenciados no orçamento até o momento, o que permitirá a liberação da verba bloqueada. As áreas contempladas devem ser anunciadas no próximo dia 22 de novembro.

"Claramente, nosso viés é de descontingenciamento orçamentário", disse o secretário, que considerou o leilão o maior evento fiscal do ano e um sucesso. "Sob qualquer perspectiva, temos números extremamente impactantes para a economia, que permitirão gerar emprego, renda e um plano de investimento extremamente diferenciado para o país e importante".

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, avaliou que "não há dúvidas de que o leilão foi um sucesso". O ministro afirmou que será estudado o motivo de grandes petroleiras estrangeiras não terem apresentado propostas pelos dois blocos, que foram arrematados pela Petrobras. No caso de Búzios, a estatal brasileira formou um consórcio com as chinesas CNODC e CNOOC, mas manteve uma participação de 90% no negócio.

"Foi um sucesso, foi uma vitória, uma construção complexa e que vai demandar de todos uma análise a partir de agora para que a gente possa, no menor espaço de tempo possível, ofertar novamente as duas áreas em que não houve oferta nesse leilão. Não tenho dúvida que, em 2020, essas áreas estarão sendo ofertadas e esse leilão será exitoso", afirmou Bento.

Bento Albuquerque adiantou que o governo analisa a possibilidade de realizar mudanças no Regime de Partilha, que hoje é previsto em lei para os blocos no Polígono do Pré-sal. Para tal, o Executivo deve apoiar projetos legislativos nesse sentido.

O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, também avaliou o leilão como um sucesso, e disse que o resultado não fugiu às expectativas da agência, dada a complexidade dos contratos que seriam assinados. Oddone explicou que as empresas vencedoras precisariam negociar uma compensação à Petrobras, que já fez investimentos nesses blocos, e isso adicionou mais uma variável de risco às ofertas.

"A gente vê o fortalecimento da Petrobras nessas áreas como natural e absolutamente esperado", disse. "Foi um sucesso, porque foi o maior leilão já realizado, porque levantou o maior bônus já levantado em um leilão dessa natureza e, principalmente, porque foi capaz de destravar um conjunto de investimentos que vão permitir que a arrecadação e os benefícios dessa riqueza para a sociedade brasileira venham".

Na saída do leilão, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco comemorou o resultado e disse que "a aquisição do campo de Búzios consolida a posição da Petrobras de liderança incontestável na produção e exploração de petróleo em águas ultraprofundas".

"O Campo de Búzios é um ativo de classe mundial, o maior campo de petróleo offshore no mundo, com substanciais reservas, baixo custo de extração, baixo preço de equilíbrio, alto retorno sobre capital empregado", citou.

Apesar de receber R$ 34,6 bilhões pelo aditivo, a Petrobras ainda assim terá um grande gasto em bônus de assinatura, já que os blocos somam quase R$ 70 bilhões, e cerca de 10% disso serão pagos pelas estatais chinesas que se associaram à brasileira. 

O executivo avalia que esse montante não causará problemas à situação financeira da estatal, que realizou um esforço ao longo do ano para reduzir seu endividamento. "Mesmo com esse investimento, a Petrobrás não acabará o ano com elevação de dívida. Continuaremos a executar nossa estratégia, com a gestão ativa de portfólio".

Mais Notícias de Economia
Ricardo Stuckert/PR
23/04/2024  17h33 Programa amplia acesso a crédito para mais de 150 mil empresas em Sergipe
Iniciativa busca ampliar o acesso a crédito, renegociar dívidas e oferecer mais apoio
Divulgação/BNB
23/04/2024  16h44 BNB lança programa para fomentar bares e restaurantes na Grande Aracaju
Ações visão fortalecer o potencial turístico da região
Arthuro Paganini
23/04/2024  15h09 Campanha de crédito para aposentados e pensionistas é prorrogada em Sergipe
A ação ficará disponível até o próximo dia 30 para atender mais de 35 mil pessoas
Marcello Casal JR/Agência Brasil
23/04/2024  14h15 Receita Federal abre consulta a novo lote residual do Imposto de Renda
O crédito no valor de mais de R$ 457 milhões será disponibilizado no dia 30 de abril
Agência Brasil
23/04/2024  13h05 Receita Federal abre consulta a novo lote residual do Imposto de Renda
O crédito bancário será feito no dia 30 de abril

F5 News Copyright © 2010-2024 F5 News - Sergipe Atualizado