Artista sergipano reivindica mais espaço para rappers nordestinos
Rapper gerou polêmica dentro da comunidade ao lançar a música “Sulicidio Parte 2” Entretenimento 16/09/2021 10h10 - Atualizado em 16/09/2021 11h40Com influências musicais abrangentes que vão desde Edson Gomes, Zé Ramalho, Costa a Costa e NSC, até astros americanos do hip-hop como Kanye West, Jay-Z e Travis Scott, RealHippie chamou atenção recentemente ao lançar seu EP “Faço Refrão Nunca?” no dia 29 de agosto. Nele, o rapper utiliza os principais elementos do subgênero trap para cantar sobre sua realidade, suas ambições e fazer críticas ao cenário atual do rap.
“Nós temos muitos artistas talentosos aqui, falo de todos os estados do Nordeste, mas ainda nos faltam representantes em destaque na cena. Parece que existe alguma barreira que faz com que o público do Brasil inteiro não absorva o que a gente produz e acaba dando mais atenção para o que é produzido no eixo do Sudeste”, disse RealHippie.O artista sergipano ganhou relevância na cena local de Maceió e é uma das principais apostas da cidade para furar a bolha e conquistar espaço no Brasil inteiro.
O EP
Nas 4 faixas que compõem o EP “Faço Refrão Nunca?”, RealHippie fez questão de exaltar o Nordeste diversas vezes, e valorizar o sotaque e as gírias locais. O artista conta que a intenção é mesmo trazer uma “dose de autoestima” pros outros rappers da região que também estão em busca do sonho.
“Eu o vejo (o EP) quase como um grito de luta, a mensagem que eu quis passar é clara, eu quis dizer que aqui também tem gente talentosa e que as pessoas deveriam valorizar mais”, revela o artista.
RealHippie entende que as músicas do EP criam essa atmosfera de luta e dão voz para o seu posicionamento. O cantor revela receber mensagens de vários indivíduos que se identificaram com sua obra. Isso o inspira a continuar.
A polêmica
A última música do EP, intitulada de “SULICIDIO PARTE 2”, causou uma certa repercussão ao colocar em questionamento o fato de não haver grandes representantes da maioria dos estados nordestinos no cenário do rap atual. A faixa é claramente uma referência à música “Sulicidio” dos autores Diomedes Chinaski e Baco Exu do Blues, que foi lançada em 2016 com a mesma intenção.
RealHippie trouxe novamente esse questionamento porque acredita que ainda é necessário. Mesmo com artistas como o cearense Matuê e os baianos Teto e Jovem Dex em evidência juntos a outros rappers do “eixo Sudeste”, a realidade para maioria dos artistas da região é a falta de visibilidade.
“O Nordeste tem 9 estados, se a gente tirar Bahia e Ceará sobra quem em evidência pra representar a região?”, questiona o rapper.
O que vem pela frente
Ainda em 2021, RealHippie deseja expandir mais o seu trabalho, buscar colaborações com músicos do Brasil inteiro e espalhar cada vez mais a mensagem da sua música.
O rapper pretende retomar os lançamentos no início de outubro e diz que já trabalha em um álbum para o próximo ano.
“Já temos a ideia bem desenhada, quero fazer algo que conte com no mínimo um MC de cada estado do Nordeste, vamos trabalhar para que seja uma parada muito representativa e muito ligada à nossa cultura”, disse RealHippie, que afirma estar com muitas expectativas depositadas neste trabalho.
Fonte: Assessoria de Imprensa