Foi confirmado hoje (31) pelo Governo de Sergipe que a Fábrica de Fertilizantes Heringer, localizada em Rosário do Catete, vai retomar suas atividades no próximo mês de julho. Instalada em Sergipe há 16 anos, a expectativa é que a reativação da fábrica gere mais de 200 empregos.

O gerente da Heringer em Sergipe, Tiê Prata, comentou o ambiente de negócios que favoreceu a reativação da fábrica em Rosário do Catete. “Nossa unidade conta com uma boa estrutura e estamos muito bem localizados em relação à logística, afinal, estamos próximos ao Porto de Sergipe e produtores de matérias-primas como a Uréia, Cloreto de Potássio e Sulfato de Amônio”, disse à Agência Sergipe.

O gerente regional da Heringer, João Paulo Masculi, atribuiu ainda a decisão ao benefício fiscal concedido à empresa até dezembro de 2028, no bojo do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI), operado pela Secretaria de Desenvolvimento, Comércio e Indústria (Sedetec): “O PSDI é essencial e foi um dos fatores levados em consideração na nossa retomada. O apoio do Governo através dos benefícios ofertados pelo Programa foi de suma importância. O mercado de Sergipe é bom, mas ainda é pequeno dentro do todo. Então temos que atingir outros mercados e o PSDI viabiliza a redução do ICMS para fora do estado. Sempre tivemos portas abertas no Governo de Sergipe”.

"Sergipe tem despontado como um promissor polo de fertilizantes e a retomada da Heringer compactua ainda mais com esse momento", avalia o secretário José Augusto Carvalho, da Sedetec. Ao F5 News, ele comentou as normativas do Governo do Estado visando criar um ambiente favorável à produção de fertilizantes, potencial que ganhou impulso a partir da aprovação da chamada Lei do Gás. “O gás natural é um dos principais – e mais custosos – insumos na indústria de fertilizantes. A redução de seu preço, viabilizada por esse arcabouço legal já em vigor, é um fator fundamental para acelerar a retomada econômica em Sergipe. E isso já está acontecendo, como demonstra essa boa notícia da Heringer”, disse ao portal.

O deputado federal Laércio Oliveira, relator da chamada Lei do Gás na Câmara Federal, festejou a iniciativa da Heringer. Também na qualidade de membro do grupo de trabalho do governo federal que debate a pauta da produção de fertilizantes no Brasil, ele avalia que a reativação da indústria em Rosário atesta e acelera os benefícios da norma legal para Sergipe, iniciada já pela reabertura da antiga Fafen – agora Agro Unigel SE – em Laranjeiras, que voltou a operar em maio passado.

Planejamento

Laércio Oliveira defendeu ações planejadas no âmbito do novo mercado do gás, em reunião no dia 13 passado, com representantes da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério das Minas e Energia. No encontro, ele formalizou em um documento à EPE a necessidade de roteiro de ações objetivando preparar Sergipe e o Brasil para esse momento promissor.

“As coisas vão acontecer e a gente precisa estar preparado. Debater de que forma vamos preparar o país, e em especial o estado de Sergipe. E nós estamos fazendo a nossa parte, assim como o Governo do Estado vem fazendo a parte dele, mas a gente quer receber uma cartilha com as nossas tarefas, para quando o gás definitivamente chegar na nossa costa, sabermos a melhor destinação para produzir desenvolvimento, riqueza e renda para o nosso povo e para o nosso estado”, disse Laércio ao fim da reunião.

O parlamentar registrou ainda o papel preponderante de Sergipe como um polo de fertilizantes no país, lembrando, porém, que isso depende de uma política que estimule a produção doméstica, invertendo a realidade atual, em que o Brasil importa mais de 80% do fertilizante que consome. Isso se concretizando, Laércio acredita em um salto significativo para o setor: “Teremos um destaque nacional fazendo uso do gás natural abundante no nosso litoral e a disponibilidade de reservas minerais do potássio para ter participação expressiva na produção de amônia e cloreto de potássio”.

Ainda na reunião, em concordância com o deputado, o presidente da EPE, Thiago Vasconcelos Barral Ferreira, classificou o mapeamento da demanda regional como fundamental. “Nesse esforço de busca da demanda, vamos precisar de muitos aliados, como transportadores e as federações para auxiliar na abertura de um diálogo com as indústrias. O quanto mais breve esse esforço for concretizado, nós conseguiremos trazer estas informações para dentro do planejamento de infraestrutura de gás natural e acelerar seu desenvolvimento”, afirmou.