Banda Taco de Golfe é destaque no cenário do rock independente em SE
Grupo se apresentou no FASC e fez uma mini turnê pelo nordeste Entretenimento | Por Victória Valverde* 02/02/2019 12h30
Nos últimos anos, o cenário musical sergipano vem sendo marcado por uma crescente qualidade. Um exemplo está na banda aracajuana Taco de Golfe, do gênero “rock instrumental”, que mesmo com pouco tempo de vida, mostra grande criatividade nas suas composições.
Com o seu primeiro álbum, “Folge”, lançado em 2018, o trio – composto por Gabriel Galvão na guitarra e violão; Filipe Williams no baixo e Alexandre Damasceno na bateria – já se apresentou no Festival de Artes de São Cristóvão (FASC) e fez uma mini turnê com apresentações pelas cidades de Salvador e Recife.
Com o seu som orgânico, a Taco de Golfe cria uma paisagem sonora imersiva – com ausência de vozes – composta de um misto de improviso (ponto forte da banda) e arranjos, sempre surpreendendo o ouvinte. O trio chegou a tocar com outras bandas de rock experimental aclamadas, como a The Baggios e Mahmed.
O começo
O grupo começou de forma despretensiosa, com um convite por parte de Alexandre (bateria) a Gabriel (guitarra) para formarem uma banda. Inicialmente a Taco de Golfe seria um duo, mas o vazio que eles sentiam com apenas dois integrantes logo foi preenchido por Filipe (baixo). A sincronia foi instantânea.
O processo criativo do grupo funciona de dois jeitos: primeiro acontecem as sessões de Jam (improviso), onde ideias são jogadas e experimentadas. Em seguida, é hora da organização do que foi produzido, já pensando no resultado final.
A mixagem e masterização presentes no álbum “Folge” foram feitas pelo produtor Anderson Kabula, que colocou um sabor a mais no produto final, sem perder a qualidade orgânica que define a banda.
As referências musicais presentes na Taco de Golfe são muitas e particulares de cada integrante. Alexandre tem como principais referências Carter Beauford, Elvin Jones e Damon Che. Já Gabriel, Julian Lage, Synyster Gates, Nelson Faria e Mateus Asato. Por último, Filipe é muito influenciado por Jaco Pastorius, Marcus Miller, Robinho Tavares e Ney Conceição.
Cena independente
A cena da música independente em Aracaju ainda é jovem e carece de estrutura e incentivo, mas tem se fortificado cada vez mais graças à produção por parte dos artistas e ao engajamento do público. Os integrantes da Taco de Golfe acreditam que Aracaju tem uma das cenas independentes mais fortes do país e apostam nela.
“A população entende que construir e promover cultura é uma das melhores maneiras, se não a melhor, para alcançar as melhorias de vida que buscamos. A cultura do cover ainda impera, obviamente, mas devagarzinho a gente chega lá”, diz o baterista Alexandre.
A arte é a liberdade de expressar o seu eu mais genuíno e é através dessa ideia de liberdade que a banda opera e espera inspirar seus ouvintes.
“Claro que existem regras e padrões, Existem encadeamentos, técnicas, mas acredito que esse é um passo fundamental: ultrapassar a barreira do que é confortável e "bonito" e nadar em alto mar, no limite; liberdade em estado puro. Tocar um instrumento é a coisa mais próxima de uma "libertação total" que conheço, e eu recomendo muito ir atrás dessa sensação”, diz Alexandre.
O trio está sempre produzindo. Já tem três músicas novas no forno e está articulando a produção do conteúdo visual desse material. Como objetivo para 2019, a banda quer ampliar o seu público e se apresentar mais em outras cidades.
“Tivemos essa primeira experiência há algumas semanas, tocando em Salvador e em Recife no mesmo final de semana, e foi bom demais. Pretendemos fazer mais viagens esse ano”, afirma o baterista.
*estagiária sob orientação da jornalista Monica Pinto.
Foto 1: Matheus Vinícius
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