Transporte coletivo da Grande Aracaju perde 50% da receita, aponta Setransp
Setor cobra iniciativas do Poder Público para minimizar crise desencadeada pela pandemia Economia | Por Laís de Melo 06/10/2021 13h16 - Atualizado em 07/10/2021 10h35“Enquanto o setor da aviação conseguiu evoluir o diálogo com o Governo do Estado e diminuiu a taxa do querosene de 18% para 12%, o setor de transporte segue pagando 18% em cima do litro do combustível com o ICMS. Há um estudo junto ao Estado para buscar a redução ou desoneração desse imposto”, divulgou o Setransp.
Conforme a NTU, um novo reajuste no preço do óleo diesel preocupa todo o setor no Brasil, já que é o combustível que move a frota de ônibus urbanos e “um insumo fundamental para a prestação desse serviço considerado essencial à população brasileira”.
Segundo a Associação, o diesel responde em média por 26,6% do custo total das empresas operadoras e como os reajustes aplicados ao diesel este ano representam uma alta acumulada de 51%. "O impacto direto no custo das empresas operadoras do transporte público por ônibus urbano é de 13,5% , o que deve ser repassado, de imediato, para as tarifas públicas naqueles sistemas de transporte que não têm subvenção pública’, avalia o sindicato.
Ainda conforme o Setransp, o transporte luta por subsídio e tem arcado sozinho com os prejuízos da pandemia, sem contar com auxílio do poder público. “Além das gratuidades, que não possuem suporte financeiro de nenhuma parte dos poderes públicos que atuam em Sergipe”, destaca.
O presidente da NTU, Otávio Cunha, destaca ainda que a crise já custou mais de 87 mil postos de trabalho no setor e levou à interrupção definitiva das atividades de 36 empresas operadoras.
Ao F5News, a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) informou que a demanda de redução do imposto estadual foi apresentada nesta terça-feira (5) pelo Setransp durante reunião com a Superintendência de gestão tributária, e será objeto de análise da pasta.
F5News procurou as assessorias de comunicação da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) e da Prefeitura Municipal de Aracaju, para saber se há algum planejamento político que vise minimizar os impactos sofridos pelo setor.
Em nota, a SMTT disse acompanhar a situação que o sistema de transporte coletivo passa e que está "buscando alternativas para que o sistema permaneça funcionando e atendendo a população".
Segundo a altarquita, uma delas seria o repasse de um recurso emergencial do Governo Federal para o transporte coletivo, proposto pela Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), que tem como presidente o prefeito de Aracaju Edvaldo Nogueira. "Quanto à possível redução de frota, a SMTT informa que não há discussão sobre este tema", disse.
*Colaborou Will Rodriguez